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23/07/2019

Troco Poesia Por Dinamite (DOWNLOAD FREE)


“Troco poesia por dinamite” mostra um poeta intenso e íntegro e uma poesia obcecada por poesia, sexo, morte, marginalidade e escatologia. E o cenário onde flutuam estas obsessões neuróticas, eróticas e mórbidas é a cidade de São Paulo, outra obsessão de Barata Cichetto. " Do prefácio de Ciro Pessoa, sobre Troco Poesia Por Dinamite. Leitura on line e download fre, pelo Archive.Org.


26/04/2018

A crença na poesia e na dinamite

A crença na poesia e na dinamite
Resenha do livro "Troco Poesia Por Dinamite"
Sr. Arcano

O título do livro já nos traz uma reflexão: para muitos poetas, atualmente fazer poesia  é tão revoltante, que poderíamos supor que o escritor prefere trocar tudo por dinamite, com o intuito de explodir as injustiças que o rodeiam.

Em certas passagens o livro lembra o quanto essa profissão de poeta é ingrata. Tão ingrata que as pessoas não a reconhecem  como profissão. Pior: a tratam como um  material de vagabundagem, ou coisa para  quem não tem o que fazer.

Mas sem a poesia perdemos um instrumento que nos faz pensar, que nos traz momentos que mexem com nossos sentimentos. É literatura. E se desvalorizamos a poesia, isso quer dizer que estamos sendo intolerantes com a nossa própria capacidade de pensar e sentir.

Barata Cichetto, em seu livro “Troco poesia por dinamite”, lembra o quanto as pessoas são intolerantes com a poesia. Sendo que sua poesia já é, por si só, uma valorização dessa arte escrita.

O poema que abre o livro, “Troco poesia por sexo”, já nos deixa uma introdução do que é parte da poesia de Cichetto. Quando ele diz “Não se assuste  e não zombe de mim quando conto a epopeia / de um poeta que não trocou por nada sua vida e sua ideia. / Mas o fato que relato ao leitor, por mais que se ache sem nexo, /  foi que troquei minha poesia por um instante rápido de sexo. /  E se acham que fiz mal negócio dando poesia por um prazer, /  afirmo que nada mais sobre a arte e a poesia posso lhe dizer.”. A afirmação destes versos vem do fato de que é a experiência do autor que está em questão, como exemplo para o leitor, mostrando que se não fosse essa experiência, o autor não teria se tornado poeta. A vivência do autor é que tornou possível essa poesia.

A poesia é o todo; é o que tornou possível essa experiência, e vice-versa. A vida é essa poesia. Este é um exemplo de que existe poesia em tudo o que vivemos. Essa arte com versos e rimas é o fruto daquilo que vivemos. Papel, letras e versos bem construídos não significam muito se não tiverem a essência de uma experiência vivida pelo poeta.

O livro é dividido em cinco partes:
1 - Troco poesia por dinamite;
2 - Troco poesia por dinheiro;
3 - Troco poesia por Rock’n Roll;
4 - Troco poesia por sexo;
5 - Troco psicanálise por poesia.

Cada parte com um conjunto de poemas abrangendo um conteúdo diferente, de acordo com o que sugere cada título. Sendo que a poesia de Cichetto é inconfundível. Percebe-se que sua marca está em todo o livro, como quem diz: “O conteúdo é diferente, mas ainda sou eu!”. E é como se ele dissesse de forma bem contundente: “Ainda sou eu, porra!”. Pois o linguajar, por vezes, é vulgar, como num verso de seu poema ATO DE FÉ: “Seu nome era Maria e ela chupava cheia de graça”.

Mas não se enganem, achando que se trata de um poeta vulgar. Barata Cichetto é o que ele mesmo se define em seu poema FEDIDAS E FODIDAS: “Da sujeira sou o bardo e carrego imundície na mente / Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente. / Minha poesia é imunda, fede a bosta e quero a sujeira / Feito ao porco chafurdando na merda à sua maneira.”.

O poeta maldito de nossa época transfigura-se como o bardo da sujeira, pois vivemos em tempos sujos. Pego como exemplo a cidade do Rio de Janeiro (apesar de Barata ser de São Paulo, o que não difere muito), em que o centro da cidade é uma imundície total. A cidade maravilhosa de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, hoje é rodeada por sujeira e poluição. Ao contrário do que falavam os poetas de antigamente sobre o Rio de Janeiro, a cidade em que se dizia da mulher: “olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”, fala-se hoje apenas da sujeira, da prostituta, de imundícies. Este seria o retrato não só do poeta carioca atual, mas também de outros estados brasileiros.

E o autor mostra que, a seu exemplo, o poeta só pode mesmo é afundar-se na desgraça caso resolva assumir que é poeta. Nos versos do poema TROCO POESIA POR DINHEIRO, ele diz: “Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia / Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia / E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto / Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto. / Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser / Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer / Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa / Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.”.

Estes versos traduzem bem o sentimento do poeta atual, numa sociedade que não valoriza a poesia em nada. Uma pessoa culta não significa nada atualmente, ao contrário da pessoa que é fútil; dos bandidos; e das putas (estas ganham mais dinheiro que qualquer poeta).

E não vamos esquecer da fama. Não importa como uma pessoa tornou-se famosa, mas se possui fama é valorizada. E pobre do ser que nasceu poeta. É o mesmo que nascer amaldiçoado.

O poeta nasceu com um princípio de dom, e conforme foi crescendo esse dom foi se aprimorando, e quando finalmente adulto obteve o dom completo da poesia. Mas de que adianta ter o dom da poesia nesta época?

A poesia é algo belo, é uma virtude valiosa. E, no entanto, nada vale nesta nossa atual realidade! Muito pelo contrário, o poeta é ridicularizado, chamado de vagabundo. Caso ele diga, com orgulho, que é poeta, as pessoas irão rir dele. Então, de que vale a poesia?

Vemos referências no livro que lembram Augusto dos Anjos, como por exemplo nos seguintes versos do poema ALPHA III: “E eu, que nas fileiras de Esparta fiz a minha morada / Encaro a luta de frente, rei deposto pela ira dourada / Pensando que se a vida é uma ilusão, que assim seja / Pois que a mesma mão que toca, é aquela que apedreja”. Mas Cichetto apenas se assemelha a Augusto, e essa semelhança ele mesmo faz questão de demonstrar, como admiração, talvez por Augusto ser tão atual em tempos modernos, porém a influência real de Cichetto vem de Lou Reed, que ele mesmo admite como sendo um ídolo de nossos tempos.

Mas o que sentem as pessoas próximas ao poeta? Será que elas se sentem ofendidas? Ou agradecidas por tomarem um gole de verdade? Creio que dificilmente uma pessoa comum iria brindar com uma taça transbordando de verdades. Isso é coisa para os raros. E Cichetto é raro. Ele simplesmente lamenta que o próximo o rebaixe, porque ele é poeta, e só um poeta tem a consciência de enxergar o que, de fato, é fútil. E simplesmente caminha em direção oposta à futilidade, como no poema “LAMENTO”, nos seguintes versos: “Lamento por não ter eu tirado dos que tinham / E por ter ido na direção de onde todos vinham.”, “E lamento muito, por acreditar em livros e poesia, / Mas muito mais ainda por não aceitar a hipocrisia”. Vemos aqui a incorruptível poesia, com sua pureza extraída da mais profunda beleza, mesmo rodeada de uma hipocrisia que fede (toda hipocrisia fede).

Mas se vocês me perguntam quem é o autor de “Troco poesia por dinamite”, eu diria, sem dúvida, que é a pessoa que escreveu o poema “Super-Homem, A poesia”. O poema mais belo dessa obra.


Toda a magia e encanto por trás de um poeta, toda a crença de que um poeta é um ser iluminado, um ser divino, toda essa concepção fantasiosa cai por terra nos versos de Barata Cichetto, para ganhar uma dimensão bem mais profunda. O livro é o exemplo atual de que o poeta é uma pessoa comum, como qualquer outra. E que a pessoa comum tem mais magia e encanto em sua profundidade, do que os acadêmicos fazedores de versos que se acham divinos. O escritor não é um ser intocável. É pessoa comum. Ele come, bebe, caga, fode. E pode dormir bêbado na rua. A beleza da poesia está no que a pessoa comum faz, e o poeta que tem esse dom de extrair beleza de coisas comuns, ou por vezes repugnantes, é o verdadeiro poeta. Ele não precisa ser divino ou mágico. O poeta é apenas um poeta. E é exatamente isso o que as pessoas comuns, dessas que acreditam em poetas divinos e intocáveis, não conseguem entender. Perguntam: “mas como ele consegue fazer esses poemas?”. Esse é o dom do poeta. Nasceu com ele, foi aprimorado por ele, e vive dentro dele. A poesia é o seu tesouro que todos ambicionam ou admiram, mas que para o poeta é coisa comum. Porque é um poeta, simplesmente.

Barata Cichetto não fala de flores, poesia “bonitinha e colorida”. Ele é autêntico. Fala do que sente e do que vive. Seus versos de “PORQUE EU NÃO FALEI DAS FLORES” traduzem bem isto: “Não, não quero falar sobre bondade, beleza e cheiros doces / Quero dar murros nas cabeças de idiotas, tratar aos coices / A parte boa de mim é má e meu lado pueril é cheio de rugas / E se tenho que falar de algo, será sobre os ratos e as pulgas”.

E toda essa sinceridade, toda essa realidade, é um murro na cara. Tanto que o próprio poeta sente-se preocupado com o que será da poesia amanhã (se é que existirá algum amanhã). A poesia está morta? Ou ela fala do mundo dos mortos, sussurrando ao ouvido do poeta, que vive num mundo perdido do qual a própria poesia desistiu de acreditar? O que pensar dos seguintes versos de “PÁTHOS E THÁNATOS”?

“Dormes enquanto escrevo sentimentos de destruição / Alheia ao que nos cerca, um mundo de prostituição / E enquanto dormes eu morro de tristeza e de agonia / Certo que amanhã de manhã não haverá mais poesia”.

E a máxima do poeta, é a transfiguração de valores em que vivemos atualmente. No fundo, o leitor sabe que concorda com o que lê, que deseja viver livre, mas o peso do arrependimento parece ser o mesmo do enorme peso de suas obrigações para com a sociedade. Nesse sentido, podemos apenas refletir nos seguintes versos de “MEU OUTRO FIM”:  “Que existência de merda a minha, de esposa e filhos / Uma carreira de trabalho, e vida correndo nos trilhos / Poesia feita a lápis, fogo em meus livros de ocultismo / E eu ainda acreditando no poder único do catolicismo”.

Eu não poderia deixar de finalizar este artigo com dois versos desse livro que, como uma mensagem, trazem uma reflexão que recai no próprio leitor que sabe o que sente. E se sente algo, é porque a poesia fez seu trabalho, e o poeta soube servir bem à sua deusa poesia. Então, por aqui termino com os versos finais de “QUE EU DESCANSE EM PAZ”:

“E se agora depois da minha morte esta poesia lhe traz emoção / Que eu descanse em paz, recompensado pela minha devoção.”.

31/07/2016

Fedidas & Fodidas

FEDIDAS & FODIDAS
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite"


E quanto a mim, prefiro foder mulheres fedidas
Sentir da bunda o cheiro das merdas dormidas.
Pelos grudados no cu, um torrão duro de bosta
Fodendo o cu fedido do jeito que o pau gosta.

Adoro foder mulheres fedendo a merda e urina
A sujeira da pele brilhando na luz da purpurina.
O cheiro do esperma velho das fodas antigas
Inundando o quarto de saudades e lombrigas.

Adoro foder as putas sujas, melhor as fedorentas
Bom dinheiro pelas limpas, outro pelas  nojentas.
Na sujeira está a poesia da putaria, da imundice
Higiene na cabeça, sujeira no cu minha crendice.

Adoro foder um cu no meio de uma linda bunda
Enquanto meu dedo na buceta gosmenta afunda.
Amo arregaçar as pregas sujas com o meu caralho
Igual arregaça a buceta de uma virgem o bandalho.

A sujeira é doce e da imundice da carne eu abuso
E faço dela minha delicia e do prazer me lambuzo.
Fedas e fodas comigo, putinha de cabelos sujos
Sujes de mim sua pele, da sujeira dos ditos cujos.

Da sujeira sou o bardo e carrego imundice na mente
Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente.
Minha poesia é imunda, fede bosta e quero a sujeira
Feito ao porco chafurdando na merda à sua maneira.

24/05/2014

21/06/2015

Rock In Poetry no Rick'n'Roll


Rock In Poetry no Rick'n'Roll
Tarde de autógrafos do livro de Barata Cichetto "Troco Poesia Por Dinamite" + Show com a banda Steady Job, de Blues Rock.
18/07/2015 - Sábado - 14:00
Rick'n'Roll
Av. Conde Francisco Matarazzo 85 - Loja 5
São Caetano do Sul
011 2376-8966
www.rickandroll.com.br

08/06/2015

Troco Poesia Por Dinamite - Resumo

Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
contato@gatosealfaces.com.br


02/06/2015

Pacote de Fim de Outono - Gatos & Alfaces

Edição 5 da Gatos & Alfaces + CD da banda Nicotines + livro Troco Poesia Por Dinamite por R$ 60,00 correio grátis para todo o Brasil. E de BRINDE um chaveiro Gatos & Alfaces. Pedidos: barata.cichetto@gmail.com


13/05/2015

O Campo Minado de Barata Cichetto

O Campo Minado de Barata Cichetto
Ciro Pessoa, Músico, Poeta, Poeta. Cofundador da banda Titãs e criador da Cabine C.


A sensação que tive ao terminar de ler “Troco Poesia Por Dinamite” foi a mesma que alguém deve ter após sobreviver a um intenso bombardeio. Ou a atravessar um extenso campo minado e conseguir chegar do outro lado razoavelmente intacto. Porque a poesia bélica de Barata Cichetto é semelhante a um míssil cortando a noite anestesiada e explodindo no centro do comodismo mental e comportamental que tão bem caracteriza este irritante e retrógrado começo de século XXI.

Localizar a constelação onde se encontra a poesia de Barata não é uma tarefa fácil. É claro que ouvimos aqui e ali as vozes rumorosas de Marques de Sade, que os vultos de Rimbaud e Baudelaire sobrevoam um ou outro poema e que as presenças físicas de Lou Reed e Patti Smith em diversos momentos do livro os tornam influências explícitas. Mas a poesia de Cichetto vai além das suas influências e inventa uma constelação própria que ele próprio define: “Da sujeira sou o bardo e carrego imundice na mente/Sou poeta sujo e da sujeira é que carrego a semente/Minha poesia é imunda, fede bosta e quero sujeira/Feito o porco chafurdando na merda à sua maneira.”

“Troco Poesia Por Dinamite” mostra um poeta intenso e íntegro e uma poesia obcecada por poesia, sexo, morte, marginalidade e escatologia. E o cenário onde flutuam estas obsessões neuróticas, eróticas e mórbidas é a cidade de São Paulo, outra obsessão de Barata Cichetto.

No desconcertante poema “Roteiro para filme pornô”, por exemplo, o poeta descreve um casal que pega o metrô na Estação Barra Funda e vai transando até a estação terminal de Itaquera “Artur Alvim, tua boca no meu pau e usuários de bocas abertas/A surpresa só é boa demais quando acontece nas horas incertas/ E antes de chegar no que seria o fim de uma trepada seminal/ Gozei na tua cara antes do trem chegar a Itaquera, a terminal”.

“Troco poesia por dinamite”, por fim, exibe uma poesia vigorosa, destemida e absolutamente atemporal e atual: “Porque a minha poesia é escrita com gosto/Eu não gosto de quem escreve por desgosto” clama Barata em “Desgosto e desgosto”. Atesto: é verdade.


Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
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Impressões Sobre "Troco Poesia Por Dinamite"

Impressões
Esdras M. Junior,  Professor e Filósofo



Viver não é algo exatamente tranquilo e leve. Amar, também não. A realidade é feita de oposições e contradições. A leveza e o peso andam juntos, assim como o amor e ódio, por exemplo.

Nesse paradoxo que é o mundo das emoções, o mais difícil talvez seja identificar ate onde vai a leveza e desde onde começa o peso. Mesmo porque, as emoções e suas essências não estão nem num nem noutro, mas em nós mesmos. Nós é que abastecemos os momentos da vida ou com tensão ou com tranquilidade (eis aí mais uma oposição).

Neste ambiente surgem os poetas. Para tentar demonstrar os opostos. Alguns autores, com mais tranquilidade, bucolismo, suavidade ou leveza, enquanto que outros, com mais tensão, mais peso, mais acidez, mais nervosismo...

Neste sentido, o poeta Barata, dono de um estilo escancarado, explicito e provocador, mostra-se em grande performance. Misturando putas, asnos, dinamite e outras "coisinhas" mais, denuncia a existência de muito mais que apenas um mar de rosas e beijos suaves na alma humana durante momentos de uma vida.

Apresenta, com sua impavidez, a existência das contradições do ser. Ou as contradições necessárias para o ser humano ser.

É como se expusesse o que há de pior entre as rosas, que nem por isso deixarão de ser o que são: rosas. Rosas serão sempre rosas, a despeito de terem (ou até por que tem) espinhos. Destarte, o ser humano também será sempre humano, apesar de ser (ou mesmo por que é) selvagem, animal e grotesco.

O homem que fecha os olhos para o feio e só vê o bonito nega a sua própria existência. Sempre temos que ser capazes de perceber os dois lados de nossas ambiguidades. Assim, o Barata cumpre muito bem o seu papel de poeta, expondo a tensão que é viver emoções.

Por que trocar poesia por dinamite? Talvez por que precisamos mesmo, muitas vezes, trocar o suave (poesia, como normalmente é considerada) pelo tenso (no caso, dinamite). Mas sem que+ nenhum dos opostos se sobressaia por que, para estarmos em equilíbrio, precisamos viver sempre o antagonismo.
Se a suavidade se sobressai, nos tornamos passivos e acomodados, mas, por outro lado, se a tensão se sobressai, nos tornamos ansiosos, agressivos, violentos, estressados...

Ou seja, até no título, o Barata foi genial.

"Jesus Woman" - Quadro de Nua Estrela
Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
contato@gatosealfaces.com.br

01/05/2015

Troco Poesia Por Dinamite

Quarto poema do desafio proposto pelo amigo Daniel Kobra Kaemmerer, para que publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. . 
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

TROCO POESIA POR DINAMITE
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Troco uma poesia por uma banana de dinamite
Uma poesia por alguém que em poesia acredite
E troco uma poesia por qualquer coisa de valor
Qualquer coisa que seja vivo e que tenha calor.

Troco uma poesia por uma trepada num puteiro
Por um gozo efêmero ou um carinho por inteiro
E troco qualquer poesia por qualquer coisa de útil
Já que não tenho utilidade à poesia, a coisa inútil.

Troco uma poesia por uma chupada no escuro
E duas poesias por algum lugar quente e seguro
Três poesias é o máximo que pago por uma buceta
Mas por um cu posso pagar quatro e uma punheta.

Troco quinhentas poesias por uma bela casa confortável
E umas mil e poucas por um carro e uma boneca inflável
Por um cigarro e um trago eu troco qualquer poesia escrita
Pois na fumaça do cigarro existe uma verdade não descrita.

Troco poesia por qualquer coisa que seja inteira
Porque a mentira é coisa sempre meio verdadeira
E por ter uma troca totalmente justa e honesta
Aceito trocar poesia por qualquer coisa indigesta.

Troco a poesia a troco de um par de macacos mancos
Em troca de uma poesia escrita a trancos e barrancos
E para não parecer que diminuo o valor do meu produto
Aceito troca por casa de menor valor embaixo do viaduto.

Troco poesia por barbante, linha ou corda de enforcado
Um poema por metro de corda e um nó firme, apertado
Justa troca, negócio de morte, contrato cláusula aberta
E ainda dou um desconto caso a poesia não seja a certa.

Troco, enfim, a poesia por qualquer coisa, e até por nada
Porque nada é melhor que tudo e puta é melhor que fada
E se nessa troca, nada eu possa ter por lucros ou ganhos
Resta o consolo de ser apenas um carneiro nos rebanhos.

30/11/2013

Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos &; Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
contato@gatosealfaces.com.br

30/04/2015

Troco Poesia Por Rock'n'Roll

Meu terceiro poema, sobre o desafio proposto pelo amigo Daniel Kobra Kaemmerer, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. .
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Rock'n'Roll
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A nenhum poeta é permitido seguir os passos de Rimbaud, o cínico
E passar alguma Temporada no Inferno, com o olhar de um clínico
Quanto a mim trago o Inferno nas mãos e espalho sobre a Terra Santa
E prefiro me lambuzar com o melado de putas a foder virgens na janta.

E a nenhum é permitido largar a poesia, tal Rimbaud, o mercenário
Aos poetas é permitido ter dinheiro sem guardar a alma no armário
E quanto a mim, me permito não ter luxos, médicos ou puteiros caros
De forma a manter minha obra com sensos que atualmente são raros.

A ninguém é permitido ler Rimbaud nem Bukowski com olhos de vício
O ópio e a bebida não constroem um poeta, que o é por seu sacrifício
Mas quanto a mim, não desejo ser cordeiro, nem o mártir de esquina
Apenas viciado em letras, em notas e nas pernas de uma doce cafetina.

E a nenhum, seja Dos Anjos, Verlaine ou Baudelaire, o poeta algo deve
Pois Poesia é o Espírito Santo e a Sagrada Alma daquele que a escreve
Quanto a mim, não acerto contas com outros criadores por ser deidade
E se há deuses no Infinito são eles poetas cheios de egoísmo e vaidade.

01/02/2015


29/04/2015

Troco Poesia Por Dinheiro

O amigo Daniel Kobra Kaemmerer lançou o desafio e eu o aceitei
Aqui está a minha primeira poesia, a primeira das quatro que devo publicar nos próximos quatro dias.
E como as "regras" dizem que devo publicar poesia, gostaria de compartilhar nesses quatro dias quatro poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também deixo meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila para participarem deste desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Dinheiro
(Registrado no Escritorio de Direitos Autorais)

Não fosse por Baudelaire eu seria um poeta incomparável
E não fosse por Rimbaud seria um mercenário inigualável
Mas da forma que a Poesia deseja, sou poeta despejado
Pobre e desconhecido, pelas amantes homem indesejado.

A Europa está morta e a África fede a defuntos insepultos
E eu caminho na sujeira da periferia entre bichas e putos
Mas da forma como a Poesia me deseja, sou amante total
Maldito poeta, fodendo doentes com sua síndrome mortal.

Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia
Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia
E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto
Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto.

Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser
Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer
Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa
Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.


Troco Poesia Por Sexo

Segundo poema, sobre o convite do amigo Daniel Kobra Kaemmerer, que lançou o desafio, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. . 
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Sexo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Uma dessas noites vagabundas, cheias de filhos do poder
Eu, bêbado e encharcado de chuva e de vontade de foder
Trafegava pelas esquinas cheias de putas e de seus filhos
Quando uma, que não conheci por causa dos seus brilhos
Pediu meu isqueiro, meu dinheiro ou algo que eu não tinha
E eu lhe dei um livro, que era bom no lugar de onde vinha.

Mas eu não sei se por não saber ler ou por pura safadeza
A desgraçada, malcriada e certa de sua certeira esperteza
Sorriu e disse que aquilo não daria de comer aos rebentos
E que só queria era foder por dinheiro, e sem documentos
Pois um livro, ainda pior, repleto de poesia de nada lhe valia
Mas era essa minha fortuna e eu queria foder aquela vadia.

E depois de eu ler uma dúzia de poemas, imune ao seu bocejo
A vagabunda me deu a buceta atendendo meu obsceno desejo
E quanto eu a comia, outro poema em minha cabeça crescia
Tão intenso e tão maldito, enquanto eu subia e a puta descia
Que quando gozei, com minha porra em sua calcinha negra
Escrevi sobre a maldição de todas as putas de origem grega.

Não se assuste e não zombe de mim quando conto a epopeia
De um poeta que não trocou por nada sua vida e sua ideia
Mas o fato, que relato ao leitor, por mais que ache sem nexo
Foi que troquei minha poesia por um instante rápido de sexo
E se acham que fiz mau negócio dando poesia por um prazer
Afirmo que nada mais sobre a arte e a poesia posso lhe dizer.

01/02/2015

23/02/2015

A Poesia no Divã do Psicanalista

"Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim."  - S. Freud

Por E. M. Jr., Psicanalista, Professor e Filósofo, sobre "Troco Poesia Por Dinamite"

Cazzo! Por que pode um cara querer trocar poesia por dinamite?  Dinamite: um bastão roliço, fálico, geralmente vermelho, que inflama e explode por uma das pontas?

Seria uma representação de desejos e vontades? Seria apenas para aplacar suas angustias? Seria apenas para seu alívio? Se for o caso, posso sugerir um massageador. Alguns, inclusive, tem formato semelhante ao objeto em questão. E muitas pessoas, de qualquer gênero, gostam deles.

Assim sendo, amém, grande gênio do quixotesco underground paulista! Seu novo livro propõe um X da questão, que apesar de personalizado e egocêntrico, traduz o que muitos gostariam de dizer, sentir, ser, estar, parecer, escolher e fazer na hora H, no ponto G, no vértice do Y, no olho do C...

A comunicação humana traz problemas. Nem sempre pelo que diz, mas pelo que pretende (conscientemente ou não) esconder.

Já nos falam os psicanalistas sobre o ato falho, que é o que ocorre quando podemos estar falando, escrevendo ou querendo mostrar algo, mas nossos atos e sons demonstram mais, ou menos, ou até o contrário daquilo que queremos comunicar. Geralmente negando nossas afirmativas.

Paul Ricoeur, filósofo e pensador francês, do período pós 2ª Guerra Mundial, já nos dizia que o ser humano é incontestavelmente dissimulado. Ou seja, que tem em si inseguranças, medos e incertezas e dissimula, inconscientemente, criando verdades a serem transmitidas, mas que não reproduzem fielmente aquilo que ele de fato é ou sente.

Sexo agressivo, asnos, dinamite e outras "figuras" presentes na obra do Barata, assim, representam o que, de fato real?

Há nas técnicas usadas por espiões, de persuasão para vendedores e pregadores, na propaganda e na arte mágica, expressões como "mensagem subliminar" e "misdirection", que também são formas de dissimulação para induzir, o receptor da mensagem, a erro. No caso da dissimulação dita por Ricouer, no entanto, o efeito é diferente, pois primeiro iludimos a nós mesmos, e, uma vez persuadidos pelos nossos enganos, nos expomos conforme esta nova expectativa que criamos.

Resta, no caso, então, a pergunta: o que seria esta dinamite que dá titulo ao livro? Talvez o autor possa responder numa próxima publicação.



15/02/2015

Fogo Vivo

Fogo Vivo
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite" - 2015
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida

E tu também perguntas se algo em ti a mim inspira
Respondo que minha inspiração é tudo que respira
E todas as criaturas femininas sem nenhuma exceção
Despertam em mim a vontade de retirar algum tesão.

Mesmo sem ter visto pouco além de teus fartos seios
E das carnes abundantes das tuas coxas, sem receios
Afirmo que me inspiras o desejo de foder a tua bunda
Te chamando de maldita, de puta e até de vagabunda.

Mas fico eu a pensar com o botão da minha braguilha
Se pensas mesmo em foder comigo gostoso numa ilha
Ou é só curiosidade e inveja o que enseja tua questão
Incitando meu abuso poético por obra de autossugestão.

Acaso e por sinal de eternas loucuras, ainda imaginas
Grudar com a outra musa, as duas deliciosas vaginas
E por sina de minha imaginação e sendo eu um tarado
Adoraria vê-las fodendo ante o meu pau desesperado.

E diante do esplendor, do monumento carnal ao prazer
Teria eu, poeta da perversão, muitas coisas a lhe dizer
Mas sem saber se és carne real ou apenas uma miragem
Conto até dez, bato uma punheta e como a tua imagem.

E quando tua vulva molhar por desejo do meu caralho
Saberás a diferença entre o certo e aquilo que é falho
Então minha porra inundará tuas cavidades volumosas
Marcando para sempre tuas vagas verdades libidinosas.

15/02/2015

11/02/2015

Tell Mama Go And All Views

Tell Mama Go And All Views
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite" - 2015
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida



Parte 1 – A Pergunta

Perguntas o que diria um poeta diante de tua imagem
E me falta agora antes de responder o ar e a coragem
Pois diante da luxuriosa nudez refletida no espelho
Sinto meu rosto arder de desejo, pintado de vermelho.

E diante de formas tão brancas, lisas e apetitosas
O que diria um poeta seriam coisas muito perigosas
Pois as respostas do homem nunca serão as do poeta
E entre um e outro ainda há a sabedoria do profeta.

O que pretendes, enfim, ao provocar-me com malícia
Sabendo que eu não posso desfrutar de tal delicia?
Pois tenho o dom da poesia e dos femininos orgasmos
E não há lugar em mim aos risos tolos e a sarcasmos.

Discursos eróticos à parte, a resposta é indecorosa
E se te chamasse de vadia, decerto ficarias raivosa
A masturbação te saciaria, e no lençol seu gozo final
Ou teu deleite é imaginar-me numa punheta seminal?


Parte 2 - O Delírio

Dedos de unhas pintadas de joaninha abrindo as pregas
Mas eu não conheço do seu jogo nenhuma das suas regras
Queres foder de freira num cemitério, madre de convento
Mas aos teus delírios eróticos outros jogos eu invento.

Brincas de puta e em delírios penso apenas em te chupar
Sobre um lago de lama, cama de motel, nada a nos culpar
Trajado de padre te chamo de louca, gótica ou roqueira
E enfio na tua buceta o dedo maior com anel de caveira.

Ontem beijei outra pensando estar gozando em teu rosto
E sorri achando a que traição não é apenas de desgosto
Mas aquela buceta não era a tua, então a quem eu traí
Se queria te foder naquela hora e em tentação eu caí?

Conheço formas de fazer-te delirar e te faria esporrar
E com meus dedos de tua buceta o liquido fino espirrar
Há uma série de prazeres que não se permite a distância
E se há o desejo e a razão, falta o local e a circunstância.


Parte 3 – A Depilada

Deveras sabida minha paixão por bucetas depiladas
Lisas feito faces de anjos, joias raras lapidadas
É nelas que afundo minha a cara e a língua ferina
Despertando com loucura toda a tua fúria uterina.

E a tua tatuagem, desenhada na pele do teu braço
Retorna a minha mente história além de um abraço
Se gostas da dor das agulhas rasgando a epiderme
Suportarás dores maiores, a fazer de mim o verme.

Buceta depilada, tatuagem e unhas finas desenhadas
A puta maldita te assemelhas, a putas desgrenhadas
E se eu possuísse tanto dinheiro na conta bancária
Te pagaria por horas, cadela doméstica autoritária.

Ao teu quadril renderia graças, à tua bunda beijos
Te comeria de manhã com pão, leite e finos queijos
E quero, falando em buceta depilada e em tatuagem
Estampar tal sudário na tua "testa" a minha imagem.


Parte 4 - A Condição

Sabes por mim, que poeta é daqueles que não dormem
Faz poemas e bate punheta enquanto outros te comem
Mas jamais o tenha por tolo, com isso não seja enganada
Pois saberá o poeta foder gostoso a tua buceta depilada.

Tem o poeta sua língua como instrumento de trabalho
E a minha te ofereço, quanto meus dedos e o caralho
Então acaso não conheças a delicia de um cu lambido
Terás de minha língua úmida um prazer não concebido.

Quero enfim, de fato e sem nenhuma espécie de poesia
Dizer que quero é te foder, falta em mim a hipocrisia
E diante de um corpo delicioso, macio e sem defeitos
Foda-se a poesia, quero gozar no meio dos teus peitos.

Poderia foder-te inteira, lamber teu o cu e tua bunda
Te chamar de freira, camareira, roqueira ou vagabunda
Mas como és apenas ilusão de computador, tola miragem
Escrevo poemas, deito e bato uma punheta à tua imagem.


Parte 5 - A Resposta

Mas agora ao de saber o que diria um poeta à distância
Sobre teu corpo frente ao espelho, em ultima instância
Enfie seus dedos na vulva úmida, cheia de negros pelos
Lembre destas rimas e solte seus mais hediondos apelos.

Agora imagine o poeta sussurrando poemas de pau duro
E apertando a tua bunda e penetrando com jeito seguro
Pense nas palavras do poema entrando em seus ouvidos
Enquanto gozas em litros teus orgasmos não resolvidos.

Feche os olhos agora, esqueça o poema e lembra do poeta
Aquele que mexe com teu útero, e a teus instintos afeta
Lembra do homem que escreve poemas segurando o pinto
Sujando de esperma amarela as paredes brancas do recinto.

Quando gozar não tenha receio de foder com a imaginação
Pois o orgasmo é sua bandeira e seu poder de libertação
Mas antes do poema acabar, deixo-a pensando sobre prazer
E sobre todas as putarias que um poeta poderia te dizer.


Parte 6 - A Trepada
A ser escrita pós consumação.

10/02/2015

08/02/2015

Poesia em Preto e Branco

Poesia em Preto e Branco
(Inspirado por uma entrevista de Ciro Pessoa)
111º do livro "Troco Poesia Por Dinamite" - Gatos & Alfaces Artesanato de Livros.

Desenho: "Senhor e Senhora Cichetto", por Diego El Khouri, 2013

Minha poesia não tem cor, nenhuma imagem frutacor
Arco-íris nem pensar, flores de plástico, jardim incolor
Produzida originalmente em preto e branco minha arte
Nuvem negra, chuva branca e putas incolores de Marte.

Em preto e branco é minha imagem refletida no espelho
Branco e preto minha bandeira, morte ao pano vermelho
Sem cor é minha paixão, só uma descolorida impressão
Coqueiros na praia balançam aos ventos da depressão.

Não há cor em mim, não há cor em minha amada buceta
Amo minha "mulher ampulheta", minha mulher a punheta
E se ao riscar a um fósforo, enxergo a chama descolorida
Penso que apenas no fogo existe a cor, realidade dolorida.

Acendo um cigarro e olho a fumaça branca desaparecer
Não é apenas a poesia a não ter cor, não posso esquecer
Sou eu mesmo ser tão sem cor que não deixo entrar a luz
E nos tempos coloridos, o preto e branco é o que me reluz.

08/02/2015

29/01/2015

Troco Poesia Por Dinamite

Troco Poesia Por Dinamite
Poesia
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros - 2015
111 Poemas - 224 Páginas
Prefácios: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Arte da Contracapa: Nua Estrela

07/12/2014

Carta aos Poetas Modernos

Carta aos Poetas Modernos
Barata Cichetto
Do Livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2014
Direitos Autorais - Registrado no E.D.A.
Cópia e Reprodução Apenas Sob Autorização do Autor

1 -
Poemas são apenas um enorme tormento ao poeta
Ser que não é um artista e sequer nenhum profeta
Vigaristas é o que são, seres malditos em existência
Achando que de fato são heróis da uma resistência.

Que direito tem esses idiotas de falar sobre miséria e pobreza
Enquanto o jantar de amanhã é o que lhe causa uma tristeza?
Uma hipocrisia santa que lhes serve de consolo no colo materno
E que pode livrá-los das trevas e das chamas quentes do Inferno.

Falam esses hipócritas em nome de oprimidos e da dor
Mas a minha curei ontem com comprimidos de Anador
E são tão pobres que desconhecem os preços do aluguel
Mas ainda carecem do mapa com o endereço do bordel.

Que tolos que são os modernos poetas feitos por computadores
Feitos de lógicas e sonhos programados por poderosos ditadores
Não são poetas, são apenas lógicas binárias friamente calculadas
Buscando liberdade dentro de sociedades regiamente reguladas.


2 -
Sonham ir á África ou quem sabe temporadas no Inferno
Mas no fim não abrem mão de sua gravata e de seu terno
Apenas bobos fingindo brindar a liberdade e a putaria total
E que não conhecem das putas sequer um segredo imortal.

Pensam que um Charles era bêbado e o outro era satanista
Mas de Augusto nunca leram nem o "Sonho de Um Monista"
E se lessem falariam merda sem entender sequer um verso
Achando que o esqueleto ao lado era a sibarita do Universo.

Sonham com Paris e cabarés enfumaçados cheirando o ópio
Mas esquecem que na esquina tem um velho fedendo a ódio
E que sua poesia é mais viva que as escritas pelos franceses
Pois não está vivo aquele que nunca morreu diversas vezes.

E sonham de fato o feito de Rimbaud em serem mercenários
Ganhando um bom dinheiro e guardando em seus armários
São tolos que enganam tolos, e sua poesia não é um alimento
E não são nem tão belos que mereçam ter um belo aumento.


3 -
As lembranças lhes causam apatia, reverência lhes é conflitante
Pois almejam o poder sobre aquilo que pode lhes ser cintilante
Assim, a poesia que morreu há meio século sem decente funeral
Deixou por herança bastardos tolos comandados por um general.

Mas a tolice lhes cai muito bem, parceira que é da plena ignorância
Perfeita roupa que combina com sapatos da cor de sua arrogância
Sonhando com uma revolução socialista com estrela rubra na testa
Pois roubar o fruto do suor alheio é somente àquilo que lhes resta.

Malditos sejam, poetas que se alcunham malditos, pela eternidade
Pois jamais o tempo lhe trará o reconhecimento com a perenidade
E se malditos desejam que malditos sejam pelo resto de suas vidas
Pois jamais serão poetas, com as besteiras sujas e pouco atrevidas.

Jamais lhes contaria minhas histórias que não querem sequer ouvir
E se filhos dos seus filhos saberão de como da minha arte se servir
Seus bastardos netos jamais terão a honra de sua herança de glória
Pois foi minha a busca e seu o encontro e da minha vida sua história.

4 -
Disseram que a velhice moeu-me a lucidez e que mata-me a inveja
De uma juventude que já foi minha e hoje a eles o que lhes enseja
Mas se posto que isso já fui, e velhos talvez eles nunca venham a ser
Meu sono é tranquilo pensando que esses tolos fui eu que fiz nascer.

Quanto da inocência de poetas que pensam que são livres, eu sorrio
Sua tolice e insensatez é apenas comparada a uma criança com frio
E quando rimam a liberdade com felicidade, maior o meu gargalhar
Achando que em bucetas peludas nunca fizeram a cabeça mergulhar.

E realmente a poesia ao poeta moderno é apenas um belo tormento
Mas é dela que o pedante sorrateiro retira a seu ego o bom alimento
Esperando um cu cheiroso e umas notas de dinheiro por sua poesia
Sem saber que ela irá lhe cobrar um preço furioso pela sua hipocrisia.

E que ódio tenho de moleques em fraldas, catarrentos e ofendidos
Com suas poesias infames debaixo dos braços suarentos e fedidos
Achando que o planeta precisa de sua mesmice e de seu estoicismo
Marchando eretos e céleres em busca do Santo Graal do Socialismo.

5 -
Fingem-se de lúdicos, amaldiçoam pudicos e amealham a simpatia
E chegando em casa vão ao banheiro bater uma punheta para a tia
São torpes e miseráveis e sua poesia é apenas um trauma de infância
Enterrado bem fundo na mente e sufocado por uma pura ignorância.

Ficam pelados em publico, de pau duro a que chamam de caralho
Sem saber quanto custaria a sua nudez se tivessem de ter trabalho
E se a tolice e vaidade não lhes custa preço pois não sabem o valor
Tiram as roupas sem motivo, pois apenas não querem sentir calor.

E são tão tolos esses que se definem como poetas revolucionários
Não pensam que dos ditadores são apenas mal pagos funcionários
Esbravejando e arrotando cerveja podre e maconha que entorpece
Enquanto seu proprietário arrota escocês como ato que enobrece.

Quanta tolice chamam de poesia, quanto romantismo de punhetas
Cometem tolos versos românticos pensando em comer as bucetas
E de tão tolos que são, pensam que ser poeta é foder putas de graça
Mas não entendem que trepar é bem mais que puro ato de trapaça.

6 -
E agora, nobre e tolo falso poeta, preste atenção ao meu desabafo
Pois que fodi com as putas mortas e em Lesbos com a poetisa Safo
Eu sim, que posso ter comido a sua mãe em um bacanal surrealista
Sim eu, que comi muita bunda antes de sonhares em ser um artista.

Portanto acham que sou eu o tolo, o amargo e o frustrado sem cura
Que meu tempo passou, que minha poesia é antiquada e linha dura
Mas ainda sei escrever com caneta e com um carvão se for preciso
E ainda serei lido no escuro, no obscuro quarto de um ser indeciso.

E quanto a ti, caro poeta das tecnologias patentes da modernidade
Pensas que lhe sobrará um lampejo quando morrer a eletricidade?
Decerto serei morto, como falecido sou desde os primeiros poemas
Mas é certo também que a morte será o menor dos seus problemas.

Crêem que sou arrogante e que prepotência é minha marca na testa
Mas eu conheço como separar o que é bom daquilo que não presta
E se acredito que serei eterno é porque morri um minuto a cada dia
Mas não fiz da minha existência ato de misericórdia nem de covardia.

14/03/2014

16/10/2014

Ausência (Animal Serenade)

Ausência
(Animal Serenade)
Barata Cichetto
"Busco um abrigo das tempestades vermelhas quase invisíveis" - Joanna Franko

Ando deprimido e obscuro feito sombra de um burro cansado
Cabisbaixo feito lesma e mal afortunado feito ao feto abortado.
E entre ser a sombra de um asno ou torto igual um desgraçado
Prefiro estar morto, teso e fétido por meus pesadelos derrotado.

Quando desapareci feito sombra, ninguém sentiu falta de mim
E quando morri feito um aborto, ninguém pensou ser meu fim.
Mas já que eu era morto, obscuro e torto, fui sem jamais ter ido
E ninguém lembrou que eu era, então eu fui sem jamais ter sido.

16/10/2014

10/10/2014

O.C.U. (Ordem da Convergência Universal)

O.C.U.
(Ordem da Convergência Universal)
(De Uma Conversa Com Nua Estrela)
Barata Cichetto

Tenho a sorte de não ter sorte, pois se a tivesse por sina
Pouco sobraria de meu desejo insano, da fúria assassina.

Ah, a sorte, simplista e inocente, pura e inconsequente
Vaticina que é dor, uma dor que a gente nunca sente.

E se por sorte entendemos o que é convergência pura
Realidade que converge de fatos de realidade segura.

Ah, sim, por sorte não sou um sujeito que comigo a tenha
E apenas por um golpe de sorte, espero que nunca venha.

A sorte é a rima da morte, por decreto do incerto
E preconizo que elas nunca me estejam por perto.

Mas, enfim, por sorte ainda tenho o dom ou a ironia
Vingança que seja, mas que ainda chamo de poesia.

10/10/2014