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19/09/2012

Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 2


Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 2
Luiz Carlos Barata Cichetto
Crédito da Imagem;  Wikimedia Commons
Led Zeppelin era uma banda de gigantes sim. E mesmo achando que Robert Plant com sua voz “falseteada” destoava do restante, ainda assim sempre a considerei como uma banda genial. Bonhan seguramente um dos maiores bateristas do mundo, possivelmente o maior deles; Jones um multinstrumentista de uma capacidade imensa, apesar dessa capacidade ter sido posteriormente contestada por seu ex-companheiro. E Page  um guitarrista que conseguia ser praticamente perfeito, beirando a genialidade. Led era quase perfeito em tudo, em criatividade, capacidade musical, coerência estética... E foi perfeito até mesmo no momento de acabar, fazendo-o no momento em lançaram um disco fraco, o mais fraco da carreira da banda e que dava a entender que estariam indo para o lado Pop da Força, e depois da  morte de um componente fundamental.  E essa coerência, esse respeito ao ícone, a imagem da banda e principalmente a seus seguidores foi que me fez manter o mais alto grau de respeito a eles. Enfim, Led Zeppelin foi um dos mais belos e diletos filhos que o Rock criara. 

Mas porque uma banda com tantos predicados, com tanto talento, com tanta coerência precisaria recorrer ao expediente de copiar musicas alheias? Porque uma banda formada por músicos de tanta capacidade em ter seu próprio ouro precisou recorrer ao ouro alheio? Esta foi a pergunta que me fiz nos últimos dez anos, quando comecei a ter informações sobre as musicas que eles teriam se apropriado. A resposta, talvez seja falha de caráter, talvez falta de capacidade (essa mesma que sempre julguei enorme), talvez um monte de outras coisas, mas o fato inegável é a semelhança entre as 20 e tantas musicas que indico neste texto. Todas elas compostas antes por outras pessoas e copiadas, em alguns casos integralmente. E antes dos meus detratores, já vou logo dizendo: Led Zeppelin é uma das maiores bandas do mundo? Sim, é sim! E não deixo de pensar assim. É! E poderia ser simplesmente a maior, a não ser pelos plágios. Aliás, muitas outras bandas e artistas poderiam ter sido os maiores e melhores se não fossem seus erros, o que não lhes retira o brilho, apenas os ofusca; que não lhes tira o lugar na história, mas simplesmente os coloca no lugar em que se encontram todos os seres humanos, nem acima nem abaixo. Os deuses só existem para quem neles se creem cegamente! 

Fechar os olhos a isso, com justificativas do tipo: "Ele é um gênio, ele pode!", "Ah, mas ele fez muitas coisas geniais", "É uma lenda, um mito, então tudo bem!" e coisas parecidas, justificando o injustificável, é muito mais que burrice, é irresponsabilidade. Serão estas mesmas pessoas que cobram um mundo melhor, que criticam a corrupção pelas redes sociais? Sim, porque justificar esses atos, de quem quer que seja, mesmo de "ídolos" é aceitar o "Rouba, mas faz", o "Estupra mas não mata!" e outras... Ou o querido e estimado leitor acha que seu ídolo do Rock está acima da moral e da ética? 

Cópias Infiéis – Parte 2

: -  Spirit
"Taurus" é uma musica instrumental, composta por Randy California, guitarrista, cantor e líder da banda americana "Spirit" lançada em seu disco de estréia auto-intitulado, em 1968. O disco foi gravado em Novembro de 1967. Em sua primeira turnê americana, em 1968/69 o Zeppelin abriu para o Spirit, deixando pouca dúvida de que o Led Zeppelin tinha ouvido a música antes de "compor "Stairway to Heaven”. No encarte da reedição do disco em 1996, California escreveu: "As pessoas sempre me perguntam por que "Stairway to Heaven" soa exatamente como 'Taurus', que foi lançada dois anos antes. (...). Eles abriram para nós em sua primeira turnê norte-americana."
* "Taurus" (Faixa 4 de "Spirit" - 1968)
> "Stairway To Heaven" (Faixa 4/Lado A de "Led Zeppelin" (4) - 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant".
Há também algumas referencias que citam “Yellow Rose” da banda The Blues Magoos como "base" da musica, mas embora existam algumas semelhanças, não a consideraria. Aliás, esta banda tem um histórico de Cópia Infiel: Eles plagiaram a versão de Ricky Nelson para "Summertime" e gravaram "(We Ain´t Got) Nothing Yet", posteriormente plagiada descaradamente por Ritchie Blackmore em "Black Night".

Comentário: Uma das músicas mais conhecidas, tocadas, regravadas da história do Rock é simplesmente um plágio dos mais descarados. Ai, meus sais!
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: - Jake Holmes
Jake Holmes (1939, San Francisco, Califórnia) é cantor e compositor e começou sua carreira musical na década de 1960. Atualmente mais conhecido como o autor original da música "Dazed and Confused", ele também compôs "jingles" publicitários, até para o recrutamento do Exército Americano "Be All That You Can Be" no final de 1970 e para a industria de bebidas.

A história do plágio de "Dazed and Confused" é um tanto conhecida e conta que Holmes abriu um show do Yardbirds (banda de Jimmy Page antes do Led Zeppelin) em 1967, mesmo ano em que foi registrada por seu autor. Pouco tempo depois o Yardbirds passou a tocar a música, hora com o titulo de “Dazed and Confused”, hora como “I'm Confused" com a letra ligeiramente modificada. Estranhamente apenas em 2010, 40 anos depois da musica ter sido "copiada", Holmes decidiu abrir um processo por plágio contra o Led Zeppelin, reinvidicando um total de quase um milhão de dólares. Claro que em entrevistas, Page, como sempre, tem negado sequer conhecer Holmes.  “Não sei nada sobre isso. Eu nunca havia escutado Jake Holmes, então eu não sei de nada. Geralmente, meus ‘riffs’ são bem originais”, disse o guitarrista. Mas, de acordo com Jim McCarthy, ex-baterista do Yardbirds, Page estava bastante interessado em fazer a gravação da canção com o antigo grupo: “Estávamos decididos a fazer uma versão. Trabalhamos juntos, com Jimmy Page contribuindo com seus riffs de guitarra no meio dela.”, afirmou McCarthy. Entretanto, segundo o jornal "The Guardian", Jake Holmes tem poucas chances de ganhar o caso, pois, segundo as leis britânicas, um músico só pode reivindicar direitos em um período de 3 anos depois de gravada a canção. Holmes declarou: "Aquele foi o momento mais infame de toda a minha vida, quando a canção caiu nas graças de Jimmy Page”.
* "Dazed And Confused" (Do Disco "The Above Ground Sound" -1967)
> "Dazed And Confused" (Faixa 4/Lado A de "Led Zeppelin" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page".
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: - Tiny Bradshaw 
"Train Kept A Rollin'" é considerada a primeira música que o Led Zeppelin tocou, em 1968. A musica não faz parte da discografia oficial da banda, mas aparece em uma série de "bootlegs" de gravações de shows. Em alguns deles, a referência de autoria é da dupla "Page/Plant"). Muitas outras bandas, como Aerosmith, Jeff Beck e Metallica gravaram, mas sempre atribuindo o autor como Bradshaw, que originalmente a gravou em 1951 com a sua “Bradshaw's Big Band”. Mas a história desse plágio remonta a época do Yardbirds. Em 1965 na primeira gravação da musica de Bradshaw, o autor foi creditado corretamente, mas no ano seguinte, quando o cineasta Michelangelo Antonioni chamou o grupo para gravar uma cena no filme "Blow-Up", para evitar os direitos autorais, o vocalista da banda Keith Relf teve a idéia de mudar parte da letra e o nome da música para "Stroll On", nome que aparece também em alguns "piratas" do Led.
* "Train Kept A Rollin'" - (Faixa 6 de "Bradshaw's Big Band" - 1951)
"Train Kept A Rollin'" -  (Faixas diversas em discografia paralela) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page,Plant"
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: - Domínio Público
Muitas das musicas “compostas” por Jimmy Page são de fato de domínio público. Canções criadas ao longo dos tempos por autores anônimos e passadas de boca em boca pelos tempos afora. Algumas já tinha sido apropriadas por outros antes dele, outras foram ”tomadas”  de seus “donos”, sem a menor cerimônia.

* "In My Time Of Dying"
Também conhecida como "Jesus Gonna Make Up My Dying Bed", música de domínio público que tem a primeira referencia de gravação por Blind Willie Johnson (1927). Muitos outros artistas gravaram a musica: Charlie Patton (1929), Josh White (1933), Bob Dylan (1962), John Sebastian (1971), John Fahey (1971).  
* "In My Time Of Dying (Jesus Gonna Make Up My Dying Bed" - Blind Willie Johnson (1927)
> "In My Time Of Dying" - (Faixa 3/Lado 1 de "Physical Graffiti" - 1975) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant, Jones, Bonham)".
Comentário Geral Para o Tópico "Domínio Público": É o fim da picada. O suprassumo da falta de caráter.
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* "Babe, I'm Gonna Leave You"
É uma música de domínio público que Anne Bredon "adaptou" em 1951 e Joan Baez gravou em 1962 em seu disco "Live In Concert".
* "Babe, I'm Gonna Leave You - ("Joan Baez In Concert" - 1962)
> "Babe I'm Gonna Leave You" -  (Faixa 2/Lado A de "Led Zeppelin" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Anne Bredon, Page, Robert Plant".
Comentário: Alguém pega uma música de domínio público e se coloca como autor, depois outro alguém apanha a mesma música, grava exatamente igual e acrescenta seu nome como co-autor. Que nome daremos a isso? 
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* "White Summer" (Original: "She Moved Through The Fair")
Canção tradicional irlandesa, sendo que a primeira gravação é de Davey Graham, de 1962. Grahan é foi um dos grandes guitarristas ingleses admitidos como grande influência de Page.
* "She Moved Through the Fair" (Davey Graham, de 1962)
> "White Summer"  - As primeiras gravações do Led Zeppelin constam no "bootleg" "White Summer ~ Live 1969", posteriormente foi incluída numa reedição em CD de "Coda", em 1993, num "medley" com "Black Mountain Side", outra canção de domínio público. - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page".
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"Black Mountain Side" 
Canção tradicional, de domínio público. O “riff” principal é igual ao da música "Blackwater Side" de Annie Briggs, que muitos referenciam como sendo a mesma Anne Bredon, "autora" de "Babe I'm Gonna Leave You". Gravada anteriormente por Bert Jansch.
* "Blackwater Side" - (Faixa 7 Do Disco "Jack Orion" de Bert Jansch - 1966)
> "Black Mountain Side" - (Faixa 2/Lado B de "Led Zeppelin" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page".
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 "Gallows Pole" (Original: "Gallis Pole")
É a canção folclórica "The Maid Freed from the Gallows" que teve a  primeira gravação em disco feita por Leadbelly, um dos maiores artistas de Blues americano de todos os tempo, sem 1939 como "Gallis Pole" . Page diz que sua versão foi baseada no cover feito por Fred Gerlach.
* "Gallis Pole" (Compacto 1939)
> "Gallows Pole" (Faixa 1/Lado B de "Led Zeppelin III" - 1970) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page,Plant"
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"How Many More Times"
James Patrick Page, nosso querido e amado Jimmy é realmente um sujeito genial... Genialmente esperto! E nessa ele realmente se superou: pegou partes de quatro musicas diferentes: "How Many More Years" (Howlin' Wolf), "The Hunter" (Albert King), "Beck's Bolero" (Jeff Beck) e finalmente, o nome inteiro e a base de uma musica gravada por Gary Farr & The T-Bones, gravada em 1964. Esta musica também seria também parcialmente surrupiada por Raul Seixas em “Loteria da Babilônia”
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Outras Coisas:
Alguns sites citam ainda outras musicas como sendo "plágios". Embora existam semelhanças entre as musicas citadas, particularmente não enquadraria como "Cópia Infiel", pois credito a influencia pura ou "mera coincidência" em alguns casos e fatores irrelevantes, como apenas arranjo vocal. Mas já que estamos no barco...
- "Thank You" - > "Dear Mr. Fantasy" - Traffic.
- "Black Dog" - > "Oh Well" - Fleetwood Mac.
- "Communication Breakdown" > "Nervous Breakdown" - Eddie Cochran.
- "Tangerine" - "Knowing That I'm Losing You" - The Yardbirds (Nesse caso não tem nada a ver, pois Page era integrante do Yardbirds e ao que se sabe compôs mesmo a musica, apenas trocou o nome quando gravou com o Led.)
- "We're Gonna Groove" - Ben E. King e James Bethea (Também não tem sentido atribuírem a plágio, pois a autoria (em "Coda" está creditada aos autores.)
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Notas Finais: 

Existem muitas matérias a respeito dos plágios do Led Zeppelin, particularmente por seu guitarrista e "compositor" mor. Mesmo no Whiplash. Mas a maioria não cita dados e comete algumas falhas, ao atribuir como autor o cantor, mesmo nos casos de domínio público. Decidi por uma pesquisa mais abrangente e que demonstrasse claramente as "semelhanças". Foram semanas de pesquisa, escrita e edição. Mas o que mais me chama a atenção é que na maior parte dessas listas, o autor acaba escorregando na reverência à banda e "perdoando". Afirmações do tipo "Led fez isso, mas isso não ofusca seu brilho." "Led pode, é intocável!", acaba por me remeter a mesma coisa que escrevi em um artigo anterior sobre o mesmo assunto. E poderíamos então admitir: O Led "rouba mas faz!" É isso?

E pensem, acima de tudo, que o fanatismo, na maioria das vezes destrói não apenas o homem, mas sua obra e por fim o próprio mito. O fanatismo devora a tudo em sua frente, até chegar a seu próprio objeto.

9/9/2012
E não percam: Cópia Infiel – Ato 3 - Ritchie Blackmore & Deep Purple

14/09/2012

Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 1


Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 1
Luiz Carlos "Barata" Cichetto
Imagem: Wikimedia Commons

O Led Zeppelin (1968/1980) não tem uma discografia muito extensa. Em seus pouco mais de 12 anos de existência lançou apenas 10 discos, incluídos uma coletânea e um disco ao vivo. Nesses discos, foram gravadas pouco mais de 80 músicas, sendo que destas, quase 30 (trinta) são consideradas plágio, parcial ou totalmente, sendo que ao longo dos anos a banda e seus integrantes, particularmente James Patrick Page, sendo algo de processos. Uma proporção muito perigosa para uma banda considerada como uma das melhores do Rock de Todos os Tempos. Tecnicamente, um plágio musical é considerado quando há uma sequência de 8 compassos idênticos, mas deixo de lado a questão, por falta de conhecimento na área. Considerarei o histórico e a semelhança entre a original e a “Cópia Infiel”. E é isso que importa, no final. E antes de qualquer coisa, quero avisar que, antes deste artigo ser publicado na Internet foi registrado no Escritório de Direitos Autorais, como todos os outros de minha autoria o são. Nem pense em plagiar! Acaso queira publicar, informe e cite autor e fonte. 

Antes de começar, quero dedicar este parágrafo deste artigo a um idiota.  Normalmente idiotas não merecem um parágrafo, mas este, por ter se dado ao trabalho de escrever uma "Carta Aberta" endereçada a mim estaria num grau mais elevado na escala. Tomei conhecimento da tal carta não porque a tenha recebido, mas por um "Alerta do Google".  Um ser que se auto-explica com uma conclusão de que “seus instintos não tem cérebro”, não mereceria nem ser lido, mas fiquei curioso em saber o que tal ameba pensa... Não que eu preocupe com o que pensam as amebas, mas é que minha mãe me ensinou a respeitar todas as formas de vida. Então, o cidadão começa logo ameaçando, afirmando que escreve não como fã, mas como jornalista, deixando clara sua prepotência, achando que o fato de ter cursado uma faculdade de jornalismo dá a ele o direito de ser dono da verdade, não apenas da sua verdade, mas também da minha. Informação e cultura não se aprende apenas na escola e jornalismo não é ciência. Caras assim não se conformam em perder seu status de dominadores da opinião publica, sentados em cima de seus rabos perfumados em redações de jornais e estúdios de televisão. Não se conformam com o fato de não dependermos mais apenas deles para nos informar e formar nossas próprias opiniões.  Até comecei a ler com respeito a opinião escrita no blog dele, mas quando li a frase: "E, como se trata de um texto seu, é claro que também está errado." Simplesmente desisti. Afinal, é apenas um cidadão que sequer coloca seu nome verdadeiro no blog e publica também uma Carta Aberta a ele mesmo, claro, com elogios rasgados à sua própria pessoa... Não sei, mas tenho a impressão que gastei um bom tempo dando atenção... a uma ameba vaidosa. Mas é que minha mãe... Ah, mãe! Pô!

Acredito que o leitor de cabeça aberta, com o cérebro não carcomido pela influência nefasta daqueles que ditam o pensar alheio, saberá entender que o que estou colocando neste e nos outros artigos é a minha opinião pessoal. E antes também que olhem o texto da minha biografia, onde falo que cresci escutando Led Zeppelin e que portanto estaria sendo incoerente, deixo claro uma coisa: sim, cresci escutando Led e até hoje ainda escuto. Comprei todos os discos, boa parte deles no momento em que saíram. Escutei centenas, milhares de vezes todas as musicas, procurei suas referencias musicais, artísticas e intelectuais, assisti dezenas de vezes o filme "The Songs Remains The Same". Além disso, o eremita (aquilo é um eremita, não um mago nem um bruxo, por favor) se transformou num símbolo esotérico forte para mim. E por fim, Led Zeppelin foi a única banda que usei em uma camiseta. E ainda no ano de 2012, escrevi um texto para a edição de um livro sobre a banda, escrito pelo psicoterapeuta, musico e escritor Amyr Cantusio Jr.

E esses fatos e argumentos me dão o direito de falar de Led Zeppelin da forma que eu quiser.  Como, aliás, a qualquer pessoa cabe o direito de falar sobre figuras publicas. Artistas não são deuses, música não é religião. Fanatismo é idiotice. E os nossos ídolos podem e devem ser cobrados, questionados, pilheriados. E até mesmo chamados de chatos, feios e bobos se quisermos. Para a maioria nunca deixarão de ser ídolos intocáveis, vacas sagradas, mas aqueles que ainda têm seu cérebro operando acima do necessário de cumprir as funções vitais como comer e beber entenderão o que falo. É preciso, portanto deixar o fanatismo de lado momentaneamente e enxergar meus de duas formas. Em primeiro lugar, o fato de apontar defeitos em um artista não quer dizer que eu o acho um bosta (em alguns casos acho mesmo), mas simplesmente o que faço é apontar as falhas e as divergências entre a obra e o artista (não, não sejam tolos, o artista e a obra são uma coisa só, e é isso o que difere o gênio da fraude, ou simplesmente do ser comum). Em segundo lugar, quando uso fatos para compor minha análise é com base em pesquisas, em noticias que foram divulgadas por vários meios de comunicação. Não invento nada. Se as fontes estavam corretas ou não, ai é outra questão. Como por exemplo, história do Kiss ser ou não uma resposta americana ao Secos e Molhados, na época foi matéria de jornal e está presente nas falas dos integrantes da banda brasileira e em muitos sites. Claro que a versão oficial dada por Gene Simmons, jamais irá confirmar isso e ninguém terá como provar nem uma nem a outra versão. 

Esclarecidas certas questões importantes, que, aliás, eu duvido que a maioria esteja lendo, pois irão direto a lista de musicas... Ou nem isso, irão pegar o titulo, a chamada da matéria e descer a lenha, fazendo associações esdrúxulas e partindo para a ofensa pessoal, espero poder agora tranquilamente dissertar sobre o assunto a que me propus: os plágios do Led Zeppelin. Pouco me importa se irão concordar e usar a educação que seus berços lhes proporcionou, o que importa é que estou exercendo meu sagrado direito à opinião e principalmente o direito de pensamento e de ação, da forma que minhas experiências me conduzem. Não há vacas sagradas e eu não contemplo o oceano com seus cardumes de peixes, contemplo as ondas, agitadas e perigosas que arrebentam na praia. 


Cópias Infiéis – Parte 1
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: - Bert Jansch:
Herbert Jansch, conhecido por Bert Jansch, foi um músico escocês, ex-integrante da banda Pentangle, morto em 2011 aos 67 anos. Lendário compositor e guitarrista, largamente reconhecido como um dos músicos mais influentes de todos os tempos. Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", Jimmy Page lembrou ser "absolutamente obcecado por Bert Jansch".  

*  "Blackwater Side" (Faixa 7 do disco "Jack Orion" - 1966) 
> "Black Mountain Side" (Faixa 2/Lado B do Disco "Led Zeppelin" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page"

* "Go Your Way My Love" (Faixa 1 de "Nicola" - 1967)
> "Going To California" (Faixa 3/Lado B de "Led Zeppelin" (4) – 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant".

* "The Waggoner's Lad" (Faixa 1 do disco "Jack Orion" - 1966) 
> "Bron-Y-Aur Stomp" (Faixa 4/Lado B de "Led Zeppelin III"  - 1970 - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Jones, Page, Plant"
(Sobre esta música: Robert Plant declarou: "'Bron-Yr-Aur' foi um lugar fantástico no meio do nada, sem instalações, etc e era incrível o que poderíamos fazer naquele ambiente. (...). Jimmy estava ouvindo Davey Graham e Bert Jansch e estava experimentando com afinações diferentes.")

Comentário: A declaração de Page a respeito de Jansch feita por ocasião de sua morte em 2011: "Eu estava absolutamente obcecado por Bert Jansch Quando ouvi pela primeira vez que seu primeiro LP em 1965, eu não podia acreditar que ele estava tão à frente do que todo mundo estava fazendo. Ninguém. na América poderia tocar isso. ". Disse tudo isso, mas devolver a autoria das musicas surrupiadas, que rendeu e rende a ele e seus companheiros de banda muita grana, isso parece que não faz parte da reverência.
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: - Blind Willie Johnson:
"Blind" Willie Johnson nasceu em 1897 e morreu em 1945, no Texas. Foi um cantor e guitarrista afro-americano. A despeito de suas letras serem de cunho religioso, sua a música ultrapassou a barreira do gênero. Johnson era cego.

* "It's Nobody's Fault But Mine" (Disco de 78 RPM Gravado em 1927)
> "Nobody's Fault But Mine" (Faixa 1/Lado B de "Presence" - 1976) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant".
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: - Bobby Parker:
Bobby Parker nascido em 1937 em Lafayette, Louisiana é um guitarrista de Blues-Rock

* "Watch Your Step" (Compacto Simples de 1961)
> "Moby Dick" (Faixa 4/Lado B de "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Bonham, Jones, Page"

Comentário: A história é que os músicos do LZ afirmam que a música de Parker teria sido a "inspiração" para "Moby Dick", tendo isso até mesmo gerado um contrato do bluesman com a Atlantic Records. Mas uma audição da musica original (que tem letra), principalmente da primeira parte, demonstra que é muito mais que isso. E a referencia a isso continua sendo ignorada.
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: -  Bukka White
Nascido Booker T. Washington White em 1909  e morto em 1977 foi um cantor e guitarrista de Blues. "Bukka" não era um apelido, mas um erro de grafia de seu nome cometido pela gravadora Vocalion Records. Booker era primo de B.B.King. "Shake 'Em On Down" foi gravada em 1937 quando ele estava preso cumprindo pena por assalto.

* "Shake 'Em On Down" (Lado B de Compacto Simples - 1937)
> "Hats Off To (Roy) Harper" (Faixa 5/Lado B de "Led Zeppelin III" - 1970) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Charles Obscure"

Comentário: Segundo a informação oficial "Charles Obscure", era um pseudônimo “humorístico” de Page. A "versão" do humorista Page mistura trechos de vários blues tradicionais, sendo que a musica de White tem o maior numero de "pedaços" usados. E foi Bukka quem foi preso por assalto... 
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: -  Howlin' Wolf
Chester Arthur Burnett (1910/1976), mais conhecido como Howlin' Wolf, cantor, compositor e guitarrista de blues. Um dos mais significativos cantores de blues de Chicago. Juntamente com, Sonny Boy Williamson II e Muddy Waters são citados como os maiores músicos de blues do mundo. O Led Zeppelin tocou "Killing Floor" ao vivo em 1968, sendo que em algumas apresentações iniciais Robert Plant anunciou a canção como "Killing Floor" e as primeiras prensagens do disco na Inglaterra ainda tinham esse nome. Após a ação legal impetrada pela editora Howlin 'Wolf, seu nome foi acrescentado aos créditos. A "versão" do Led Zeppelin tem em um ritmo mais lento e com palavras diferentes na letra, que é de fato de uma outra música, "Squeeze My Lemon" de Robert Johnson, que este também teria roubado da música "She Squeezed My Lemon" de Art McKay. Em algumas edições do álbum do Led Zeppelin a musica aparece como "Killing Floor".

* "Killing Floor" (Compacto - 1964)
> "The Lemon Song" (Faixa 3/Lado A de "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Bonham, Jones, Page, Plant" (Posteriormente acrescentado o nome de Howlin' Wolf).
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: -  Perry Bradford e Little Richard 
Perry Bradford (1893/1970 foi um compositor norte-americano que em 1920 compôs "Keep A-Knockin' (But You Can't Come In)". A musica foi gravada por inúmeros cantores e naquela década e nas posteriores fez muito sucesso. Em 1957, Little Richard, considerado um dos pais (ou uma das mães) do Rock, gravou a versão que foi a base completa, principalmente na introdução, de um dos maiores "hits" do Led Zeppelin: "Rock'n'Roll". Na gravação de Richard, o baterista era Charles Connor, e a introdução de bateria foi também copiada por Earl Palmer na gravação de "Somethin' Else" por Eddie Cochran, antes da gravação do Led Zeppelin. 

* "Keep A Knockin'" (Lado A de Compacto -1957)
> "Rock And Roll" (Faixa 2/Lado A de "Led Zeppelin" (4) - 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant, Jones e John Bonham"
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: -  Memphis Minnie
Memphis Minnie (1897/1973) Cantora e compositora americana de blues. Nascida Lizzie Douglas em Argel, Louisiana, Minnie foi uma pioneira das guitarristas e um dos músicos de blues mais influentes  de todos os tempos.  Em 1980, foi incluida no "The Blues Foundation's Hall of Fame". Mas, o fato é que ela lembrada atualmente "por ter escrito uma música chamada "When the Levee Breaks", que, com letra e melodia ligeiramente alteradas".

* "When The Levee Breaks" (Gravação de Memphis Minnie e Kansas Joe McCoy - 1929)
> "When The Levee Breaks" (Faixa 4/Lado 2 de "Led Zeppelin" (4) - 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant, Jones, Bonham e Memphis Minnie".

Comentário: Pegar uma musica que já existe e foi gravada há mais de quarenta anos, mexer em alguns detalhes e depois colocar seu nome e de três amigos seus como co-autores da música pode não ser tecnicamente plágio, mas é no mínimo uma absoluta e total cara de pau aliada ao desejo de faturar em cima de algo que realmente não compôs. É o mesmo que um camarada pegar um livro, alterar alguns parágrafos e colocar a venda com o mesmo nome e incluindo seu nome como co-autor... Ética? 
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: -  Ritchie Valens
Ricardo Esteban Valenzuela Reyes, (1941/1959), descendente de mexicanos, nascido em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Seu grande sucesso foi a canção "La Bamba", que mais tarde nomearia um filme sobre sua curta vida, terminada num acidente de avião no auge da fama.

O título da musica gravada pelo Led Zeppelin era "Sloppy Drunk", mas já era uma musica de Leroy Carr. No disco a musica foi creditada a "Page/Plant/Jones/Bonham/Ian Stewart/Mrs. Valens". "Mrs. Valens" seria a mãe de Ritchie. A Kemo Music, processou o Led Zeppelin e foi feito um acordo fora dos tribunais. A explicação de Page: "O que tentei fazer foi dar crédito à mãe de Ritchie (Valens), porque ouvi dizer que ela nunca recebeu quaisquer royalties de qualquer um dos sucessos de seu filho, e Robert (Plant) fez inclinar-se sobre aquela letra um pouco. Então o que acontece? Eles tentaram nos processar por toda a música!". 

* "Ooh! My Head" (Faixa 6 do Disco "Ritchie Valens" - 1958)
> "Boogie With Stu" (Faixa 3/Lado 4 de "Physical Graffiti" - 1975) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant/Jones/Bonham/Ian Stewart/Mrs. Valens"

Comentário: Uma ironia no mundo das cópias: o baterista que gravou o disco de Valens em 1958 era Earl Palmer, aquele que copiou a introdução de "Keep A-Knockin". Uma outra "coincidência: nos créditos do disco consta: "Roy Harper - Fotografia". Decerto que não era o cantor americano que foi homenageado em outra surrupiação,  "Hats Off To (Roy) Harper" . É apenas um homônimo, ou o fotógrafo da belíssima capa do disco é também um plágio. Ian Stewart, "road manager" dos Rolling Stones' que tocou piano na música e que, graças a isso creditado como co-autor da musica. Quanto à explicação de Page: grande e nobre senhor, preocupado com as senhoras mães de músicos mortos desamparados. Pegam a musica do filho dela, mudam alguns detalhes, gravam e ganham dinheiro com ela e a "megera" não reconhece que ele está lhe fazendo um favor. Ah, James Patrick, me poupa, né?! Mas... E ainda existe o "mas" ... "Ooh My Head" é uma cópia de 'Ooh My Soul' de Little Richard, lançada no mesmo ano de 1958...
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: -  Robert Johnson
Robert Leroy Johnson (1911 ou 1909 ou 1912 / 1938). Nascido no Mississipi, é considerado um dos músicos mais importantes e influentes do Blues. Gravou apenas 29 músicas ente 1936 e 37.  Seu incrível talento como músico e compositor ensejou mitos e lendas, como o de ter feito pacto com o Demônio em troca de virtuosismo.  Segundo uma dessas lendas, alimentada por algumas de suas letras e também pelo cinema no filme de 1986 "Crossroads", Robert Johnson teria feito o pacto na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Clarksdale, Mississipi, quando o Diabo teria pego seu violão e afinado um tom abaixo, devolvendo para Johnson que o tocou virtuosamente a partir de então. Uma biografia envolta em lendas e mitos como a própria morte. Histórias que dão conta que Johnson teria morrido após ser envenenado com Whisky misturado com estricnina pelo dono do bar "Tree Forks" onde ele tocava, enciumado por ele ter cantado sua mulher. Em outras versões, ele teria se recuperado desse envenenamento e morrido em seguida por pneumonia. Outras ainda que teria sido morto por arma de fogo ou de sífilis, mas a mais sensacional conta que ele teria saído desesperadamente do bar "Tree Forks", sendo perseguido por cães pretos, tendo sido encontrado com marcas de mordidas, cortes em forma de cruz no rosto, com o violão intacto ao lado do corpo ensanguentado. Segundo essa versão, Johnson morreu de olhos abertos e uma expressão tranquila no rosto. Em seu certificado de óbito consta apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte.

"Travelling Riverside Blues" aparece em alguns lugares com o nome de "Mudbone" ou "Mud Bone" e é uma canção de blues composta e gravada pelo bluesman Robert Johnson. 

* "Travelling Riverside Blues" (LP "King of the Delta Blues Singers" - 1961)
> "Travelling Riverside Blues" (Originalmente gravado no BBC Studios em Junho de 1969. Posteriormente lançada em “single” em 1990. Em 93 foi incluído em "Coda" - Edição em CD)

Comentário: O mesmo de "When The Levee Breaks". Pegar uma música pronta, gravada anteriormente e modificar pequenos detalhes não dá o direito de se arvorar como co-autor da mesma. Se assim fosse, cantores como Joe Coker, especializado em gravar musicas de outros compositores com arranjos diferentes, que muitas vezes modifica totalmente o andamento e o ritmo da musica, poderiam colocar em todas essas "versões" seu nome como co-autor. 
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: -  Willie Dixon
Willie Dixon (1915/1992). Baixista, cantor, compositor e produtor musical norte-americano. Um dos nomes mais importantes do Blues e referencia constante de muitos músicos do Rock. Suas músicas foram interpretadas por artistas como Bob Dylan, Rolling Stones, The Doors, The Allman Brothers Band, Grateful Dead e Megadeth. E pelo Led Zeppelin. Dixon foi lutador de Boxe na adolescência, chegando a ganhar um campeonato no esporte em 1937, aos 22 anos de idade.

* "Bring It On Home" (Sonny Boy Williamson - 1963)
> "Bring It On Home" (Faixa 5/Lado B do Disco "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant".

O Led Zeppelin gravou uma versão da música para o seu álbum “Led Zeppelin II” usando uma parte como "uma homenagem a  Sonny Boy Williamson”. A Dixon, entretanto não foi dado nenhum crédito. Em 1972,  a Arc Music, braço editorial da Chess Records, entrou com um processo por violação de direitos autorais. Mais uma vez, o caso foi resolvido fora do tribunal por uma quantia não revelada. Em uma entrevista em 1977, Page comentou: "Há apenas umas poucas tomadas a partir da versão Sonny Boy Williamson e nós jogamos como um tributo a ele. As pessoas dizem que 'Bring It On Home' é roubada, mas, bem, há apenas um pouco na canção que diz respeito a qualquer coisa que tinha sido antes, apenas o fim."

Nota: Há uma outra música: "Bring It On Home to Me" escrita e gravada pelo compositor e cantor de R&B Sam Cooke em 1962, que foi gravada por dezenas de cantores como John Lennon, Sony & Cher, Van Morrison, Eddie Floyd e Lou Rawls. Na Internet existem textos que confundem as duas músicas, mas elas não tem nada em comum, a não ser parte do título e de terem sido feitas mais ou menos na mesma época.

* "You Need Love" (Muddy Waters - 1962)
> "Whole Lotta Love" (Faixa 1/Lado A do Disco "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "John Bonham, Willie Dixon, John Paul Jones, Jimmy Page, Robert Plant"

Composta por Willie Dixon especialmente para Muddy Waters, "You Need Love" foi gravada em 1962. Em 1966, a banda britânica "The Small Faces" gravou a canção como "You Need Lovin'" para seu LP de estréia homônimo, com a letra bem modificada. A "versão" gravada pelo Led Zeppelin é uma espécie de híbrido das duas, sendo que a música se parece muito mais com a do The Small Faces e a letra com a original de Dixon. Ao analisarmos as duas letras, percebemos claramente que foram trocadas algumas palavras, sendo que até a própria rima é a mesma na maior parte dos versos. Ademais, até a forma de cantar de Plant nessa gravação é extramente calcada na de Steve Marriott. As semelhanças com"You Need Love" levaria a uma ação judicial de Dixon contra o Led Zeppelin em 1985, também resolvida fora do tribunal em favor de Dixon. Os "compositores" do The Small Faces nunca foram processados, apesar de "You Need Love" apresentar créditos apenas Ronnie Lane e Steve Marriott.

Sobre esta música, Robert Plant declarou: "Eu só pensei, 'bem, o que é que eu vou cantar?' (...). Na época, havia um monte de conversa sobre o que fazer. Foi decidido que era tão distante no tempo e influência que ... bem, você só é pego quando é bem sucedido. Esse é o jogo."

Em algumas das músicas de Willie Dixon gravadas pelo Zeppelin, entretanto, existem referencias corretas ao autor, nos discos, como nos casos de: "I Can't Quit You Baby" e "You Shook Me" (I). Há informações que mais tarde, após brigas na justiça e acordos, Dixon se tornou amigo da banda. De qualquer forma, há informações de que o próprio Willie Dixon, também teria copiado e registrado em seu nome muitas musicas de domínio público. 

Comentário: Haja muleta para tanto aleijado.

And... To Be Continued...

02/09/2012

Cópia Infiel – Ato 1: Raul Seixas e o Dolo de Ouro


Cópia Infiel – Ato 1: Raul Seixas e o Dolo de Ouro
Luiz Carlos "Barata" Cichetto
Foto: Thereza Eugênia
“Querer o meu não é roubar o seu / pois o que eu quero é só em função de eu” – Raul Seixas / Cláudio Roberto / Marcelo Motta em “Novo Aeon
Antes de qualquer coisa, e que os seguidores da Igreja Jesus Seixas dos Santos do Penúltima Dia comecem a espernear, quero deixar uma coisa bem clara: conheci o trabalho de Raul Seixas ainda no inicio dos anos 1970, com seu primeiro disco ("Krig-Ha Bandolo") e comprei todos os seus discos subsequentes. Fui a dezenas de "shows" dele, inclusive na estréia de "O Dia Em Que A Terra Parou", com um Raul Seixas trajado de roupas brancas, cabelos curtos e sem barba esquecendo a letra da musica titulo e dormindo bêbado ao meu lado depois de ter dado lugar ao microfone a alguém da platéia. Escutei milhares de vezes suas músicas, tinha, e ainda tenho,  "Tente Outra Vez" como uma das melhores musicas da história da musica do Brasil. Até a história do nome do meu filho, que tem o nome de Raul não por causa dele, mas de uma estranha coincidência que rolou no lançamento do disco do Estúdio Eldorado em 1983. Fiquei sim, muito chocado com sua morte em 1989 e não fui ao velório em São Paulo porque não consegui licença no trabalho. Depois disso, escrevi vários textos que eram verdadeiras odes a Raul Seixas, e que continuam publicados em meu portal. Mas o que é necessário a um ser humano, segundo até mesmo o que o próprio Raul pregava, é a evolução do pensamento e por conseguinte das atitudes, de uma pessoa. A tendência natural de um ser humano é buscar novas informações, introjectá-las e processa-las, tornando-se assim um ser melhor, mais sábio e mais digno. O que ele chamava de “Metamorfose Ambulante”, tão repetida pelos fãs, mas tão pouco entendida. Na maior parte das vezes a letra é mal interpretada, transformada em hino de pessoas que não tem opinião própria, mudando-a de acordo com qualquer circunstância social e moral, o que é absolutamente diferente. 
"Você é forte, faz o que deseja e quer / Mas se assusta com o que eu faço, isso eu já posso ver / foi com isso, justamente, que eu vi / Maravilhoso, aprendi que eu sou mais forte que você." – Raul Seixas/Paulo Coelho
Mas o fato é que Raul Seixas morreu sozinho, na merda e, segundo escritos dele publicados depois de sua morte, implorando por uma amada companheira que não queria por perto aquele homem decadente e doente. Raul morreu só, sem dinheiro e abandonado por todos. Ganhou muita grana e gastou tanto ou mais do que ganhou. Birita e outras coisas. Antes disso foi preso por estar tão embriagado num show que não foi reconhecido pelos próprios fãs que causaram tumulto. Ou seja, apenas um ser humano de carne, osso e sangue, que tinha problemas na vida como qualquer, mas que transformava, como bom artista, seus problemas, suas experiências e principalmente suas dores, em arte, em musica. Não um messias, um deus. Apenas Raul Santos Seixas.
“Ah, mas que sujeito chato sou eu / Que não acha nada engraçado / Macaco, praia, carro, jornal, tobogã / Eu acho tudo isso um saco.” – Raul Seixas
O que se sucedeu após sua morte foi a criação de um mito que aparentemente Raul não queria ser. E seu nome passou a representar dinheiro em muitos cofres e, principalmente, representar o ídolo, um mito, quase um deus. Menos por seu trabalho musical e muito mais pela irresponsabilidade dele em relação a si próprio e a seus espectadores, que o tinham sempre embriagado, esquecendo letras de musicas. Raul se tornou um mito por ser associado mais à bebida, falta de compromissos, rebeldia gratuita do que propriamente por suas musicas e suas idéias, embora, claro, existam as exceções. E aí é reside decididamente o perigo. Um mito vivo é muito perigoso a si próprio, pois absolutamente ninguém consegue suportar essa pressão sem enlouquecer ou se tornar ditador, um ser gelado com um ego gigantesco, o que é quase a mesma coisa. E essa legião, tanto urbana quanto rural, passou a tentar reproduzir os passos de seu ídolo, transformando-o em mártir, em messias, em guru. Inatacável, intangível, inalienável. Então muito daquilo que o próprio pregava cai por terra. Segue-se o que é de interesse próprio, da barba às bebedeiras, mas muito, muito pouco da filosofia, das idéias. Raul era coerente, tinha sua existência e obra amalgamadas, enfim era autêntico. Mas o que falar de pessoas que não leram um décimo daquilo que ele leu, que não escutaram um décimo do que ele escutou? Que o seguem às cegas, às surdas e às mudas achando legal encher o rabo de vinho barato, deixar a barba crescer e sair por ai gritando em qualquer lugar: "Toca Raul!"??? Pessoas que têm personalidade, identidade e auto-estima tão pequenas que passam a adotar o sobrenome do ídolo. Por um lado querem ser o próprio, mas por outro colocam-se a si mesmo como tão frágeis e inseguros que precisam ser adotadas por um “pai doidão”. 
“Você alguma vez se perguntou por que / faz sempre aquelas mesmas coisas sem gostar? / Mas você faz, sem saber por que você faz, / e a vida é curta.” – Raul Seixas/Cláudio Roberto
Fanáticos são perigosos! A bala que estourou a cabeça de John Lennon tinha um nome gravado nela: fanatismo. E são extremamente perigosos porque são cegos a qualquer coisa que não diga respeito ao objeto de seu fanatismo e são capazes de atos violentos para defender o alvo de seu fanatismo, mesmo contra o próprio segundo, certas mentes doentes. E qualquer coisa que ouse atacar tal objeto é alvo de atos violentos de toda natureza. A eles, atacar seu "monstro sagrado" é arrumar briga, encrenca na certa. E eu, que não acredito que existam monstros e em nada que seja sagrado, até continuo a escutar Raul Seixas, mas não o tenho como ídolo, como aliás a ninguém. Apenas a mim mesmo, pois só apenas a si o Homem merecer reverenciar como a um deus. Até mesmo Raul que bebendo em águas turvas de filósofos como Nietzsche e Schopenhauer pregavam. “O que eu como a prato pleno / Bem pode ser o seu veneno.” Mas seus fãs preferem reverenciar um mito, colocar um deus no lugar de um homem e adorá-lo cegamente. Mas “ninguém pode notar / estão muito ocupados pra pensar”.
"Eu já passei por todas as religiões / Filosofias, políticas e lutas / Aos 11 anos de idade eu já desconfiava / Da verdade absoluta." - Raul Seixas
O presente preâmbulo é extenso por necessidade de deixar claras as minhas posições com relação à figura de Raul Seixas. O coração do texto não é o que pode entender o leitor mais afoito, que foi direto à lista das musicas que foram plagiadas por Raul Seixas. O coração e a mente por trás deste monólogo é demonstrar o quanto o ser humano é suscetível ao poder não apenas da mídia que lhes impinge o que deseja com a única função de obter lucro, mas também ao poder da própria massa de ignorantes que precisa criar ídolos e mitos para se manter na comodidade do não pensar. E que prefere seguir um ídolo e não ser ele próprio um ser com idéias próprias. Ou seja, um ídolo de si mesmo baseado em suas próprias experiências e dores, não um seguidor das alheias. E não por vaidade, nem por ganância, mas por justificar sua própria existência. 
"O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma. (...) A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no ato de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblíquo, indireto, astucioso. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países." - Wikipedia
É claro que uma pessoa que escute milhares e milhares de músicas e, sendo musico, no momento em que compõe acabe sofrendo das "influencias" daquilo que escutou. Também é lógico que determinados acordes ou trechos de musicas, permaneçam dentro de seu inconsciente e acabe aparecendo, se diluindo em sua obra. Isso acontece com todas as artes, da musica á literatura, passando pela pintura. E a isso é dado o nome de "influência". Plágio é outra coisa, conforme consta na definição acima. Em resumo, plágio é roubo. Quando um artista pega propositalmente musicas inteiras, ou apenas trechos dela e confere a si próprio a autoria está sendo no mínimo mal intencionado. E como é a mais popular das artes, é na musica onde se encontra o maior numero de "apropriações indébitas". Existem casos muito conhecidos, como Rod Stewart que plagiou descaradamente Jorge Ben e tomou um processo e os casos clássicos de bandas e artistas como Deep Purple, Led Zeppelin e Rolling Stones, que se apropriaram do trabalho, do suor e da criatividade alheias para ganhar seu dinheiro e fama. Incompetência? Malandragem? Preguiça? ... Acho que todas essas coisas juntas. Uma coisa é a citação com os devidos créditos. Aspas servem em texto para isso, e indicação em capas e selos de discos também. E a outra é pegar a criação alheia, mudar de nome e auferir os lucros. 
“Se você acha o que eu digo fascista / Mista, simplista ou anti-socialista / Eu admito, você tá na pista...”  – Raul Seixas/Marcelo Motta
No caso do nosso querido amigo Raul Seixas, as coisas pareciam acontecer de uma forma muito estranha, pois além motivos citados, ele tinha veneração pela cultura americana, particularmente dos primeiros ídolos do Rock. Todos sabem que Elvis era grande ídolo Raul, mas nem por isso, ou talvez por isso mesmo foi um que sofreu nas suas mãos. Mas existiram outros, como The Byrds, Jim Breedlove, Albert King, Bobby Russel e Carl Perkins. Em seu excelente livro "Metamorfose Ambulante" (aliás, esse livro me foi presenteado pelo Sylvio Passos), Mario Lucena conta que Raul Seixas admitia que copiava mesmo e que não se sentia envergonhado com isso.  Em algumas, poucas, oportunidade ele dava os devidos créditos, lançando como versão,tal como em “Babilina” que é “Bop-a-Lena” de Ronnie Silfo; e “No No Song” da dupla David P. Jackson / Hoyt Axton gravada por Ringo Starr  que virou “Não Quero Mais Andar na Contramão” e “Não Fosse o Cabral”, versão de “Slippi’n & Slidin’n” de Little Richard. A mais conhecida é “Lucy In The Sky With Diamond” dos Beatles que se transformou em: “Você Ainda Pode Sonhar”  que saiu inicialmente no disco “Raulzito e Seus Panteras“. E houve também o absurdo caso em que ele se auto-copia, como em “Abre-te Sésamo” e “Um Som Pra Laio”... Em pouquíssimos casos, Raul admitiu ter feito o plágio, como em "Rock das Aranhas", uma musica tradicional americana que tinha sido gravada por Jim Breedlove em 1958, e posteriormente por Elvis Presley. Sobre isso ele próprio disse: "Meti a mão! 'Killer Diller' é uma música que adoro, e peguei o arranjo, ficou bonito e ninguém notou!!! ". E uma curiosidade sobre essa música: uma versão de "Rock das Aranhas" é considerada por muitos como a precursora de uma "jóia cultural" chamada "Funk Carioca". 
“Cada cabeça é um mundo Gismundo / Antes de ler o livro que o guru lhe deu / Você tem que escrever o seu.” – Raul Seixas
Falando em Elvis, "I Was Born 10.000 Years Ago" acabou sendo traduzida "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás".  A musica não é de autoria do “Rei do Rock”, é uma musica de domínio publico americana gravada por ele. E esse caso em especial denota uma questão muito mais séria do que aparenta: uma musica de domínio público é algo que nasceu das ruas, dos bares, das revoluções e é geralmente uma criação popular e anônima. Enfim, ninguém lucra com isso. É o que o nome próprio titulo demonstra, uma criação de propriedade publica. Então, um esperto chega, pega uma musica dessas e coloca seu nome como autor, ganhando com isso... E o absurdo dessa usurpação é que nosso "Cowboy Fora da Lei" nem se preocupou com a regra gramatical na tradução. Em inglês está correto "10.000 Years Ago", mas "10 Mil Anos Atrás" é pleonasmo.  Mas a coisa beira ao absurdo quando alguém ainda atesta a idoneidade de uma criação... Que nunca existiu. Há um tempo atrás, num documentário da Globo, a segunda esposa de Raul, Gloria Vaquer, conta sobre o momento em que Raul e Paulo Coelho compuseram "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás": "Foi algo singular, mágico, impressionante, amazing. Um falava uma frase e o outro completava, como se estivessem dominados por uma 'entidade'”. Mas será que ela, uma norte-americana fã de Rock, não sabia que "I Was Born About Ten Thousand Years Ago" havia sido gravada e lançada em disco por Elvis em meados 1970 e lançada no mesmo ano, inclusive como subtítulo do disco: “Elvis Country (I'm 10,000 Years Old)”, uns cinco ou seis anos antes da tal inspiração mediúnica da dupla brasileira? Então pergunto, se realmente Gloria relata uma visão correta, o que os dois fizeram ali foi o que? Uma encenação? Ou estavam apenas tirando a musica e “adaptando” a letra? Bem provável que seja isso. Paulo Coelho ao ser questionado pela imprensa sobre o assunto, desconversou, mas depois afirmou que Raul prestara tributo a seu ídolo maior. Como se fosse Raul o único responsável pela fraude, atitude bem típica dele, que é dado também a surrupiar textos e histórias alheios. Mesmo assim, admitiu, mas o fato é que a musica continua por ai, sem os devidos créditos de autoria. E de Elvis tem ainda "My Baby Left Me", uma co-autoria com Arthur Crudup, que Raul transformou em “A Verdade Sobre a Nostalgia”. 
“Você já foi ao espelho, nego? / Não? / Então vá!“ – Raul Seixas
Uma banda que Raul também parecia adorar a ponto de copiar era The Beatles. “Peixuxa” tem a abertura idêntica a “Obladi-oblada”, do White Álbum. “Back in the U.S.S.R." do mesmo disco e "Get Back" foram picotadas e juntas formaram “O Dia da Saudade”. E um outro caso que merece uma historinha: "S.O.S." é uma cópia descarada de "Mr Spaceman" do Byrds e teve uma outra versão, com uma letra um tanto diferente, dois anos antes, em 1972, que tinha o nome de "Objeto Voador", gravado pela dupla jovenguardista Leno e Lilian. 
“Eu sou estrela no abismo do espaço / O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço. / Onde eu tô não há bicho-papão.” – Raul Seixas/Marcelo Motta
Mas o suprassumo é realmente quando a copia é de musicas que já eram plágio, como foram os casos de "Loteria de Babilônia" e “Gita”. A primeira tem um final que é um felatio de "How Many More Times" do Led Zeppelin que já tinha sido devidamente boqueteada de "The Hunter", um antigo blues de Albert King. Particularmente não acredito que Raul tenha se baseado na cópia do Led, mas na original, de King. Já "Gita", foi originalmente composta por Bobby Russel com o titulo de "Honey I Miss You" que os Rolling Stones chuparam e chamaram de "No Expectations". Há de se invocar nesse caso o antigo dito popular do "Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão"? Acho que não: Para mim, ladrão que rouba ladrão tem que ir junto pro paredão.
“Não tenho saco para ouvir artista / Comendo alpiste na mesma estação / Cantando regra com o rei na barriga / E só de preguiça não mudou o botão.”  - Raul Seixas
Enfim, um artista precisa ser tratado com o total de sua obra e com relação aos seus atos e efeitos causados. Que Raul Seixas foi importante à "linha evolutiva da musica popular brasileira", embora cantasse o contrário talvez sendo sarcástico, não há como negar. Que, num determinado momento, quando a ditadura militar comia o couro dos descontentes, ele foi de grande e valiosa importância bradando no limite a favor da liberdade também não. Mas o que não posso aceitar é transformá-lo em algo acima do que realmente foi. Um Homem não pode estar abaixo de ninguém, mas muito menos acima de si próprio. Ou dos outros. O fanatismo é criminoso, como bem nos mostra a história. E concluindo com algo que decerto irá causar provavelmente irá abalar os mais profundos dogmas e aos fiéis, cegos e surdos seguidores da Religião Raulseixista: aquela história do encontro com John Lennon foi uma farsa. Ele nunca passou três dias na casa dos Ono-Lennon e, portanto a história do interesse do Beatle pela Sociedade Alternativa é falsa. Ao que parece Raul teria aprontado essa para além de promover a Sociedade Alternativa e chamar a atenção da imprensa brasileira, mas sustentou essa história até o fim. De fato, com quem realmente Raul esteve foi com Leno, da antiga dupla Leno e Lílian, para quem ele, na época um desconhecido produtor da CBS produziu e participou de um disco chamado “A Vida e a Obra de Johnny McCartney”.
“Eu devia estar contente / Por ter conseguido tudo que eu quis / Mas confesso abestalhado / Que eu estou decepcionado.” – Raul Seixas
Raul Seixas tinha um envolvimento muito grande com as coisas esotéricas e profundo admirador das coisas do bruxo Aleister Crowley. E muitas das citações em letras de musicas dele, particularmente em “Sociedade Alternativa” e “A Lei”, que é quase um remake da primeira, e outras, não saíram de dentro de sua cabeça, mas dos livros da “Besta”. A frase: “Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei”, hino da Contracultura no Brasil e amplamente cantada a plenos pulmões até a atualidade pelos adeptos da Igreja Raulseixista é de autoria de Aleister Crowley. Aliás, muitas de citações dele e principalmente atribuídas a ele, circular pela Internet não eram de sua autoria. Por exemplo: "Ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida." É um Provérbio Chinês, "Pare o mundo que eu quero descer." é de uma música de Silvio Brito.. E por aí. Já vi por ai gente usando camisetas com fotos de Raul, com as frases estampadas mais absurdas, que de fato nunca foram pensadas nem ditas por ele. E entra à baila a mesma questão: o fanatismo é cego, surdo... E burro. E embora ele tenha sido um pensador atento, lido grandes filósofos e criado sua própria filosofia, muita gente teima em atribuir a ele pensamentos que nunca foram de sua autoria. E o problema é que muita gente lucra com isso. Aliás, a marca, a grife “Raul Seixas” é muito vendável, rende muita grana aos espertos. Do mesmo jeito que outras grifes famosas, como Che Guevara, Marx e até mesmo Jesus Cristo.
“Eu sou astrólogo / E conheço a história do princípio ao fim.” – Raul Seixas / Paulo Coelho
Enfim, segue uma lista com uma dúzia (doze) musicas que foram total ou parcialmente surrupiadas em suas autorias por Raul Seixas. Algumas são cópias idênticas, outras são apenas trechos, mas nem por isso menos plagio. Ao que sei, tecnicamente, existem um certo numero de compassos, para ser comprovado o plágio. Não sei analisar por esse aspecto, mas estou certo que seja qual for esse numero é bem inferior ao que foi usado nas musicas citadas. E escutem as musicas antes de criticar. E se disserem "Ah, ele fez tudo isso, mas ainda assim é o Rei do Rock, o melhor, era um gênio" e outros adjetivos que denotem falta de discernimento e capacidade de raciocínio próprios, digo o seguinte, primeiro parafraseando uma de suas filhas: "Os fãs de Raul Seixas são muito chatos!" E por fim: "O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço / ... / Pois o homem é o exercício que faz". Conhecem o autor, não?! Ao que consta, essa é dele mesmo. Ou não? Afinal é uma parceira com Marcelo Motta e a letra acredita-se que seja deste. Outro fato que há de se levar em consideração. Aliás, seria mesmo de Raul Seixas todos os conceitos explícitos nas suas letras? Paulo Coelho afirma quer eram dele, mas ele não exatamente a pessoa a quem eu daria crédito, afinal, ele é um plágio de qualquer mau escritor que tenha existido. E deixo então uma pergunta no ar: as tão aclamadas letras de Raul Seixas eram dele ou de seus parceiros letristas, como Paulo Coelho, Marcello Motta, Cláudio Roberto, Oscar Rasmussen e outros?  
“Sou tão bom ator que finjo ser cantor e compositor e vocês acreditam.” – Frase atribuída a Raul Seixas
1. The Byrds - "Mr Spaceman" > "S.O.S."
2. Jim Breedlove - "Killer Diller" > "Rock das Aranhas"
3. Peter And Gordon - "Willow Garden" > "A Beira do Pantanal"
4. Elvis Presley - "My Baby Left Me" > "A Verdade Sobre A Nostalgia"
5. Domínio Público (Spiritual) - "Working On The Building" > "Gospel"
6. Elvis Presley - "I Was Born About Ten Thousand Years Ago " > "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás"
7. Albert King  - "The Hunter"  > Led Zeppelin - "How Many More Times" > "Loteria da Babilônia"
8. The Beatles - "Back in the U.S.S.R." e "Get Back"  > "O Dia da Saudade"
9. The Beatles - “Obladi, Oblada" > "Peixuxa"
10. Bobby Russel - "Honey I Miss You" > The Rolling Stones  - "No Expectations" > "Gita"
11. Simon & Garfunkel - “Bridge Over Troubled Water” > "Ave Maria da Rua"
12. Carl Perkins - “Honey Don't”  > "Rock do Diabo" 



E não percam: Cópia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin; Cópia Infiel – Ato 3 - Deep Purple, afinal eu também tenho o direito de “ser ateu ou de ter fé e até deixar Jesus Sofrer...”

31/08/2012
Arte: Barata Cichetto para a KFK Webradio