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10/05/2019

Sexo, Baratas & Rock 'N' Roll (7 Dias do Diário de Um'A Barata)

Sexo, Baratas & Rock 'N' Roll
(7 Dias do Diário de Um'A Barata)
Luiz Carlos “Barata” Cichetto

Dia 1
Putinhas, Conhaque & Rock'n'Roll
(Lou Reed)

Sou uma dor... Uma dor de dentes! Ou seria melhor, uma dor de parto? Parto, mas parto sem dor! A pergunta não é partir para onde, a pergunta do dia é: partir de onde? Sou um estrangeiro em minha terra, um alienígena em meu planeta, um cego em terra de caolhos... Mas quem sou eu afinal? Uma barata? Como será a vida sexual das baratas? Quem estou e onde sou? Uma barata extraterreste em um mundo de caolhos e hermafroditas loucos. O Rock morreu, há muito tempo. Morreu junto com Janis e Brian Jones e Hendrix. Quando Lennon foi assassinado, o Rock já tinha morrido. O Rock é igual a mim: morto insepulto. Também se debate para não cair na cova rasa. O Rock morreu e ninguém tocou a marcha fúnebre... Em ritmo de Rock... Tocaram um tango argentino! Com quantos paus se faz um canoa? Sei lá, Rosinha Minha Canoa! E em São Paulo não tem mais garoa, tem apenas chuva ácida e frio no Natal. A Coca Cola deve estar gostando disso, o Papai Noel que eles inventaram, gordo, bem nutrido, com aquelas pesadas roupas e seu trenó de neve, passeia nos finais de tarde pelas esquinas sombrias do centro travestido enquanto o anão tosco lhe traz uma bagana e ele fuma sozinho sem alimentar as renas. Há quanto tempo eu não fumo uma bagana... Muito tempo, mesmo! Ai que dor de dentes! Uma farinha ia bem agora, ainda mais se for de trigo, em um bolo de chocolate! Adoro bolo de chocolate. As baratas adoram doces. "Eu não preciso de doce/Você não vive sem doce", cantou Cornélius Lúcifer. "Pare de gritar mamãe/Pare de gritar mamãe!" Tem horas que escrever é um porre, a cabeça dói e as pontas dos dedos latejam. Escrever é que nem sexo... Tem uma putinha bonitinha que pisca pra mim depois me leva pra chupar meu pau na beira do córrego, enquanto que um bando de famílias decentes cansada da Globo espia pela janela por trás das cortinas. A putinha chupa meu cacete depois pega o dinheiro e corre a comprar comida para seus gatos! Sou amante dos animais, então acabei de cometer uma causa nobre: ajudei uma putinha que chupou meu pau até o fim a comprar comida pros gatinhos dela. Será que se ela me der o cu, sobra dinheiro para alimentar uma creche inteira de gatos? Pobres putinhas famintas de porra, pobres gatinhos famintos de comida. Ou seria ao contrário! Sempre gostei de putinhas caridosas! Principalmente as putinhas caridosas que chupam bem! Amanhã estarei lá para alimentar sua sede de porra e seus gatos indecentes! Malditos gatinhos que não sabem chupar meu pau! "Vicious, you heat me a flower" Lou Reed da Penha, eu mesmo, cantaria para aquela putinha de bucetinha raspada. Amanhã aquela putinha irá chupar minha pica e fumar um baseado... É, faz tempo que não fumo um baseado! Escutando Lou Reed!!!!! "Eu não sei exatamente para onde estou partindo / Mais eu vou tentar ir para o reino se eu puder /Porque isso me faz sentir como um homem / Quando eu ponho uma estaca em minha veia. Sonho com heroínas e heroína. Que mal há em desejar heroína? Porque quando um beijo estalado começa a escorrer / Então eu realmente não me importo mais!" Há quanto tempo, minha putinha chupadora! Há quanto tempo não usa Heroína? Eu nunca desejei a heroína, nunca quis ser um herói do Rock... Morto! Mas na beira do córrego que carrega a merda da sociedade que habita acima, aquela putinha chupa meu pau e eu nem ligo, Lou Reed canta a sujeira de New York e eu canto pelos cantos sujos da cidade de São Paulo... Mas ele é famoso e eu apenas um sujo, que tem apenas um par de calças e uma botina que nem salto tem mais... Salto no escuro, escuto a escuridão! O som da escuridão é apenas o som de putinhas cheirando cocaína e chupando picas nas beiras dos córregos. Ah, também tem gatinhos miúdos chorando de fome esperando que suas donas acabem de chupar umas rolas para lhes dar o que comer! Ontem completou anos que John foi assassinado e então recordei de algo: "Nobody loves you when you're down and out / Nobody sees you when you're on cloud nine". Mas a realidade é que John morreu rico e famoso, com um apartamento cheio de casacos de pele e uma bela conta bancária e agora minha barriga ronca. Um monte de baratas escuta-me lamentar e em uníssimo cantam: "Doo, Doo, Doo, Doo" igual as negras da música de Lou Reed... Baratas, baratas! Um coral de baratas desafinadas cantam uma música de Lou Reed, mas os ossos de Lennon estão em algum lugar, retorcidos de remorso. Mas onde anda aquela putinha que chupou meu pau na beira do córrego? Chupa meu pau, putinha, enquanto eu canto uma música do Lou Reed em sua orelha antes de arrancá-la a dentadas. "Eu sou o homem que assumiu tudo aquilo que os outros abandonaram.", disse GG Allin, o único rebelde real do Rock. Pois é, abandonaram a putinha-chupadora que cuida de gatinhos abandonados. O Rock verdadeiro foi abandonado e na estrada existem apenas aventureiros com suas guitarras de última geração. Enfiem essas guitarras no cu, filhos da puta! Você foderam o Rock e ele agora, estuprado pelos consumistas age igual aquela putinha: chupa pintos na beira dos córregos para dar de comer aos gatinhos! Meus ídolos estão mortos ou ainda nem nasceram. Prefiro as putinhas-chupadoras-de-pinto-na-beira-do-córrego aos falsos roqueiros. Queria agora pegar minha guitarra e compor uma música parecida com aquelas do Lou Reed, mas nem guitarra eu sei tocar. Então o que resta é ir para a beira do córrego e enfiar minha pica na boca daquela putinha e depois lhe dar 10 reais. Ela é muito mais sincera: sabe o que quer e todos sabem o que esperar dela. Ela é melhor que os músicos de Rock, que os policiais, que os advogados e as esposas. São sinceras. Querem apenas chupar um pinto e receber 10 reais. Ainda mais que enchem de interesse aquelas famílias de hipócritas que espiam seu trabalho por trás das cortinas dos apartamentos. A pergunta é: Lou Reed já foi chupado por alguma putinha em alguma ponte escura de New York? Yoko Ono chupava a pica de John Lennon no Central Park? Mark Chapman chupou a pica de Lennon antes de apertar o gatilho? Um disco de Lou Reed, de Lennon e de todos eles custa mais caro que 10 pratas que a putinha do córrego me cobra.

09/12/2003


Dia 2
Putas , Som & Rock'n'Roll
(Raul Seixas)

Quarta-Feira, dia de Sexo, Conhaque e Rock'n'Roll... Sério! Quarta-Feira tem som! Quarta-Feira tem conhaque, do Dreher, que Domecq é muito caro... Quarta-Feira tem sexo com a putinha chupadora de rola na beira do córrego! Estou certo de que ela espera que eu passe e dê 10 pratas por uma chupada. Depois de Lou Reed e John Lennon, depois de Led e Sabbath, nada melhor que ter o pinto chupado por aquela putinha-dos-gatos. Mas o som do dia é Raul Seixas e Zé Ramalho. Justo Raul que morreu de cachaça, pancreatite e solidão. Ah dói isso! "Eu morri, e nem sei mesmo qual foi o mês/Metrô Linha 743". Um, dois, três. Respire fundo! Ah, não dá! Meu pulmão está cheio de nicotina. Maldito cigarro! Preciso parar de fumar! "Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro? / Virá antes de eu encontrar a mulher que me foi destinada" Ah, bom, então me deixa apagar o cigarro e correr para a beira do córrego! "Eu vou sempre avante no nada infinito/Flamejando meu Rock, o meu grito/Minha espada é a guitarra na mão" É, eu sou mesmo ego, ego-ista! O nada infinito é o caminho, mas "Você me pergunta/Aonde eu quero chegar/Se há tantos caminhos na vida/E pouca esperança no ar" Bah, Mestre Raul, deixa quieto isso, que eu sei até onde essa estrada chega. Chega disso! Deixa estar, let it be, let it bleed! Yeah, yeah, yeah! She Love You! Mas eu sei que existe alguém em meu caminho! "Citação:leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi." Isso é de Torquato Neto... Mas eu digo: leve uma putinha e uma santinha na beira do córrego, a que chupar melhor sua rola é a santinha, mesmo que seja a putinha. Chega mais perto, putinha-dos-gatos, quero ver seus dentes! Deixa-me ver sua língua ferina! Ah, felina! Deixa ver seu útero! Mostra teu cérebro! Deixa-me arrebentar tua cabeça e comer teu crânio a vinagrete! Uma pergunta: você chupa o pau de seus gatinhos antes de dormir? Ah chupa vai, só um pouquinho! Minha cabeça está cheia de fumaça de cigarro e conhaque em doses maciças, macias de conhaque vagabundo. "Há uma grande diferença entre se ajoelhar e ficar de quatro." O genial Zappa disse isso. Portanto, minha filhinha chupadora da beira do córrego, chupa meu pau ajoelhada! Meu esperma em sua boca, meu amor no esgoto, no córrego imundo que carrega a sujeira da cidade em direção ao mar. E meu coração onde anda? Com certeza sendo carregado pela corrente de lama que os políticos jogam nos rios, junto com o fruto dos abortos de suas secretárias. Meu coração está morto, resta a mente, embotada de álcool e fumaça de cigarros. Um torrente de sangue tenta reanimar meu coração, mas a corrente da morte enrolada em meu pescoço impede minha digestão. Estou com uma baita enxaqueca agora e a única coisa que consigo pensar é "Toca Raul!" Mas eu estou velho demais para o Rock'n'Roll, mas jovem demais para morrer. "Não, você nunca é velho demais para o Rock'n'Roll se é jovem demais para morrer." Assim cantou Ian Anderson. Juro que eu tentei ser velho demais para o Rock'n'Roll e jovem demais para morrer, mas o que consegui foi apenas ser velho demais para morrer e jovem demais para o Rock'n'Roll! Danem-se! E o que ela, a Grande Chupadora pensa a respeito disso? Ela acha que eu sou o quê? Velho demais para o Rock'n'Roll? Jovem demais para morrer? Ela nem está ai para o Rock'n'Roll, nem para a morte, muito menos para mim. Ela é simples: quer apenas chupar um pau, pegar seus 10 contos e alimentar seus gatos. Ah, mas deixa quieto. Quero contar até 10 e depois estourar meus miolos, esparramar pedaços do meu cérebro pelas esquinas, que depois ela, a Grande Chupadora do Universo recolherá e dará para seus gatos comerem. Nesse dia ela nem irá precisar chupar pintos para comprar ração! Espero apenas que os gatos da Chupadora não tenham uma indigestão! Agora quero apenas deixar uma coisa, uma letra de música que acompanha minha solidão: "Quero desejar, antes do fim,/Pra mim e os meus amigos,/Muito amor e tudo mais;/Que fiquem sempre jovens/E tenham as mãos limpas/E aprendam o delírio com coisas reais./Não tome cuidado./Não tome cuidado comigo:/O canto foi aprovado/E Deus é seu amigo./Não tome cuidado./Não tome cuidado comigo,/Que eu não sou perigoso:/Viver é que é o grande perigo" Belchior, 76, "Antes do Fim" Mas antes do fim queria pedir: chupa meu pau na beira do córrego, minha putinha, Grande Chupadora do Universo!

10/12/2003


Dia 3
Boquete, Dinheiro & Rock'n'Roll
(GG Allin)

Ontem foi Quarta-Feira, mas a Grande Chupadora do Universo não apareceu... Será que ela estava chupando outro pinto na beira do córrego? Fiquei com ciúme, afinal! Ai lembrei que outro dia, enquanto ela chupava meu pau, fiquei olhando para dentro do córrego e vi passar alguns sacos de lixo e o cadáver de um cachorro. E fiquei pensando... Que porra ficar pensando em algo enquanto a Grande Chupadora do Universo chupa meu pau! Só eu mesmo! Enquanto eu enchia sua boca de esperma, o cadáver do cachorro batia em uma pilastra e se desmanchava. Ainda bem que não é o cadáver de um gato, pensei, senão a Grande Chupadora do Universo ia parar de chupar meu pau e correr até lá. Mas de qualquer forma ela nem percebeu, apenas preocupada em chupar meu pau e receber seus 10 paus. Ela guardou a grana dentro da blusa e eu guardei meu pau dentro das calças e ai fiquei pensando: onde mora a Grande Chupadora do Universo? Ao certo em algum cortiço! Pensei um monte de coisas, como por exemplo, se ela chupa o pau dos seus gatos antes de dormir, se apanha de algum cafetão filho da puta porque trouxe pouca grana - ai essa história dos gatos é mentira? - Fiquei ali, fumando um cigarro e pensando enquanto ela caminhava na minha frente. Ai pensei e falei sem pensar: você é uma putinha, mesmo! E ela: sou mesmo! E levantou a saia deixando uma bundinha bem gostosa a mostra, coberta por uma micro tanguinha vermelha. Você é a Grande Chupadora do Universo, disse. E ela: Sou mesmo! Chupo mesmo! Me dá mais dez paus e eu deixo você chupar minha buceta! Não dou merda nenhuma, eu respondi. Gastei o que tinha em conhaque barato e os últimos 10 paus eu lhe dei. "I Wanna Piss On You", cantou GG Allin. E eu disse para a Grande Chupadora do Universo: Quero Te Mijar. E ela disse: são vintão! E fiquei ali pensando enquanto os saltos gastos da minha botina batiam no asfalto: Que grande vaca essa ai. Por cem acho que ela casa comigo! Só se for muito burra, minha consciência berrou lá do fundo do córrego onde jazia o cadáver em decomposição do cachorro. Ai eu caminhei mais um pouco e enfiei a mão na bunda dela. A Grande Chupadora do Universo pulou pra frente e disse: isso não. Estou testando a mercadoria... Epa, peraí, isso ai aconteceu enquanto a gente ia para a beira do córrego. Ah, putinha, vem aqui! Queria comer sua bucetinha! É trintão ali no hotel, disse ela... E eu nem sei porque lembrei de uma frase de Allin enquanto cantarolava o refrão de "I Wanna Piss On You": "Se você acredita no verdadeiro rock'n'roll underground, então é hora de fazer alguma coisa. A hora é agora de derrubar a situação e declarar guerra às gravadoras, estações de rádio, publicações, bares e qualquer um que promova a chamada" cena "que existe atualmente. Precisamos destruir tudo e tomar de volta o que está nas mãos de empresários idiotas e conformistas. Mas a ação deve começar agora e sangue poderá ser derramado". É, continuei a pensar sem tirar os olhos da bundinha da Grande Chupadora do Universo: precisamos dar início á uma grande revolução: quebrar todos os discos, convocar todas as putas do universo e declarar guerra ao sistema que é capaz de jogar um cão morto em um córrego em cuja beirada a Grande Chupadora do Universo faz um boquete para alimentar seus gatos. As putas serão os soldados dessa nova revolução - re-evolução - elas chuparão o pau dos inimigos até que eles morram esgotados. Uma revolução limpa. A Grande Chupadora do Universo será minha Primeira-Comandante Em Chefe. Ela será a chefe geral dessa verdadeira revolução. O hino será a música de GG Allin e tomaremos o poder sem derramar uma gota de sangue, apenas muita porra engolida pelas putas comandadas pela Grande Chupadora do Universo. "Bêbados não marcham!", disse o grande Frank e completou com algo que pode ser o mote de minha revolução: "Se você quer trepar, vá à faculdade. Mas se você quer aprender alguma coisa, vá à biblioteca". Depois de ganha a revolução, as putas irão criar os ministérios, convocar as massas e em comemoração a vitória, chuparão o pau de todos os homens do povo! Desde os operários até os professores. Mas ai chuparão com prazer. A Grande Chupadora do Universo será eleita a grande Rainha e todas as putas a reverenciarão. À beira daquele córrego será erguida uma estátua, com a Grande Chupadora do Universo chupando meu pau a aos nossos pés, um cachorro morto. Revolução, sim revolução, minha Grande Chupadora do Universo! Fizeste sem saber a revolução! Mas: "Minhas palavras, um sussurro, sua surdez, um grito. Eu posso fazê-lo sentir, mas não consigo fazê-lo pensar. Seu esperma na sarjeta, seu amor no esgoto. Assim vocês cavalgam pelos campos e vocês fazem todos seus negócios bestiais e seus sábios não sabem como é se sentir burro como um tijolo ". Perguntei para a Grande Chupadora do Universo se ela conhecia Jethro Tull. E ela me respondeu: "The poet and the wise man stand behind the gun And signal for the crack of dawn, light the sun Do you believe in the day ?" E eu disse: acredito no dia, mas agora é noite, e você tem que ir embora dar comida aos seus gatos. Seus gatos já lamberam sua bucetinha? E ela: "Deixe-me contar-lhe as histórias de sua vida, do corte da faca e da facada, da incansável opressão, da sabedoria incutida, do desejo de matar ou de ser morto. Deixe-me cantar sobre os derrotados que ficam nas ruas enquanto o último ônibus vai embora. As calçadas estão vazias: as sarjetas correm vermelhas enquanto o bobo brinda o seu deus no céu". E eu: lamberam ou não lamberam? E ela, ainda: "E o amor que eu sinto está tão longe. Eu sou um sonho mau que tive hoje e você balança a cabeça e diz que isto é uma vergonha. Faça-me voltar aos anos e dias de minha juventude, puxe as cortinas pretas e grite ao mundo a verdade. Faça-me voltar aos longos séculos, deixe-os cantar a canção."Ela, a Grande Chupadora do Universo, ali em minha frente, erguendo a saia, balançando a bundinha e cantando, cantando, cantando:" Gentilmente anunciem o tempo de nosso ano e juntem suas vozes num coro infernal. Determinem precisamente o tipo de seu medo. Deixem-me ajudá-los a levantar seus mortos enquanto os pecados dos pais são alimentados com o sangue dos tolos E com os pensamentos dos sábios e com o pinico embaixo de sua cama." Canta, putinha, canta! Canta, Grande Chupadora do Universo, canta! Que loucura isso, pensei e depois falei! Mas ainda não respondeu: Lamberam ou não lamberam? E ela: Não! Mas eu chupo o pau deles toda noite antes de dormir! Aquilo era demais! E sai correndo até o próximo amanhecer!

11/12/2003


Dia 4
Putas, Emoções & Rock 'n' Roll
(Led Zeppelin)

"As baratas não rastejam, é apenas o jeito delas caminharem", uma frase proferida por alguém que não me quer bem... "Existe uma grande diferença entre ajoelhar e ficar de quatro." Esta é de Frank, o Grande Zappa. Então eu junto as duas coisas e chego a conclusão que as baratas não conseguem ajoelhar-se nem ficar de quatro, sequer rastejam... Apenas caminham e estão neste planeta muito antes que nós, pobres seres humanos. Ser uma barata ou não ser? "Aquela manhã Gregor Samsa acordou transformado em um inseto monstruoso." Kafka não usa a palavra "barata" em sua obra, mas quando fala em "inseto monstruoso" todos entendem que ele fala de barata. O que há de monstruoso em uma barata, querido Kafka? Imaginou uma barata acordar pela manhã transformado num monstruoso ser humano? Ela ia morrer do coração. (Barata têm coração? - Claro que tenho!, embora um pouco doente, fraco e que carrega pouca paixão, mas ainda tenho). Acordei ontem com uma puta dor de cabeça. Tinha brigado com o mundo, de mau humor porque a Grande Chupadora do Universo não aparecera para chupar meu pau na beira do córrego. Uma Aspirina e uma Coca-Cola foram o suficiente para abrandar, mas me deu uma caganeira desgraçada. Depois sai andando pelas ruas e quase pisei em uma barata. Pobre dela, quase a esmaguei. Uma barata entrando por baixo da saia de uma mulher é muito sensual e elas nem percebem isso, aquelas patinhas roçando a pele das coxas, caminhando em meio aos pelos da bucetinha, passeando no rego, entrando na bunda, depois subindo e passeando ao redor dos bicos dos peitos. Uau! Existe um certo charme profano nas baratas. Algo que nem o mais maluco dos psiquiatras poderia explicar. Queria ser uma barata e poder entrar debaixo da saia da Grande Chupadora do Universo na beira do córrego. As baratas não precisam fazer nenhuma revolução para dominar o mundo. Elas são a própria revolução, pois sabem que herdarão este planeta que a espécie humana acha que é proprietária. Apenas caminham e esperam que sua herança natural lhes seja entregue. Talvez sobrem alguns humanos rastejantes que se esconderão pelos esgotos e pelas beiras dos córrego, não mais sendo chupados pela Grande Chupadora do Universo, mas rastejando em busca de comida. Possivelmente elas, as chupadoras, sobreviverão. Mas eu não. Aliás, eu não sobrevivo, sub-vivo! Uma chinelada e pronto, estou morto... Por isso escondo os chinelos da casa... Alguém pode ter uma péssima idéia. Todos sabem que a música da minha vida e da minha morte é "Dazed And Confused". Aquele clima denso e tenso, aquela estrutura melódica caótica, é algo que penetra em minha alma, perscruta minhas mais tênues emoções...("Estar atordoado e confuso por tanto tempo não é verdade. /Procurando uma mulher, nunca barganhada para você./Muitas pessoas falam e poucas delas sabem,/a alma da mulher foi criada em baixo.") Page fala de mulheres, de putas e de emoções... De emoções baratas? Ou seria de baratas emoções ou ainda de emoções de baratas? Sou uma dor, uma dor e nada mais! Mas hoje, bem hoje, a letra que está falando muito alto, definindo minhas emoções é The Last In Line. Escutem isso: "Nós somos um navio sem uma tempestade / O frio sem o calor / Luz na escuridão que precisa/ Somos uma risada sem uma lágrima / A esperança sem o medo." E a coisa continua: "Nós saberemos pela primeira vez / Se somos maus ou divinos / Somos os últimos da fila" Dio é um cara fantástico: "Bem, se parece real, é ilusão / Para cada momento de verdade, há confusão, na vida / Amor pode ser visto como uma resposta, mas ninguém sangra pelo que dança". É duro mesmo, a sensação de ser o último da fila. A fila anda, os primeiros chegam, mas o último é sempre o último, não importa o que aconteça. "Você pode se libertar/Mas o único caminho é para baixo" Dio canta isso! É bem assim, não existe liberdade! Não liberdade real! O caminho é a morte, "o caminho da dor é o amigo", cantou Raul. Mas onde andam meus amigos? A dor eu sei onde anda, diretamente em minha mente, mas os amigos? Onde andam, que caminhos percorrem? "Você me pergunta / Aonde eu quero chegar / Se há tantos caminhos na vida / E pouca esperança no ar". Existem caminhos que eu reconheço. Sei quantos passos separam a esquina onde fica a Grande Chupadora do Universo e a beira do córrego! Mas a Grande Chupadora do Universo conhece seu caminho? Imagina que é apenas chupar umas rolas, enfiar 10 paus dentro da blusa e comprar comida de gatos? Mas em que Lugar da fila está a Grande Chupadora do Universo? O último é meu! Ninguém tasca!

12/12/2003


Dia 5
Sangue, Paixão & Rock 'n' Roll
(Jim Morrison)

Deixa eu lhes contar sobre o sangue que não escorreu do meu peito porque o medo da dor impediu que a faca penetrasse mais que apenas umas tenras camadas de pele. Deixa eu lhes contar sobre a dor que eu senti, do ardor e do medo, do muito medo que o medo da dor provoca. Deixa eu lhes contar sobre a morte que eu não experimentei, sobre a vida que também não. Deixa eu lhes contar sobre a falta de desejo e sobre a falta de beijo que empurrou minha mão em direção ao sangue, sobre a falta de paixão e compaixão, de passo e compasso, pacto e compacto... Deixa eu lhes contar sobre a jornada que não aconteceu porque a passagem era cara demais, porque o condutor do trem tem cara de fantasma e aquilo nem é um trem fantasma. Ah, como eu queria estar bem, forte... Mas estou mau, muito mal... Os olhos ardem por causa das noites sem dormir, do conhaque, dos cigarros e da falta de paixão... Ah minha paixão, onde estás? Queria mesmo falar cobre paixão e cantar sobre a beleza da vida, odes supremas a uma musa que não é a Grande Chupadora do Universo. Deixa eu lhes contar sobre as mulheres que não transei, sobre as bundas que não apertei. Apertei... Apertei o gatilho da faca... Mas quando o sangue jorrou eu morri... De medo de morrer... E não morri! Deixa eu lhes contar sobre o medo que eu tenho de viver, não sobre o medo de morrer! Deixa eu falar sobre o que eu desconheço, sobre tudo o que temo, o sobretudo que não tenho, sobre tudo o que não tenho e temo, temo e tenho! Tenham dó de mim! Não, não tenham dó de mim, pois e não sou digno de dó, nem de compaixão... Deixa eu falar sobre as putas que paguei, o dinheiro que não ganhei, as causas perdidas, as dores ardidas, as almas partidas que partem em pedaços. Deixa eu falar sobre mim, deixa! (?) Então: na outra linha, parágrafo, dois dedos da margem: eu nasci quase sem nascer, de um parto dolorido não desejado, o Brasil era campeão de futebol e minha mãe queria comemorar. Mas eu e minha hepatite a impedimos. Ela olhou pela janela da maternidade e amaldiçoou aquele momento e eu nem sequer sabia que Lennon cantaria poucos anos depois: "Mother, you have me, mas I never have you". John morreu e eu também. Um tiro na cabeça, outro no coração. "Ninguém ama você quando você esta arruinado / Ninguém olha para você, quando você esta em situação difícil / Todo mundo é empurrado para a responsabilidade e o dinheiro". Mas, John, seus casacos de pele e sua grana guardada dentro do Edifício Dakota, perto do Central Park? Ai eu corri e chorei porque era real sua definição. Minha mãe nunca chorou minha morte, nem sentiu saudades. Minha hepatite a impediu de dançar pelas ruas, comemorando o futebol e naquele momento eu comecei a pensar que "Sábios não conhecem o que é ser burro feito um tijolo". E Ian Anderson cria carpas e eu crio baratas! Ia esquecendo: a grande chupadora do universo cria gatos. Outro dia, dia 8 de dezembro, data de casamento de minha mãe e exato um ano em que fui agredido por ser roqueiro, encontrei com Jim Morrison num bar na Penha, ele estava bem magro e com os cabelos brancos. Disse que era o Rei Lagarto e eu lhe disse: "Oh, eu sou o Rei Barata"... E ajudei-o a erguer-se com a testa ferida, da beira da sarjeta. Mas Jim falou: "Eu Sou o Rei Lagarto. Posso fazer tudo" . Até espatifar-se contra uma guia em frente a um bar fedorento da Penha. Mas Jim, ainda muito lúcido apesar dos seus 60 anos completado naquele dia, ainda disse: "Tudo o que é desordem; revolta e caos me interessam; e particularmente as atividades que parecem não ter nenhum sentido. Talvez seja o caminho para a liberdade. A rebelião externa é o único modo de realizar a liberdade exterior." E emendou: "Cancele minha inscrição para a ressurreição, envie minhas credenciais para a casa de detenção, tenho muitos amigos lá". E quando perguntei sobre ele, respondeu: "Alguns nascem para o suave deleite, outros para os confins da noite" . Mas, Jim...!!! Onde anda minha alma, onde andam meus sonhos, onde andam minhas pernas e o meu pau? Onde anda a Grande Chupadora do Universo? "Nunca mais olharei em seus olhos de novo / Você consegue imaginar o futuro / Tão sem limites e livre / Precisando muito da ajuda de alguém estranho." A realidade é que estou desesperado e meu desespero causa pensamentos estranhos, Queria deixar de rimar caixão com paixão, sorte com morte... queria deixar de rimar rimas com estimas, ego com prego... queria deixar de ser o que sou e ser o que não sou. Agora, deixo apenas um poema de meu xará Maciel, publicado em" A Morte Organizada ":

"Não encontro as palavras. / A surpresa das coisas me confunde. / Não sei mais o que eu sabia
Estou perdido. / Extraviei-me na metade do caminho e a carne é fraca e trêmula.
Quem me combate? As palavras fogem como pássaros assustados.
A tarde cai e a noite acorda suas sombras, seus gestos de consolo.
Quem luta comigo e ameaça numa esquina desconhecida dos subúrbios?
De onde vem essa queda súbita? / A carne é fraca e trêmula.
Procuro as palavras como alguém procura um segredo que não existe.
Eu não queria ferir tua alma delicada de mulher.
Não queria  feria tua calma. / A surpresa do mundo me confunde e não sei mais o que eu sabia.
Observo minhas roupas: estão sujas e gastas, estão cansadas e não acredito mais que possam brilhar à luz do dia.
A noite me consome e me consola. / De onde vem esse punhal escuro?
Não, eu não queria  ferir tua alma.
Mas a dor se insinua entre as frestas das portas esparrama-se pela sala, visita o quarto, o banheiro, a cozinha, abre a geladeira, fechas as cortinas e eu não sei mais o que sabia.
De onde vem esse muro súbito? / Quem desconfia do calor de suas pedras frias?
Os olhos vagam. / Os ouvidos secam. / A boca treme por um momento e se cala.
Quem me guerreia? / Quem derrama meu sangue na areia fria?
Não encontro as palavras, elas fogem como pássaros assustados e se escondem nos cantos mais sombrios do dia.
Não, eu não queira ferira tua alma delicada de mulher. Não sei mais o que eu sabia.
Quem conspira a minha queda súbita? Quem me enfraquece?
As palavras fogem. Observo minhas roupas: como estão sombrias.
Estou perdido na metade do caminho e ainda caminho e não há vento e é pesada a calmaria e não sei mais o que eu sabia.
Eu não queria ferir com essa tristeza a tua alegria.
Eu não queria. Quem me tira as forças, quem mexe os fios dessa agonia? Quem tenta me matar?
A surpresa das coisas me confunde.
Não sei mais o que eu sabia.
E não queria ferir tua alma delicada de mulher.

14/12/2003


Dia 6
Mães, Padres & Rock'n'Roll
(Ozzy)

Estou chegando ao fim! Fim do quê? Não sei.Se soubesse não seria o fim! Quero morrer igual ao pai de minha mãe, transando! Mas não com a mãe de minha mãe, é claro! Quero transar e morrer, morrer e transar! Quero o que é bom! "Compra bombom, moço!" Uma menina de oito anos oferece e eu nem quero saber de bombom. A menina com cara de choro implora e eu compro seus malditos bombons. Ah, já sei: vou dar de presente á Grande Chupadora do Universo. Gatos comem bombom? Senão eu enfio um bombom no cu dela enquanto ela chupa meu bombom de carne na beira do córrego. "A sanidade agora está além de mim, não há alternativa". Ozzy escreveu em seu diário, enquanto no meu eu escrevo algo mais ou menos assim: "A vida está além de mim, não há alternativa!". Ozzy tem o Diário de um Louco e eu tenho meu Diário de um Morto! Não "Diary Of a Madman", mas "Diary of a Deadman", algo assim. Muito bem! O padre e minha mãe contaram histórias mentirosas sobre Mim e sobre Ele! Fui enganado e agora é tarde demais. Não quero o Céu embaixo de meus pés nem o Inferno sobre a minha cabeça. Nem mantos nem chifres. Nem o Padre nem minha Mãe! Escorracem, sim! Estou farto de suas bondades! Estou farto de suas penas. De galinhas e de anjos alados ou caídos. Estou farto e quero voltar para casa! Onde estou agora, querida criança? Quero voltar para uma casa que eu nunca tive então não é possível, pois ninguém volta para onde nunca esteve. Mas eu queria os claros dias de sol e brincadeiras inocentes... "Ah, bom, queria ser criança, novamente!", disse meu filho. Não, está errado, queria ser velho, porque ai estaria mais perto da morte. Sem futuro a preocupar, sem mães e sem padres! Apenas ser velho e brincar... De ser criança! Queria sem velho e chegar ao fim chegando ao fim, igual ao pai de minha mãe, que era um artista! Queria ser artista forte igual a ele! Mas a mãe de minha mãe também morreu. De solidão... O anjo da morte com suas penas sujas de sangue a carregou e depois em meu sonho ela disse que tinha cometido suicídio. Suas mãos era quase pretas de nicotina igual ás minhas e ela ainda sabia que aquilo era a morte, do mesmo jeito que eu sei. Mas deixa eu acender um cigarro que depois eu continuo. (...) Ah, então continuando: será que a Grande Chupadora do Universo vai ficar velha? Ou vai morrer chupando pinto na beira do córrego? Então devolve meus 10 paus, sua piranha! Os 10 paus que você chupou! E ai, quem vai sustentar seus gatos? Não olhe pra mim! Eu não! Sou um monstro sem sensibilidade, feito de merda e terra. Merda sagrada e terra amaldiçoada. Rimbaud tinha "Sangue Ruim" e eu? Sangue Podre! Sou perigoso porque sou triste ou sou triste porque sou perigoso? Disseram que estou doente, da mente e da alma, que corro perigo! Que preciso de minha Mãe e do Padre. Aliás, o Padre disse que eu corro perigo e minha Mãe que eu sou o perigo! É, realmente, o fato é que estou a perigo e então vou até a beira do córrego encontrar a Grande Chupadora do Universo! Quem sabe uns tapas na cara dela faça com ela se apaixone por mim! Ou na bunda, melhor ainda! Padres e mães não sabem o que é sentir-se "Burro feito um tijolo". Chega ai, Padre, preciso entrar no confessionário e confessar meus pecados. Ganho uma carteirinha para o seu Céu? Minha mãe disse que sim! Minha Mãe é uma mentirosa hipócrita! A Grande Chupadora do Universo um dia será Mãe? "Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração dos filhos", digam isso a ela. E nem chora não! Conta uma história, um conto da carochinha, sobre a Mãe Coruja, mente bastante, cria ilusão, depois abandona a cria! A Grande Chupadora do Universo tem peitinhos pequeninos e um par de bicos pretos. Deixa eu mamar neles? Deixa??? Implorei outro dia! E ela: "São trintão!" Ai eu mandei ela se foder! E ela falou: "Ai são cinquentão!" Grande filha da puta, vai tomar no seu cu!" Eu disse. E ela:" Aí são cenzão!" Quase mijei de rir e repeti: "I Wanna Piss On You" e ela ajoelhou e chupou meu pau até eu mijar na boca dela. Maldita puta filha da puta!

15/12/2003


Dia 7 (Último)
Cachorros, Merda & Rock'n'Roll.
(Tublues)

Torquato Neto enfiou a cabeça dentro do forno e abriu o gás. Deixou um testamento poético: "Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes mestre de cerimônias." Será que se eu enfiar a cabeça dentro do micro-ondas e apertar o "power" meu cérebro fritará até parecer Batata Prengles, ou coisa parecida? Deixo também meu testamento poético: "Fodam-se!" Poético isso, não? Nunca quis ser poeta mesmo... Do mesmo jeito que aconteceu de eu ser narigudo e um tanto estúpido, aconteceu de eu cometer algumas porcarias poéticas. Mas cumpri o que Torquato pediu: nunca trai a poesia, nunca trai o Rock'n'Roll, nunca trai ninguém. Fui traído, sim... Muito! Parece maldição isso! Torquato abriu o gás e eu vou ligar a tomada. Mas agora quero mesmo é escutar um som! O pessoal do Tublues realizou um sonho meu, tenho uma porcaria de uma poesia musicada. Sangue de Barata ficou legal pra caralho! Tem um monte de gente querendo sugar meu sangue e ninguém a não ser a Grande Chupadora do Universo, quer sugar meu pau! Aperta o "power" ai! Aperta meu pau ai! "Quando eu nasci/um anjo louco muito louco/veio ler a minha mão/não era um anjo barroco/era um anjo muito louco, torto/com asas de avião/eis que esse anjo me disse/apertando minha mão/com um sorriso entre dentes/vai bicho desafinar/o coro dos contentes/vai bicho desafinar/o coro dos contentes/let's play that". Tenho mais de quarenta anos e então não deixam que eu trabalhe, ai nem tenho jeito de pagar as contas que ficam penduradas, o aluguel fodendo e tal. Difícil é cometer poesia assim, mas o mais difícil é estar em perfeita solidão, a solidão perfeita que só sente quem está no meio de uma multidão insensível. Acaso eu morra, só irão perceber dias depois por causa do fedor de carne podre. Ninguém afinal nota minha presença e eu grito e ninguém escuta. Escuta aqui: vão todos se foder! Deixem-me (morrer) em paz, então! Danem-se, apenas não desliguem a luz que pra eu ter como ligar o micro-ondas. Ontem tentei recomeçar a ler um livro pela décima-sétima vez e não consigo passar da página 17 ("Todos seus psiquiatras de dois bits / estão dando a você um choque elétrico / eles dizem que deixaram você viver em casa com seus pais / no lugar de manicômios / Mas todo o tempo que você tenta ler um livro / você não consegue passar da página 17 / porque você esqueceu onde você está /então você nem mesmo pode ler" - Lou Reed, "Kill Your Sons" Sinceramente, tenho inveja de Lou Reed, a cara faz o que eu queria pra mim. Sempre imaginei que as porcarias das minhas poesias seriam letras de Rock. Imaginem: "Aquela era uma noite muito calma até um certo ponto / O porque dessa mudança, ao entardecer eu lhe conto / Então toda cachorrada começou a ladrar esganiçada / E as ladras pararam diante da fechadura enguiçada." Ou "Ácida Cida de madeixas cor de sangue nobre / Cida ácida, doces ameixas, o ouro e o cobre / Ácida Cida dos cantos, encantos, recantos / Cida, ácida droga, lágrimas e prantos" (Esta Eu imagino algo como "Vicious"; ou ainda: "Filho bastardo de uma consciência dúbia, alguém sem escrúpulos, doente. / Perambulo pelas esquinas, bêbado de cachaça sem uma maconha decente. / Seria realidade a minha infinita pré-disposição em ser eternamente pobre? / Em ser um inútil poeta de bar de esquina, jamais de um restaurante nobre?"??? Canto assim, porque assim é minha maneira de cantar. Nenhum acorde musical, nenhuma nota. Apenas letras toscas com rimas idem. Mas, o que importa agora. Kafka mandou queimas seus escritos pouco antes da morte, mas como tinha amigos, algo ainda sobreviveu. E eu? É uma pena! Queria apenas um pequeno lugar sob o Sol, mas deram apenas a escuridão. A trilha sonora da minha existência nem deveria ser um Rock, mas um Blues... Solta o disco:

"Não posso ser menor que o Sonho, Nem maior que o Pesadelo!
Não posso ser menor que a Liberdade, Nem maior que a Prisão!
Não posso ser menor que o Homem, Nem maior que o Cão!
Não posso ser menor que o Bem, Nem maior que o Mal!
Não posso ser menor que o Amor, Nem maior que o Ódio!
Não posso ser menor que a Vida, Nem maior que a Morte!

O Heavy cantando isso ficou bem legal. Imaginei que isso seria um Blues-Rock e Heavy fez disso um Rock'n'Roll. Ai ficou bem legal... Sonha, poeta desgraçado, sonha maldito sonhador, morre maldito guerreiro. Fodam-se! Nem quero mais saber! Que importa agora? Claro que para encerrar essa merda toda, só poderia recorrer a Jim Morrison. No mais fiquem com "Deus e o Diabo na Terra do Sol". Vocês merecem!

É o fim, bela amiga / É o fim, minha única amiga / O fim de nossos planos incríveis / O fim de tudo que está de pé
O fim
Sem segurança ou surpresa / O fim / Nunca mais olharei em seus olhos de novo / Você consegue imaginar o futuro / Tão sem limites e livre / Precisando muito da ajuda de alguém estranho / Em uma terra desesperada
Perdido em uma imensidão de dor Romana / E todas as crianças são insanas / Todas as crianças são insanas
Esperando a chuva de verão / Há perigo no subúrbio da cidade / Ande na auto estrada do rei
Cenas estranhas dentro da mina de ouro / Vá para o oeste na auto estrada, baby / Ande na cobra
Até o lago / O lago antigo, baby / A cobra é comprida / Sete milhas / Anda na cobra / Ele é velho / E sua pele é fria / O Oeste é o melhor / Venha aqui e nós faremos o resto / O ônibus azul está nos chamando / Motorista, para onde está nos levando? / O matador acordou antes de raiar o sol  / Ele colocou suas botas / Pegou um rosto da antiga galeria / E desceu o corredor / Entrou no quarto onde sua irmã morava / E depois visitou seu irmão / Depois ele continuou a caminhar pelo corredor / E chegou a uma porta / E olhou para dentro / Pai? 
Sim, filho? / Eu quero te matar / Mãe, eu quero...  / Vamos, filho nos dê uma chance / E me encontre atrás do ônibus azul / É o fim, bela amiga / É o fim, minha única amiga / O fim / Dói libertar você / Mas você nunca me seguirá / O fim de risos e mentiras leves / O fim de noites em que tentamos morrer / É o fim

1/1/2003

23/08/2012

O Suprassumo do Superestimado - Minha Lista dos 11 Mais (ou Menos?) – Parte II - Internacional


O Suprassumo do Superestimado
Minha Lista dos 11 Mais (ou Menos?) – Parte II - Internacional
Luiz Carlos Barata Cichetto

Quando, há alguns dias atrás publiquei minha primeira lista, com nomes brasileiros daqueles que considero como superestimados, ela gerou certa polêmica, mas fiquei espantado até pois acreditei que ela seria bem maior, por eu estar tocando em gente "sagrada". O que representa a pequena repercussão de uma lista nascida para ser polêmica?  Mas o fato da lista não ter causando, digamos, tanto impacto, pode representar duas coisas: realmente existe mais gente com percepção clara da realidade e com bom gosto que supunha minha vã filosofia, ou o contrario. Ou seja, tem muito mais gente alienada e massificada que sequer se dispõe a ler algo que fala “mal” dos seus ídolos. Uma terceira hipótese, remota acredito, é que listas não causem interesse. O que sinceramente, não acredito. As pessoas adoram listas de alguma coisa.

Não que eu queira necessariamente causar polêmica. Não causo polêmicas, sou a própria, por minha natureza sou assim, por minha história sou assim. E ser assim, atualmente, numa sociedade totalmente perdida em vidas vazias, totalmente desprovida de bom-senso, dominada por um falso conceito de bondade e humanismo e que busca insanamente atitudes hipócritas que não condizem com o que fazem, é um tanto perigoso. Pensar tornou-se um ato perigoso! 

Mas, pouco importa o que a manada finge que pensa enquanto se encaminha ao matadouro, quero apenas mostrar com minhas listas que podemos, sim, pensar, que pensar não dói. Pensar com nossas próprias cabeças. O poder da mídia é muito maior que qualquer militar poderia sonhar, seu poder bélico, de dominação é infinitamente maior. Dominadas pela mídia e pelas igrejas, simplesmente os seres humanos deixaram de ser indivíduos e se transformam rapidamente em massa disforme, inócua e inodora. Carne moída em uma engrenagem que esmaga, tritura, homogeneíza, e que, transforma em pasta é vendidas nos açougues do Paraíso... Ou do Inferno.

Conforme coloquei na anterior, não desejo influenciar ninguém, muito menos mostrar que sou “do contra”, e ela não segue nenhuma ordem de preferência e é também seguida por um disco com a indicação "Suprassumo do Superestimado", que ninguém deve, em hipótese alguma escutar. 


1 - John Lennon - De todos o mais superestimado. Até o momento de sua morte eu também o considerava um gênio, o grande estandarte da paz. Fiquei chocado com sua morte, mas aí começaram aparecer fatos e comecei a analisar a trajetória desse "ídolo". Primeiramente, John era um musico apenas razoável. Era digamos, o rebelde necessário ao contraponto da musicalidade fina de Paul e George. E com relação a questão pregar/ser o que prega: Lennon pregava que as pessoas deveriam viver com menos posses, pois apenas assim existiria a paz e a "Irmandade dos Homens", mas vivia no prédio mais caro de New York e inclusive tinha um apartamento no mesmo prédio, o Dakota, apenas para guardar casacos de pele (sim, de pele. Logo ele um pacifista)...  Num determinado momento cantou que não acreditava em nada, que Deus era apenas um conceito sob o qual mediamos nossas dores. Depois gravou uma canção de Natal e encheu o bolso de dinheiro. John se dizia magnânimo e pacifista, mas não deixava de declarar guerra ao ex-amigo Paul. Noticias e declarações bem mais recentes da própria Yoko e dos filhos, dão conta que ele era um péssimo pai e marido, inclusive dado a espancar os filhos. Enfim, a coerência entre a vida e a obra de um artista o transforma em gênio... Ou numa grande fraude.
Suprassumo do Superestimado: Wedding Album (1969). O LP tinha apenas duas faixas: "John & Yoko" e "Amsterdam" , ambas ocupando um lado inteiro. De fato deveria ser apenas um album de casamento, entregue apenas a convidados ao mesmo, pois assim teria poupado o mundo de uma bobagem tão imensa!


2 - Yoko Ono - Em realidade só é conhecida por ter sido a mulher e atual viúva Lennon. Filha de um dos homens mais ricos do Japão, Yoko foi para os Estados Unidos, alugou uma Galeria de arte onde escreveu "Sim" no teto e colocou uma escada para que isso pudesse ser lido. John Lennon subiu na escada e a partir dai o mundo foi "obrigado" a engolir a "arte" de sua esposa. Uma "arte" feita de berros sem sentido travestido de "grito primal", enfiados goela abaixo dos incautos que queriam escutar o novo disco do ex-Beatle. Além disso, não privou o mundo de sua nudez horrorosa postada até em capas de discos. Mas, não negando o sangue paterno, Yoko era uma mulher de negócios e conseguiu elevar seu ínfimo talento artístico à categoria de obra de arte. Cara, diga-se de passagem. Um brinquedo japonês, caro e defeituoso.
Suprassumo do Superestimado: Fly (1971). Coloquei esse, mas estenda a lista a todos os quase 20 discos gravados por ela. Sem maiores comentários.


3 - Ritchie Blackmore - Tirando suas esquisitices e seu egocentrismo exacerbado, o sempre dono da bola por todos os campos em que atuou, Mr. Blackmore consegue ser um dos campeões de qualquer listagem de superestimados. Ah, sim, é um bom guitarrista, um bom musico. E parou por ai. Ninguém, absolutamente ninguém consegue trabalhar com ele sem arranjar atritos. Até mesmo Dio, dono de uma paciência quase que santa aguentou. Mas na questão que nos interessa nesta lista: Ritchie Blackmore era também um copiador, um plagiador. "Black Knight" é um plágio descarado de "(We Ain't Got) Nothing Yet" da banda Blues Magoos. Não se trata de um ou outro "riff", mas da musica inteira, até com o corinho "ôôôôôôôôôô". Inúmeras são as "chupadas" de Mr. Ritchie, mas não é apenas por tal razão que o aponto como Superestimado. Como se não bastasse, ele foi responsável pela saída de Ian Gillan do Deep Purple, quando este ainda cantava, e por colocar em seu lugar o eterno garoto propaganda de xampu e creme dental, David Coverdale. Segundo uma entrevista dada pela Joan Jett recentemente, ele é isso mesmo, uma coceira ("ritchie" é uma giria para coceira). Enfim, Blackmore é de um ego gigantesco, como todos os superestimados o são.
Suprassumo do Superestimado: Stranger in Us All (1995). É de uma ruindade sem precedentes, com o Sr. Coceira parecendo mais uma frigideira do que um guitarrista e ainda com mais uma de suas descobertas geniais de vocalista: Doogie White.


4 - David Coverdale - Inicialmente apenas mais uma criação esquisita do Sr. Coceira, David Coverdale foi escolhido por ele, que já tinha defenestrado Rod Evans em favor de Ian Gillan e agora tinha o dom de escolher esse ex-balconista como seu substituto. Coverdale não cantava porra nenhuma, era apenas um "frontman" bonitinho, com uma bela dentadura e cabelos encaracolados, bem ao gosto dos produtores e do publico feminino. Quem segurava os vocais era Glenn Hughes, fato que pode ser comprovado nos vídeos dos shows, quando se percebe que quando uma musica exige voz, quem canta é o Glenn. Não contente, depois de fazer o nome em uma das bandas mais famosas da época Mr. Colgate fundou o Whitenaske, uma das bandas mais pomposas e chatas da História do Rock, responsável por levar o gênero ao nível de artigo de tocador e de trilha sonora de cigarros. Sua voz até que melhorou um pouco (ou será que arrumaram algum produtor melhor), mas os seus cabelos... Atualmente, aos sessenta anos, o Sr. Sorriso de Cabeleireiro ainda desfila sua dentição perfeita (dentadura?) e continua achando que é cantor de Rock... Ah, meu São Dio, nos proteja!
Suprassumo do Superestimado: Snakebite (1978) - É o primeiro do Whitesnake. Então e portanto uma boa forma de saber o que não se deve ouvir na sequencia. O Ministério da Saúde informa: Consulte seu dentista regularmente após escutar qualquer disco de David Coverdale.


5 - Ian Gillan - Até 1973 no Deep Purple Ian Gillan era um dos maiores cantores do Rock que o mundo conhecera. Mas o Sr. Coceira o colocou para fora da banda. Teria ele sido amaldiçoado por ter feito o papel de Jesus Cristo em "Jesus Christ Superstar"?  Ou será que esse neto de cantor de Opera estourou a garganta?  Entre esse período e dez anos após quando gravou com o Black Sabbath o disco "Born Again", Mr Gillan perambulou com sua banda Ian Gillan Band, sempre à sombra do Deep Purple. Seus cabelos ainda eram os mesmos... (Opa, cabelos está inserido no tópico errado), mas a sua voz... Durante um determinado tempo, se aposentou do mundo da música e começou a perseguir outras oportunidades de negócios, como uma empresa de fabricação de motos e um hotel, que culminaram em retumbante fracasso.  E Gillan retornou ao Deep Purple, tomou a liderança da banda, cortou os cabelos... Mas cantar mesmo que é bom... Sua voz simplesmente sumiu. Acabou. E até hoje ele fica por ai, arrastando uma banda moribunda, principalmente pelas esquinas do Brasil, onde é figura constante em programas de pseudo-entrevistas, arrebatando um grande numero de massificados que pagam os olhos da cara para escutar um cantor que há mais de vinte anos esqueceu a voz na gaveta. Um conselho a Ian Gillan: volte a fabricar motos!
Suprassumo do Superestimado: Bananas (2003) - Sem contar o mau gosto da capa e do titulo em si, é uma prova material do titulo de Superestimado ofertado ao Gillan. Troque esse disco por uma penca de bananas, não muito maduras, claro!


6 - Ozzy Orbourne - A não ser os fanáticos, todos os outros seres humanos sabem que Ozzy é um péssimo cantor. Não tem voz, é esganiçado e desafinado e parece que canta com um ovo de galinha na boca. Além disso é incapaz de decorar a letra de uma música, dizem, pelo excesso no consumo de drogas. Sua carreira tinha acabado por causa desses excessos em 1978, após ter sido mandado embora do Black Sabbath, quando conheceu Sharon, até hoje sua esposa, empresária e .. dona. Ai gravou "Blizzard of Ozz" escolhendo a dedo grandes músicos, como o guitarrista Randy Rhoads, o baixista Bob Daisley e o baterista Lee Kerslake. A partir daí, Ozzy virou uma unamidade entre os fanáticos por seu estilo fanfarrão, doido-de-pedra, comedor-de-cabeça-de-morcego e outras excentricidades. Unamidade entre os fanáticos parece até pleonasmo, mas não é. Muitos fanáticos, um tipo raro, encontram falhas em seus ídolos, o que não acontece com os fãs do Batman, ops, Homem-Morcego, ops Ozzy... Claro que ele tem um carisma impressionante e uma presença de palco fora do comum. Roupas, trejeitos e falas, tudo muito bem pensado por sua empresária. Mas a sua voz... A voz de Ozzy é algo que ninguém com os dois ouvidos colados na cabeça, que não esteja cheia de vento consegue aguentar. Uma taquara rachada ao vento consegue ser mais afinada e mais melódica. Fora isso, sua incapacidade de decorar musicas e muitas vezes fazer shows, renderam a ele o titulo de a maior fraude da história da indústria do Rock, com "Speak The Devil". Para quem não sabe, o disco era para ser ao vivo. Era... Ou melhor foi... Ah... Bem, o disco foi gravado ao vivo, mas a interpretação de Ozzy estava tão ruim que decidiram regravar... Mas apenas a voz. Portanto, o que se escuta ali é a banda tocando ao vivo, e a voz dele colocada depois, no conforto do estúdio e com direito a quantos "takes" fossem necessário. Ai, mermão, assim até eu gravo.
Suprassumo do Superestimado: "Speak The Devil” - Claro, e pelos motivos acima, além, de terem feito esse disco como uma pura provocação a Tony Iommi, incluindo o fato de que o repertório predominante era de musicas do Sabbath.


7 - Yes - O Yes foi formado em 1968 pelo vocalista Jon Anderson e pelo baixista Chris Squire, musicos com sólida formação em musica e posteriormente, em sua formação mais clássica, com a presença de Rick Wakeman. Uma banda tecnicamente perfeita, fantástica... Mas extremamente, potencialmente, absolutamente... Chata. O vocal de Anderson é uma das coisas mais ranhetas e irritantes da história do Rock, e não perde nem mesmo para a de Robert Plant. Falsete é uma coisa complicadíssima de ser feita e, não sei por que razão, acabou sendo uma constante nos vocalistas de muitas bandas de Rock Progressivo, possivelmente por influência do Yes. Apenas uma informação: durante muitos anos colecionei LPs de bandas de Rock. Tinha discografias inteiras das maiores, compactos, piratas e tudo o que podia, mas nunca, jamais, comprei um disco do Yes. Com exceção de um compacto que comprei de presente a uma namorada... Ah, sabem qual é, estou certo... "Sooooooooooooooon"... Essa musica, trecho de uma faixa que tinha a duração de um lado inteiro do disco, chamada "The Gates Of Delirium" . Nesse disco, a banda tinha como tecladista um suíço de nome Patrick Moraz, que depois viria morar no Brasil, casado com uma brasileira e que, entre outras facetas, engabelou os então moleques Lobão, Lulu Santos e Ritchie que tinham uma banda chamada Vimana, fazendo-os acreditar que os transformaria nos "novos Yes".  Enfim Yes é uma banda chata, complicada e pretensiosa. Sem sentimento e sem força... Sem qualquer coisa que a aproxime do espírito do Rock. Pode ser uma boa banda, mas não de Rock. Sem criatividade até na escolha do nome. Se bem que poderiam mudar o nome para "No", que o resultado ainda seria o mesmo. O Yes é a banda citada por 10 entre 10 descolados e pseudo intelectualizados musicalmente como a melhor. E por 1 entre 10 que prezam os próprios ouvidos como o Suprassumo dos Suprassumos dos Superestimados.
Suprassumo do Superestimado: "Relayer" (1974) - Disco recomendado a atormentar seu vizinho, principalmente se ele tiver gatos ou for vidraceiro. Coloque "Sooooooooooooooon" no ultimo volume e  veja a gataria responder... E os vidros partirem.


8 - Elvis Presley – Elvis era um caipira americano que gostava de cantar... Tal e qual milhões de outros. Serviu o exército americano numa das inúmeras guerras americanas, como milhares de outros. Não era nem um pouco rebelde, como outros tantos milhões. Elvis  era caminhoneiro quando foi descoberto por um caça talentos, depois brincou de ir pra guerra, no auge da fama, como parte de um plano de propaganda muito bem engendrado. Elvis era "um branco que cantava como negro"... Como outros de sua época. Elvis usava camisa cor de rosa... E o que mais?? Elvis foi descoberto pelo Coronel Tom Parker, que o transformou num dos maiores mitos, numa terra onde criar mitos é tão fácil quanto destruí-los. A América, "terra das oportunidades" a quem ele, melhor que qualquer outro artista representou mundo afora. Elvis era contemporâneo e morava na mesma região que um outro musico, com as mesmas características e biografia parecidas, até mesmo na questão guerra, um tal de Johnny Cash. Na mesma época e no mesmo estúdio gravaram seus primeiros discos... Mas Johnny Cash era o "Homem da Camisa Preta"... E não caiu nas graças de nenhum Coronel. Não era bonitinho nem ordinário... E a história hoje conta como sendo de Elvis o Cetro de Rei do Rock, enquanto o outro, sempre foi considerado menor, embora de um talento igual ou porque não dizer, muito maior. A mídia transformou Elvis num mito, inatacável, intocável... Mesmo quando as drogas e o álcool o consumiram e o transformaram num obeso cantor de cassinos. Não desprezo o talento de Elvis Presley, nem seu importante papel dentro da História do Rock, tendo influenciado centenas e centenas de artistas, mas também não posso deixar de analisar o quanto superestimado ele é, não tanto pelo trabalho, mas pela mítica, pela aura que colocam sobre ele. Elvis foi fundamental como mito, mas totalmente superestimado como cantor.
Suprassumo do Superestimado: The Sun Sessions (1976) - Uma coletânea de canções gravadas por Elvis Presley no período da Sun Records, na década de 50. Quero pedir que as mulheres e outros seres deslumbrados por Elvis por sua beleza física e seu vozeirão dos anos 70 que escutem esse disco... Por mais de 5 minutos... Depois me contem.


9 - Kiss - Quero começar falando do Kiss com historinha. Em 1974 entrei numa loja de discos e na prateleira tinha um disco de capa preta com as fotos desfocadas de quatro musicos mascarados... "Disco novo do Secos e Molhados?" Perguntei ao balconista. "Não, é uma banda americana nova, o Kiss." . Meses depois acabei comprando o disco e foi uma enorme decepção. Era ruim demais. Fraco, mal feito, com “rockezinhos” chinfrins pra caraio. Nessa época até mesmo na grande imprensa foi noticia um acontecimento que envolvia o Secos & Molhados e o Kiss. A fama do S&M tinha extrapolado fronteiras e eles teriam sido procurados por um empresário americano que queria transformá-los num sucesso mundial. Mas eles teriam que cantar em inglês e se mudar para a atual Terra de Obama. Eles não toparam e o tal empresário teria dito: "Os ingleses criaram os Beatles e nós os Monkees, e agora vamos criar uma banda igual a vocês e conquistar o mundo". Essa história, obviamente negada pelo dono do Kiss, o megaempresário Gene Simmons (nascido em Israel com o nome de Chaim Witz, depois mudado na América para Eugene Klein), mas confirmada por muita gente, incluindo Gerson Conrad (perguntei isso a ele numa entrevista em 2006 e ele confirmou a história) e João Ricardo. Então, a história do Kiss começa assim. . Outras histórias contam que nenhum dos quatro integrantes era musico mesmo, embora alguns tivesse tido alguma participação em bandas de menor expressão, e que apenas a partir de "Destroyer", quarto disco da banda, o produtor Bob Ezrin os teria obrigado a aprender a tocar. Essas histórias podem até não ser factuais, mas o fato é que, os dois primeiros discos do Kiss eram ruins demais, musicalmente falando e só melhoram a partir do disco que continha "Detroit Rock City".  Segundo outras versões, os discos eram gravados por músicos de estúdio e nos shows eram "playbacks".  Ademais, atrás de máscaras poderia estar qualquer pessoa.  Aliás, as máscaras sempre foram a marca maior da empresa “Kiss”. A tal ponto de fazerem uma operação de guerra em uma de suas vindas ao Brasil para que não fossem vistos sem elas. Para imediatamente em seu retorno ao EUA, decidiram tira-las. Gravaram algumas coisas assim, mas o Marketing não funcionava, caiu a venda de discos e voltaram a usar máscaras. Em 1998, o lançamento do disco "Psycho Circus", abriu novamente a ferida da cópia, na pele dos integrantes do Kiss, quando Alice Cooper os acusou de plágio em "Dreamin", que seria uma cópia de "Eighteen". De fato, as musicas são exatamente idênticas, sendo que a versão de estúdio da Versão Kiss é um pouco mais lenta. Mas a banda sempre foi um grande produto comercial, um meganegócio, assim tratado pelo Sr. Linguarudo Simmons. Um circo, que ao contrario do de Soleil que nos brinda com atrações diversas e inusitadas, oferece uma única atração: palhaços pintados e maquiados empunhando instrumentos musicais e tocando Rock. Um autentico "Psycho Circus".  Um circo psicopata que é tratado pelo homem Linguarudo como negócio milionário que de fato é. E como diria um outro Suprassumo dos Superestimados, Arnaldo Dias Baptista: "onde é que está meu Rock'n'Roll?"
Suprassumo do Superestimado: Kiss (1974). Sem comentários maiores. É ruim demais!


10 - Robert Plant - Muita gente poderá estranhar a inclusão de Plant nesta lista. Afinal Led Zeppelin, todos sabem, é uma das minhas bandas preferidas. "Uma das". E apenas não é "A preferida" por um único fator, ou componente chamado Robert Plant. Composto por três músicos absolutamente geniais, o Led Zeppelin era uma banda quase perfeita. Um guitarrista com uma técnica e precisão absolutamente fora do comum, um baterista que aliava técnica com peso absurdos, como tem que ser um baterista de Rock autentico e um multinstumentista inigualável, formavam a base musical do Zeppelin de Chumbo. Mas a voz.., a voz de Plant era um caso sério. Apenas não tão sério quanto a seriedade do Jon Anderson, mas um caso sério, de irritabilidade, de enjoamento, de punição aos ouvidos mais sensíveis. E repito: porque certos vocalistas teimam em usar esse tal de falsete? Além de outras coisas, isso força demais a garganta e acaba com as cordas vocais. É falsete, é falso, além de soar estranho um homem cantando falsete. Soa enjoado. Irritante. Ainda na época em que a banda estava na ativa e eu comprava todos os seus discos, comentei várias vezes com amigos, que o Led Zeppelin seria a banda perfeita caso tivesse um cantor com um vocal mais forte, mais poderoso. Era estranho ver toda aquela massa sonora produzida pela usina Page/Jones/Bonhan ser acompanhada por aquela voz gritada, aguda e ... Irritante. Acontece que Plant era loiro, tinha olhos claros, cabelos encaracolados, andava de peito nu e de calça justa e então era o "frontman" perfeito para atrair o publico feminino.(Já leu isso aqui mesmo, eu sei.) então, quis o destino, nesse caso chamado de overdose de Vodka, que Bonhan fosse "obrigado" a parar de tocar. Sem ele, e porque o ultimo disco da banda “In Through The Outdoor” era uma autêntica e absoluta porcaria comercial, a banda decidiu acabar. E o Sr. Plant começou a procurar outros lugares para cantar. Pena! Ele poderia ter pendurado as chuteiras e deixar que sua fama de grande vocalista passasse a história. Mas ele insistiu. "Unleded", gravado no Marrocos por ele e Page é genial. Sim, é genial, mas não por ele, mas pela presença de Page e dos músicos marroquinos. A partir dai, um cem numero de projetos insossos. O desenterro de sua banda antes do Led, a Band Of Joy e uma dupla esquisitíssima com Alison Krauss. Agora, Plant precisa de ajuda, seus shows sempre tem "backing vocals" que são sempre bem mais do que isso, porque acabam sempre sendo as cantoras principais e ele se estrebuchando para fingir que ainda canta. É sabido que atualmente ele tem um problema sério nas cordas vocais e é claro que isso o afeta demais. E é sabido também que foi seu canto em falsete que causou essa doença. 
Suprassumo do Superestimado: Raising Sand (2007) com Alison Krauss - Esse disco merece ser escutado para se que perceba o quanto é a voz da parceira que predomina. Plant.. Entrou com o nome. A garota gostou, é claro.


11 - Roger Waters - Waters é um grande musico? Ah, é sim! Um grande compositor? Também é, sim! Então porque eu o coloco nessa lista?  O fator maior a presença de Waters é o seu egocentrismo e sua megalomania. Em 1965, quatro estudantes, Nick Mason, Richard Wright e Syd Barrett e o próprio Roger Waters, uniram seus talentos a beira do genial e criaram uma das maiores bandas de Rock, ou melhor um dos melhores conjuntos de músicos da história da musica interplanetária (E como também como no caso do Plant, só não foi a maior por causa do meu listado). Eram artistas tecnicamente perfeitos, embora ainda jovens, com uma criatividade perfeita, uma disposição artística e política perfeitas... Eram quase deuses no Olimpo do Rock. Mas como em todas as histórias sobre deidades, alguns piram e outros, tomados pela vaidade querem se tornar um deus maior. E foi exatamente o que aconteceu com o Pink Floyd. Um dos deuses pirou e foi afastado e o outro, sem a sombra dele, e com deuses não menores, mas mais tímidos, começou a engendrar seu plano diabólico de domínio do Olimpo Pinkfloydiano. Waters é perturbado, paranóico com a Segunda Guerra Mundial, com certeza por ter nascido na Inglaterra, bem no meio dela. Mas essa obsessão dele por guerra, junto com sua vaidade e megalomania, fez com que ele, após criar um álbum totalmente genial, "The Wall". Desde "The Dark Side Of The Moon", Waters passou a monopolizar muitas coisas dentro da banda, a ponto de suas letras terem um papel muito maior dentro das composições do que propriamente a musica. Isso começou a gerar conflitos, a ponto de ele demitir Richard Wright e colocar o nome do disco gravado nessa época, “The Final Cut” como: "Um réquiem para o sonho do pós-guerra por Roger Waters, tocado pelo Pink Floyd: Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason". Era o fim da picada. E Waters, na sua sanha de poder, acabou saindo da banda, e mesmo com os outros membros continuando a trabalhar, partiu para pleitear na justiça a propriedade para si do nome "Pink Floyd". A disputa judicial acabou com um acordo entre as partes. Entretanto, Waters, apesar de ter lançado outros discos com composições diferentes, nunca deixou de se apresentar como dono do Pink Floyd, tocando as musicas em shows. Em 1990, após a queda do Muro de Berlin, ele promoveu um show, no local, onde ficava o Muro, se apresentando de dentro de uma cabine, praticamente sem aparecer no palco. As musicas foram apresentadas cada uma por uma banda ou artista diferente, como a banda Scorpions, por exemplo. Até hoje, Roger Waters carrega consigo a idéia de que o Pink Floyd é ele, tanto que sua penúltima turnê era intitulada: "The Dark Side Of The Moon", com um repertorio dividido entre esse disco inteiro da banda e outros clássicos da carreira do Floyd. A ultima, em 2011, "The Wall". Todos esses fatos transformam Roger Waters no Campeão do Suprassumo dos Superestimados. E nem tanto pela mídia e pela massa de carne moída que paga fortunas pelas suas apresentações, mas por ele próprio. E condenado por um crime de lesa-majestade: o de ter tirado o titulo de maior conjunto de artistas da história, não apenas da musica, mas da Arte em geral.
Suprassumo do Superestimado: "The Pro's and Cons of HitchHiking" (1984) - Um conselho para esse disco: compre, guarde a capa que mostra uma gostosa pelada com uma mochila nas costas. E jogue a "bolacha" fora.


Reafirmando que esta lista é absolutamente pessoal e ... transferível a quem achar por bem adotá-la. E um ultimo comunicado: não leia apenas os nomes e saia por ai destilando seu veneno fanático. Não gosta ou não concorda, seu direito. Acha que um ou outro merecia estar nesta lista? Crie a sua! E antes de criticar, pare e pense nos motivos que o levam a discordar daquilo que escrevi. Sem comentários destemperados, please!

24/08/2012