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29/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 11

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 11
Run Kowalski
Bloco 1 - Ciberpajé - "Egrégora"
Poesia: Barata - Ainda Sobre a Vontade de Morrer
Lou Reed e Metallica - The View
John Cale - Venus In Furs (Live)
David Bowie - Life On Mars
Bloco 2 - Respeito é Um Bem Individual, Único e Essencial!
Poesia: Palco do Nada (Ivan Silva)
Liquid Jesus - Finding My Way
Lisker - Kalean Festa (1979)
Tublues - Noite Longa
Bloco 3 - Apresentação Campinas (4/07),  Rock In Poetry no Rick'n'Roll (11/07) - São Caetano do Sul
Poesia:  (Isaac Soares de Souza) - A Palavra é Um Acinte
Sweet - Action
UFO - Lights Out
The Beatles - Helter Skelter
Trecho de Batman (Coringa)
Poesia: Oh! Não Maldigam (Álvares de Azevedo)
Genesis - Musical Box

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Ciberpajé - "Egrégora"

01 – Posthuman Tantra & Luiz Carlos Barata Cichetto (Brasil)
02 – Muqueta na Oreia (Brasil)
03 – Zemlya (Brasil)
04 – Blues Riders (Brasil)
05 – Transzendenz (Suíça)
06 – Alpha III (Brasil)
07 – Poolsar (Brasil)
08 – Each Second (Brasil)
09 – Gorium (Brasil)
10 – Blakr (Inglaterra)
11 – Gabriel Fox (Brasil)
12 – Hidden In Plain Sight (Brasil)
13 – God Pussy (Brasil)
14 – Nix’s Eyes (Brasil)
15 – Emme Ya (Colômbia)
16 – Vento Motivo (Brasil)
17 – Iamí (Brasil)
18 – ANT[ISM] (Brasil)
19 – Melek-tha (França)
20 – Kamboja (Brasil)
21 – Dimitri Brandi (Brasil)

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A Palavra é Um Acinte
Isaac Soares de Souza - (Para Barata Cichetto e Torquato Neto)

Nunca ouvi uma verdade vomitada na cara,
como as palavras espargidas por Torquato Neto,
Foi como sentir um falo invadindo na marra 
o próprio reto, como sabre que corta a carne
feito míssil que uma fortaleza atinge,
devastando a muralha fortificada
de qualquer cidadela,
palavras que uivam como se fossem
a mais depravada das cadelas,
Estuprada e varada até o esfincter
"Leve um homem e um boi ao matadouro,
O que berrar mais na hora do perigo é o homem,
nem que seja o boi
O poeta Barata Cichetto,
homem do gueto, cujos escritos espreito,
foi mais além no falar perfeito:
"Leve uma puta e uma santa na beira do córrego,
a que chupar melhor sua rola é a santa,
mesmo que seja a puta."
Como Nico, The Bitch,
A palavra é um acinte
contra os indecentes.

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Oh! Não Maldigam
Álvares de Azevedo

Oh! não maldigam o mancebo exausto
Que nas orgias gastou o peito insano...
Que foi ao lupanar pedir um leito,
Onde a sede febril lhe adormecesse!

Não podia dormir! nas longas noites
Pediu ao vício os beijos de veneno...
E amou a saturnal, o vinho, o jogo
E a convulsão nos seios da perdida!

Misérrimo! não creu... Não o maldigam,
Se uma sina fatal o arrebatava...
Se na torrente das paixões dormindo
Foi naufragar nas solidões do crime.

Oh! não maldigam o mancebo exausto
Que no vício embalou, a rir, os sonhos,
Que lhes manchou as perfumadas tranças
Nos travesseiros da mulher sem brio!

Se ele poeta nodoou seus lábios...
É que fervia um coração de fogo
E da matéria a convulsão impura
A voz do coração emudecia!

E quando p’la manhã da longa insônia
Do leito profanado ele se erguia,
Sentindo a brisa lhe beijar no rosto
E a febre arrefecer nos roxos lábios...

E o corpo adormecia e repousava
Na serenada relva da campina...
E as aves da manhã em torno dele
Os sonhos do poeta acalentavam...

Vinha um anjo de amor uni-lo ao peito,
Vinha uma nuvem derramar-lhe a sombra...
E a alma que chorava a infâmia dele
Secava o pranto e suspirava ainda!

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Palco do Nada
Ivan Silva

Aos delírios e gargalhadas
Sentem-se no palco do nada.
Sem febre ou razão difundida
As cortinas se abrem à platéia viva!

Assistam: O velho palhaço chora,
No sorriso mais tolo do mundo.
Em uma hora terrível: é sua revolta!
Em uma ira tranqüila: é sua revolta!

A malícia é sempre contida
Como se o louco tivesse memória.
Às vezes a platéia se comove

E no final, acaba—“Como pode?” 
A cortina se fecha—Saíram todos pela porta,
Com medo da platéia morta.