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26/10/2019

Não Me Peça Almoço de Graça, Estou Vendendo o Jantar de Amanhã

Não Me Peça Almoço de Graça, Estou Vendendo o Jantar de Amanhã
Barata Cichetto



Morta há 50 anos, a verdadeira diva e dama do Teatro Brasileiro, numa época em que lacração política não era a atividade principal de artistas, Cacilda Becker disse com propriedade: "Não me peça para dar de graça a única coisa que tenho para vender". Então, fico aqui pensando com aqueles botões que não tenho na minha roupa, o quanto ela tinha razão, e o quanto artistas de hoje são perfeitos idiotas. Em busca de um minuto (nem quinze mais) damos de graça a única coisa que temos para vender: nosso talento, nosso trabalho, nossa arte. Damos tudo isso de graça, juntamente com outras coisas, que todos - independente de ser artistas ou não - temos de maior valor, que é nosso tempo. Damos tudo isso de graça, enchemos páginas e páginas de conteúdo de sites como o Facebook, cujos donos enriquecem, enquanto permanecemos do lado de fora, mendigando cliques de curtidas e compartilhamentos totalmente inócuos. Damos de graça aquilo que temos para vender. É uma troca? Não, não é. Seria uma troca se recebêssemos pelo que postamos, seria uma troca se recebêssemos um quinquilhão do dinheiro ganho pelos donos bilionários dessas redes. Ademais, damos de graças nossa arte: publicamos poemas que antes deveriam ser impressos em livros e comprados por interessados realmente em poesia. Damos de graça pinturas, imagens, músicas, dramaturgias, e achamos que curtidas e compartilhamentos valem o mesmo que aplausos e dinheiro. Damos pérolas a porcos sequer se dão ao trabalho de ler um texto até o final, que não se detém um minuto para prestar atenção numa arte visual. Então além de darmos de graça o que poderíamos estar vendendo, ainda recebemos o total desprezo. Um poema pode demorar horas ou meses para ser escrito, o mesmo de uma pintura, mas nessas redes não são saboreados por mais de poucos minutos. Somos otários egoístas, enganados por cliques em um ícone maldito de um sinal de "positivo". É isso, apenas isso o que paga pelo seu trabalho? É só isso que custa sua arte? Ah, sim, isso quando ainda não pagamos para "impulsionar", pagando a essas redes milionárias para usufruir de nosso trabalho, na mesma ânsia vaidosa por nos sentirmos amados e queridos por pessoas que sequer se importam com nossas existências. A propósito, o assunto aqui não é Cacilda Becker.

26/10/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados


23/10/2019

Plástico Bolha

Plástico Bolha
Luiz Carlos Cichetto




Ontem, minha fanpage no Facebook atingiu a marca de 800 seguidores, o que é pouco diante de escritores midiáticos e "influencers" em geral, mas esse número foi formado pelo apoio dos amigos, sem que eu tenha gasto qualquer dinheiro para "impulsionar". São, deduzo, pessoas que de alguma forma acompanham e gostam do meu trabalho, pelo menos enquanto não precisam pagar nada, e é só um clique, muitas vezes por impulso. Quase nenhum comprou um dos meus livros, e uma boa parte, sei, nem lê um texto inteiro. Nada a comemorar, portanto, mas bastante a agradecer a essas 800 pessoas, que afinal alimentam meu ego, e movimentam essa fábrica de malucos.

O que fiquei triste, foi que ao ser informado pelo Facebook desse número, abri o Messenger para agradecer uma pessoa, uma amiga, que nos últimos tempos era assídua em curtir e comentar meus textos, e com quem eu sempre tinha papos interessantes, muitas vezes na madrugada, e descobri que ela simplesmente tinha encerrado a conta. A conversa estava lá, as fotos que trocamos e tudo, mas eu não tinha como contatar.

Fiquei pensando no que poderia ter ocorrido, se fora algo de grave, ou apenas uma crise de encheção de saco, como eu também já tive. Enfim, possivelmente jamais tornarei a falar com essa pessoa, com que eu havia tido conversas sobre problemas familiares e até algumas intimidades. São coisas desse mundo plástico, inóspito e frívolo, onde qualquer relação pode ser rompida num clique, para nunca mais, e sem nenhum motivo aparente ou explicação. Espero mesmo que minha amiga esteja bem, e que tenha apenas se enchido desse mundo de faz-de-conta. Enfim, um mundo de plástico-bolha, com seu barulho irritante e cheio de nada.

23/10/2019

©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

01/09/2019

Foda-se, Facebook!

Foda-se, Facebook!
Barata Cichetto



Na casa do F azul, tudo que o que eu digo é: 

Foda-se, Facebook! Farsantes facínoras da fé fácil. Foda-se, Facebook! Falsos, falastrões e fingidos. Foda-se com F, que é facil falar falsidades e fazer falsetas. Foda-se Facebook! Fodam-se, fedorentos e frescos, fodam-se, fiscais. Ah, foda-se, Facebook! Foi foda fazer, aí fizeram festa. Foderam a federação, falsificaram a felicidade, ferraram a fidelidade. Facilitaram a foice, faliram a fiança. Fizeram feio, fomentaram falência, ferveram fetos. Foda-se, Facebook, faccção da farsa. Foda-se, Facebook! Filhosdaputa! Foda-se, Facebook! Fui fumar!

29/08/2019

A Democracia Que Desejam a Intercept, o Banco Santander e o Facebook Luiz Carlos Cichetto

A Democracia Que Desejam a Intercept, o Banco Santander e o Facebook
Luiz Carlos Cichetto


Um "amigo" ontem compartilhou uma postagem onde dizia que "a culpa dos incêndios na Amazônia era do seu voto". A publicação original era da IntercePT Brasil. Meu comentário: "Seu voto em 2002, 2006, 2010. É, seu voto em 1932". Bloqueei as  publicações da página em questão, sem qualquer comentário. E hoje recebo a informação do Facebook afirmando que eu me reportei com animosidade em relação a um anuncio da "IntercePT. Por coincidência, todas as ultimas postagens via fanpage que fiz nos últimos dias, foram bloqueadas, e até um link para o meu blog, feito numa postagem, que remetia a um texto sobre a banda Carro Bomba foi bloqueado.
Fora isso, há uns dias eu respondi num anuncio do Banco Santander que aquilo era forma deles arrecadarem informação, pois após colocar tudo o que foi pedido, a página do Banco não dava explicações e fechava o assunto. Também o tal banco reportou ao Facebook que eu agi com animosidade.
Estão os prints nesta publicação, se não for denunciada também.
- Coincidência ou não, nesta data a página "Barata Cichetto Escritor" atingiu 600 amigos.
- Sei bem quem é o denunciante. Nesta mesma semana li postagem dele incitando pessoas a denunciarem uma página. É um desses "Rockistas de Esquerda". Devidamente bloqueado.








08/08/2019

Ah, Se Eu Fosse Igual...

Ah, Se Eu Fosse Igual...
Barata Cichetto

Não fosse idiota podia ser tão famoso quanto Paulo e suas filhas,
E ser uma estrela da poesia, feito Alice em Paris das Maravilhas.
Ou se não fosse tolo, quem sabe seria tão conhecido como Piva,
Daí eu estaria morto, mas ao menos minha poesia estaria viva.

Não fosse eu um pai seria apenas um filho, mesmo que da puta,
E seria astro da literatura falando sobre a dureza da minha luta.
Pelas feiras literárias eu seria chupado por um par de proscritos,
E as editoras pagariam adiantado pelos romances nunca escritos.

Se eu fosse um tanto esperto estaria em Paraty igual a um artista,
Circulando de chapéu e gravata borboleta entre a elite comunista.
Eu nem lembraria o que tinha dito, mas leriam minhas memórias,
E o que tinha escrito todos pensariam ser parte de suas histórias.

Fosse um malandro, desses que colocam "Poeta" antes do nome,
Eu daria entrevistas na televisão e explicaria o meu sobrenome.
Comeria um par de putas vesgas, e eu seria famoso até o jantar,
Onde poriam minha cabeça na bandeja depois de me acorrentar.

Ah, se eu não fosse tão otário seria tão bom quanto a Medeiros,
E esconderia meus versos mortos debaixo de dois travesseiros.
 Seria chamado de "Bukowski de Araraquara" ou outro truque,
E exibiria o pau em público e postaria na página do Facebook.

Se fosse esperto eu seria como o Diego, ou até como o Morais,
E contaria uma história triste com sórdidos contornos morais.
Enfim, fosse eu diferente do que sou, poderia ser um alguém,
Mas não seria o que sou, e no final seria apenas um ninguém.

07/08/2019


18/02/2019

Crítica e Autocrítica

Crítica e Autocrítica
Luiz Carlos Cichetto

Uma das piores coisas - se não a pior - que o Facebook faz, é criar nas pessoas uma falsa ilusão de grandeza. Com base na premissa de falsa igualdade, onde todos podem e são instigados a, colocar suas opiniões e pensamentos, quando uma pessoa começa a receber "curtidas" e elogios ao que escreveu, ela começa a se sentir grande. Então, um sujeito com um pensamento medíocre, mal informado e iletrado, mas com uma horda de pseudo amigos que começam a clicar no dedo positivo e a elogiar, ele se sente no mesmo patamar dos grandes pensadores. E isso acaba criando monstrinhos, pseudo artistas, escritores e pensadores. Vaidade atingida e ego devidamente massageado, o tal começa a se sentir importante, e envolto na aura de artista, se corrompe de uma forma ou de outra, e passa a tratar a si mesmo como importante. E ai vem a parte ruim.

A parte ruim é que esse ser sente-se um belo pensador, um grande escritor, um artista genial, mas incompreendido. Afinal, nenhuma editora se interessou pelos seus textos, num mercado editorial que é mais uma loteria que qualquer coisa. Uma loteria que não dispõe inclusive do mecanismo da sorte, que é algo aleatório, mas um sistema de roda viciada, mas de critérios puramente espúrios.

E o tal do artista escritor pensador começa a se sentir mal, mas ainda espera e acredita que dentre as curtidas que recebeu, um dia possa aparecer alguém de uma editora, que ser "curtido" no Facebook pode significar alguma espécie de ponto em seu currículo. Ele provoca, invoca, cavouca editoras, curte suas páginas em busca de algum reconhecimento. E o pior: acredita que é escritor, artista. E o pior ainda: se considera injustiçado. E assim procura adaptar seu pensamento àqueles que curtem suas postagens, seus maravilhosos textos e poemas, instintivamente, procurando agradar seus amigos. E isso só aumenta sua frustração, ansiedade e angustia.

Ele faz de tudo para ter suas curtidas, como se aquilo fosse uma espécie de compensação ao que não tem: o tal reconhecimento, afinal, ele se sente um grande escritor, pensador, poeta. Ele faz de tudo, menos aquilo que é seria o mais importante: autocrítica. Afinal, ele seria mesmo um grande escritor, pensador, poeta? Ele nunca pensa que entre seus dois mil amigos de Facebook, apenas uma dúzia no máximo o consideram como tal, sendo que metade é por que também se considera um grande artista, escritor, poeta, pensador, e quer as curtidas de volta, outros dizem isso apenas para agradar, ou por pena. E por fim, sobram no máximo um ou dois, que assim o consideram como ele acredita ser. E ele fica feliz com isso. E assim, com isso, mais e mais cresce a frustração e o sentimento de impotência. Ainda considera a história de que os grandes escritores, grande artistas, morreram sem ser reconhecidos, e isso o consola, com aquele sentimento cristão latente de poderá de alguma forma gozar da fama post-mortem.

Um belo dia ele cai na realidade: não, não é de fato um grande escritor, poeta ou pensador, afinal, fora esses um ou dois amigos, mais ninguém o considera assim. E ele próprio não se considera assim. Afinal, de fato não é mesmo. Ou ao menos não é tão grande quanto lhe diziam as curtidas de Facebook. De fato é bem medíocre, bem limitado e, não, jamais terá sua obra apresentada em programas de televisão, jamais será entrevistado em programas noturnos, nem ostentará a capa de revistas semanais. E nem se trata de escrever bem ou mal, não se trata do assunto sobre o qual escreve, não se trata de nenhum fator artístico, se bem que a autodenominação de escritor, poeta ou pensador, que ele se auto infringiu é algo demais prepotente e arrogante. "Fulano de Tal Escritor", "Beltrano de Tal Poeta", "Mengano de Tal Filósofo" é algo que não sobrevive além das páginas de uma rede de ilusões, que mostra um lago azul e límpido, onde afirmam que há peixes para todos, mas que na prática quem apanha esses peixes são os portadores de varas caras e as iscas cuja composição poucos conhecem.

E num certo dia, como um personagem de Kafka às avessas, o tal escritor, poeta, pensador, acorda e se vê transformado não num inseto monstruoso, mas num ser humano real, medíocre e apavorado diante da realidade que lhe vomita na cara que ele não é nada além de um mero caixeiro, e que tem contas a pagar, que sua família lhe tem nojo, medo e indiferença, e que não há nada para ser amado, nem ele próprio. Então, feito uma barata, se esgueira para dentro de algum buraco escuro, como um temor orgânico da morte, sem nenhuma capacidade ou desejo de transformar sua desistência em resistência, sem nenhuma vontade de ir além de seu próprio nada.

18/02/2019

01/02/2019

Adiós Facebook

Nunca minha auto-estima ficou tão baixa; nunca minha sensação de impotência foi tão alta; nunca passei dias tão deprimido e angustiado; nunca me senti tão imbecilizado e incompreendido, nunca me senti tão estúpido, nunca me senti... Bem, nunca me senti tão mal. E, claro, sem ignorar meus problemas na vida real, reputo ao meu vício em usar essas chamadas redes sociais. Sempre acreditando que eu poderia aqui dar vazão ao meu trabalho literário, e portanto, seria necessário estar aqui. De anos para cá conquistei alguns amigos, pouquíssimos é verdade, mas valiosos também. Em contrapartida perdi minha essência e passei a me julgar incompetente para com a vida. Hoje, vivo solitário, sem família e sem amigos de carne e osso. E é portanto, hora de acabar com tudo isso.
 Ademais, todo o restante de fé que tinha na humanidade, diante de tanta mesquinhez, de tanta prepotência, de tanta ignorância, se desfez. 
Tenho ensaiado e "ameaçado" há bastante tempo, mas ainda assim, por conta de meia dúzia de amigos no máximo e ainda a esperança de poder chamar a atenção ao meu trabalho, vou insistindo e ficando. Mas agora a decisão está tomada: em de 1º de Fevereiro estarei removendo esta conta. Aos amigos verdadeiros, saberão onde e como me encontrar. E deixo a todos os caminhos:

Whatsapp: (16) 99248-0091
Email: luiz.cichetto@gmail.com
Site: www.abarata.com,.br
Blog:baratacichetto.blogspot.com
Abraço.
Luiz Carlos Giraçol Cichetto

Nota: No dia 1, por "coincidência" (me dá medo isso), entrei no Google e logo de cara uma sugestão de video. Esse abaixo. O sujeito fala sobre isso, e com muito mais argumentos. Vale a pena assistir e pensar.

06/10/2018

O Socialismo de Resultados do Senhor Zuckerberg

O Socialismo de Resultados do Senhor Zuckerberg
Barata Cichetto


Endereço da imagem: https://thenewmodernman.files.wordpress.com/2016/05/zuckerface-book.jpg



O que é obsceno, senhor Zuckerberg? O que é ofensivo?  O que o seu software, ou seja lá o que for que o senhor utilize para censurar uma coisa e deixar outra, foi programado para decidir? Quem decide o que é ofensivo, senhor Zuckerberg? Seus robôs criados em universidades por professores falsos socialistas como o senhor? Claro que não é o senhor, um moleque mimado que construiu fortuna passando por cima de todas as regras morais, sociais, e se aproveitando muitas vezes do trabalho alheio. Claro que não, o senhor não cria as regras, apenas se aproveita, e muito bem, delas. As regras desse gramscismo nojento a abjeto que mina como cupim no tronco de uma árvore, o sistema político e social mundial, a começar pela democracia, que juram tanto defender, mas apenas como discurso, já que a prática é sempre outra.

O que é ofensivo, senhor Zuckerberg? O que eu considero ofensivo é a sua cara de pau, de se fingir de bom moço, doando a maior parte de sua herança, se fazendo passar por humanista socialista. Socialista, senhor Zucker? Boa piada, que só acha engraçado quem o senhor faz acreditar que está fazendo uma revolução, nivelando ao mais rasteiro o pensamento humano, e sua decorrente capacidade de pensar e reagir, desacreditando aqueles que têm o que realmente contribuir, com a desculpa de que todos tem algo a falar, e deve ser ouvido. Não, senhor Mark, nem todos, e a maioria não tem o que falar, não tem informação nem cultura, não tem base para discutir senão a cor do burro quando foge, mas a sua forma de ganhar ficar milionário usando ideias socialistas, fazendo com que idiotas acreditem que podem ser ouvidos deu muito certo. Seus robôs e zumbis fazem o serviço sujo, essa é sua "Regra da Comunidade".

O controle de mídia é um dos objetivos da esquerda torpe, cujo braço adornado que o senhor representa, o politicamente correto, age de forma a transformar em ofensa e crime tudo aquilo que não lhes interessa. Nada dos brutamontes em porões esfumaçados, nada de ferros em brasa, suas armas são seus zumbis, são suas "Regras da Comunidade". Para pessoas como o senhor não existe democracia, não existe liberdade e não existe pensamento livre, já que as únicas formas de pensamento e ação que lhes interessa e é autorizada, é pensar de acordo com o que os senhores e seus zumbis vermelhos pensam. A minha imagem e meu poema eróticos de fato não correspondem às suas "Regras de Comunidade", afinal. Pensamento livre não combina com cartilhas falso-socialistas.

Sabe o que é ofensivo para mim, Senhor Zuckerberg? Pessoas cagando e mijando nas ruas com a desculpa de protesto político, coisa que seus robôs e zumbis deixam passar, não uma imagem de "A Origem do Mundo". Sabe o que é ofensivo para mim, senhor Zucker?  Genocidas como Stalin, Pol Pot, Che Guevara e Fidel Castro sendo tratados com reverência, enquanto uma capa de um disco de Rock de 40 anos atrás é censurada e seu postador bloqueado. Sabe o que é ofensivo para mim, Senhor Zuck? Perceber o ódio que sua rede proporcionou e dela se alimenta, não a foto de uma bunda ou de um par de peitos. Sabe o que é ofensivo, senhor? É o senhor criar a ilusão de igualdade e liberdade de expressão, mas apenas às que servem a seus propósitos. Tal e qual, sem um milímetro de diferença, dos pastores cristãos e dos ditadores de esquerda, que fazem dela o motor para suas conquistas. Isso é ofensivo. E garanto que não apenas a mim.

Tenho 60 e uso Internet há mais de 20. Não nasci nem fui criado dentro dela. Ademais vi surgirem intocáveis monstros como Napster, aliás, seu ex-sócio, MSN, ICQ e Orkut. Todos se julgavam eternos e seus donos deuses do mundo. Mas todos eles tiveram fim, depois de enganar, como o senhor engana, bilhões de pessoas mundo afora, com propostas socialistas falsas. E espero sinceramente, e pelo bem da saúde mental da sociedade mundial, e da sobrevivência da espécie humana, que o senhor e esse seu produto, ao qual me sinto quase que obrigado a participar, afundem rapidamente. O senhor, senhor Zuckerberg, criou uma droga, da qual todos necessitam, e a ideia de que é a única coisa no mundo a salvá-lo. E quando a droga começa a não mais fazer efeito, aumenta-se o potencial. Seu produto acabou com a independência de outros veículos, destruiu jornais e blogs, e até mesmo outras formas de comunicação. E se quisermos nos comunicar nesse mundo, temos que ser cordeiros em suas mãos, vivendo de acordo com suas regras. Esse é o seu socialismo, senhor Zuckerberg?

Todo o conceito que existia com a criação da Internet foi jogado por terra, tudo pelo qual se trabalhou durante anos, e tudo que foi criado por mentes individuais para resultados coletivos, o senhor e seus asseclas jogaram no lixo, implantando uma ideia mentirosa sobre igualdade, coletivismo e outras pragas. Uma mentira, uma hipocrisia, alimentada por ideias socialistas, mas obtendo um resultado capitalista. Bem a cara desse comunismo podre, que só engana a zumbis que programam seus robôs totalitários.

Fui bloqueado em sua rede por publicar uma imagem que, sim, tem caráter erótico, e a desculpa é que são as "Regras da Comunidade". E muitos dirão que há regras a serem seguidas, regras que são feitas pelo dono do espaço, no caso o senhor. Mas também sei, que somos nós, bilhões de usuários que realmente somos os responsáveis por sua fortuna, alimentando gratuitamente com conteúdo o seu site e até em alguns casos, pagando para isso. Somos nós, que ao fornecermos dados que são usados, comercializados pelo senhor, aumentamos ainda mais sua fortuna. Onde está seu socialismo, senhor Berg? Onde está seu humanitarismo? Onde está? Não seja obsceno, Mark. Não seja ofensivo, Zucker querido!

Nota: não sou ingênuo para pensar que meu querido Mark lerá isso. Talvez alguns de seus robôs zumbis vermelhos leiam, e daí me denunciem por algum motivo, me bloqueiem e me excluam dessa rede. Talvez nada disso aconteça, e apenas cerca de quatro ou cinco pessoas no máximo leiam, comentem, e tudo continua como está. Minha intenção, já que este texto está sendo publicado em outros locais na Internet, é apenas deixar clara a verdadeira cara desse livro, que tem capa, mas não tem conteúdo, e custa muito mais caro que a maioria das pessoas pensa.

Luiz Carlos Giraçol Cichetto, Aka Barata, 06/10/2018

O conteúdo que foi postado na minha fanpage "Barata Cichetto Escritor", razão do bloqueio no Facebook:


20/02/2017

Douglas Donin - Ainda Sobre Largar o Facebook

Douglas Donin
Ainda Sobre Largar o Facebook


Não recomendo "largar" o Facebook. Não vou excluir o perfil, vou simplesmente parar de alimentá-lo diretamente, senão em circunstâncias bem mais raras e específicas. Vou ainda divulgar coisas (principalmente o local onde vou passar a escrever, possivelmente, e preferencialmente, com amigos). Recomendo, isso sim, DIMINUIR SUA IMPORTÂNCIA. Radicalmente, de preferência. E recomendo que todos façam isso.

O fato é que o Facebook NOS PAUTA. Ele te encontra pela manhã, e te diz: "Olá, isso é o que vai te indignar hoje, isso é o que vai te mobilizar hoje, isso é o que vai te fazer compartilhar coisas hoje, e o que vai fazer você gerar mais conteúdo para mim". Ele faz isso porque sabe MUITO sobre o seu comportamento e rede. Ele usa algoritmos complexos, cada vez mais refinados, para te manter girando com uma paixão maior em torno de um campo menor de assuntos. Faz isso selecionando coisas para aparecer, e o pior, coisas para SUMIR de sua visão.

Isso faz você girar em espiral, com um raio de curva cada vez menor, em velocidade cada vez maior.

O Facebook não é o problema, o problema é o modo como o Feed do Facebook é construído para cada um. É feito para estimular essa espiral, e nisso conta com a colaboração de uma mídia que não soube lidar muito bem com sua transformação e se rendeu ao sensacionalismo. Mídia que não está interessada em ter o "melhor jornal para vender", mas que está interessada em ter a manchete que mais estimula o click, com a chamada mais apelativa. Ela quer o click. Note que o conteúdo em si é irrelevante, pois a decisão do click ocorre antes da apreciação do conteúdo. Quase sempre, a própria decisão de compartilhar ocorre antes da apreciação do conteúdo. Click, click, click. Milhares de anzóis jogados na água, a grande maioria com minhocas de mentira.

Em uma sociedade sadia temos que ter constante exposição a coisas que não queremos ver. Estamos virando crianças mimadas com esse mundinho feito por encomenda. Isso sempre existiu em algum grau, mas estamos nos aproximando perigosamente do não-diálogo.

E tem outra coisa. Nisso, nessa busca do click, quantas polêmicas falsas, quantas não-pautas, quantas guerras inventadas ajudamos a engrossar e transformar em realidade, como uma profecia auto-realizável? Alguém em sã consciência iria, no mundo real, no mundo das pessoas de carne e osso, dar ouvidos a uma estupidez como "apropriação cultural" se não fosse a máquina de potencializar conflitos do Facebook em ação? Até tentamos criar a noção de que várias desses conflitos eram pura besteira, mas parece que perdemos... de lavada.

Precisamos readquirir o hábito de visitar portais e fóruns e depender menos dessa máquina de ordenhar emoções baixas. Reddit é uma boa saída, me parece um modelo bom. Não tem formação de bolhas lá: as mesmas subreddits que um vê, outro vê. Não há uma "internet feita em alfaiataria" para cada usuário. Portais de notícias oferecem também conteúdo mais geral.

23/01/2016

Outro Desabafo Inútil

Outro Desabafo Inútil
Luiz Carlos Cichetto
Dias atrás postei no Facebook um texto-desabafo sobre o destino de artistas que, como eu, são ignorados pela imensa maioria das pessoas, mas que teimam em continuar com sua arte. Entre "curtidas" diretas à postagem e compartilhamentos, chegamos a mais de 100.. Puxa, dirão alguns, é bastante... Bem eu tenho 2.200 "amigos" no Facebook. Então, matematicamente esse numero é ridículo. Acontece que estou acostumado a números ridículos. Mas acima de ridículos percentuais, acima de ridículos interesses, existe algo que muito me deixa perplexo, é saber do conformismo da maioria. Mesmo entre aqueles que concordaram comigo, a maioria ainda acredita que "é assim mesmo, o que podemos fazer?" O que pode fazer? Tem muito o que podes fazer. E garanto que a própria pergunta já é em si confissão de conformismo. Desânimo, claro, existe. Mas entre as pessoas que se conformam, e que com seu conformismo nos mantém com a cabeça enfiada na merda? Essas pessoas que se conformam nos mantém na miséria, sem sequer o conforto de uma palavra, de um elogio... Para não falar que a imensa maioria desses conformados, não compram nossos livros, CDs ou quadros. Não querem, muito mais do que não podem. A maioria, e tenho exemplos bem próximos que me provam isso, usam o "não posso" como desculpa para "não quero".

Falando por mim, estou acostumado a ser ignorado. E o fato de afirmar que estou acostumado a isso não quer dizer que me conformo. Até pessoas mais próximas silenciam à simples menção do meu trabalho literário... Não gostam? Ah, sim, há muitos palavrões no que escrevo... É isso? Claro que não. Quanto muito uma desculpa.. Mas, fico me perguntando: desculpa para o quê? O que faço é ruim? Minha poesia é ruim? Não, ela não é. Tenho consciência disso, tenho senso crítico apurado. Então, qual o motivo real? Nunca perguntei diretamente talvez por medo da resposta (?)

Ah, sim, as mesmas pessoas que criticam meus palavrões - o que é de uma hipocrisia filhadaputa - assistem programas violentos na televisão, por exemplo. E até expõem seus filhos a isso com uma normalidade absurda. Isso é: sangue e porrada na tela da TV pode. Gente se arrebentando na pancada pode. Palavrão não pode... E se acham donos da cultura. A maioria são fantoches criados nos laboratórios das faculdades.
E antes de terminar um adendo: não cursei nenhuma universidade, sequer o ensino médio, mas me orgulho sim dos livros que li, das putas, das bichas e das ex mulheres com quem aprendi o que sei. E de transportar esse mundo através da minha história para os meus poemas. Do que vocês tem medo, afinal? De mim? Ah, não tenham medo de mim e não me ignorem para tentar afastar de si o espelho. Não tenham medo do espelho.

11/05/2015

Século XX - Poesia - Sarau Virtual Facebook


Fui convidado pela irmãzinha Gigi Jardim para participar do sarau poético virtual. A regra é publicar um poema por dia, por quatro dias consecutivos. E em cada publicação, convidar quatro amigos para participar.

Nesta publicação, um poema que escrevi há 36 anos atrás, e foi publicado num livro impresso em mimeógrafo à álcool, lançado no inicio de 1981. O livro tinha o nome de "Arquíloco" e teve a efetiva colaboração da amigaClaudia Bia, a quem convido a participar desse sarau virtual. Nessa época, eu assinava meus poemas como Carlos Cichetto.

Século XX

E foi ali que uma morena estrela matutina
Brilhou inaugurando a aurora do meu desejo
Abrindo pernas lisas igual a uma cortina
Deixando entrar o sol quente quanto um beijo
Que tinham escondido de minha retina.

E foi ali que entre os montes de sujeira
Pernas abriram igual a pétalas de rosas
Esperando que eu sentado numa cadeira
Penetrasse naquelas entranhas honrosas
Que marcariam uma existência inteira.

E foi ali, que com o seu pequeno porte
Trajada com a estranha roupa de sangue
Que escorria de um seu profundo corte
Ela pediu com um bocejo bastante langue
Que alguém causasse urgente sua morte.

E foi ali entre corredores de concreto
Que construí a minha paixão abstrata
E um dia depois de um estranho decreto
Acabou transformado em tumulo de prata
Sepultando aquele grande desejo secreto.

E foi ali que quando quebrou o seu esteio
Alguém a encontrou completamente morta
Esperou a morte igual um ônibus de recreio
E esperando de chegar bateu a sua porta
Encontrando ali mesmo sem qualquer receio.

Dezembro 79

22/08/2012

Goodbye Facebook


Goodbye Facebook

Queria agradecer a todas as pessoas que pediram números de contas e dados para a compra dos meus livros e nunca o fizeram. E também a todos que falaram que iriam ao lançamento do meu livro e não foram. Apenas queria entender porque as pessoas perderam todo o senso de compromisso e responsabilidade. O Facebook é culpado disso? Nesta rede (anti-social) todo mundo é bom, amável com os animais, faz 12 revoluções por dia, é politizado, bondoso e educado. Estou farto disso! Aqui todo mundo quer impressionar todo mundo, colecionar amigos e se exibir. Escrevo a mais tempo do que a maior parte aqui tem de vida e vejo um bando de babacas sendo prestigiado por editoras, falando de carreira literária. Ah, então vou enfiar minhas 1000 poesias no rabo e me retirar disso. Aos meus verdadeiros amigos, aqueles que realmente gostam do meu trabalho sabem onde nos encontrar (a mim e ao meu trabalho), mas este Facebook, para mim é uma droga que não quero mais. Chega! parei. E apenas um ultimo recado, ao Sr Claudio Willer: desculpe se fui intrometido e postei uma resposta a sua enquete sobre poesia sem ser convidado e cheguei e postei sem chamá-lo de mestre ou de professor. Chamei-o de poeta, apenas. E principalmente, obrigado aos poucos amigos que sei que conquistei aqui: Joanna Franko, Celso Moraes F, e Genecy Souza... Deve ter mais um ou dois que não recordo agora. Vou continuar a publicar meus escritos no site A Barata, como faço há 15 anos e no blog. Os amigos sabem onde me encontrar. Fui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

22/08/2012

29/07/2012

E joaok@elemesmo.com.br Entrou no Facebook.


E joaok@elemesmo.com.br Entrou no Facebook. 
Luiz Carlos Barata Cichetto
- Conto -

E joaok@elemesmo.com.br entrou no Facebook. Não, não da forma como todos diariamente entram naquela rede social.  joaok@elemesmo.com.br entrou efetivamente no Facebook. Se espremendo, primeiramente enfiando a cabeça, depois o restante do corpo por aquela minúscula caixa de texto,  joaok@elemesmo.com.br conseguiu apertar com a ponta dos dedos dos pés as teclas que formaram asteriscos misteriosos na caixa de  texto abaixo de sua cintura.

E então,  joaok@elemesmo.com.br entrou no Facebook. Com as mãos apagou um recado malcriado de sua ex-namorada que insistia em atormentá-lo.  E começou ele,  joaok@elemesmo.com.br a passear pelas ruas brancas com calçadas azul claras onde todos aqueles 999 amigos moravam. e visitou um a um, todos eles. Ficou sabendo que a maior parte deles mentiam seus nomes, outros a idade, outros sobre seus relacionamentos e sobre seu próprio sexo. Mas joaok@elemesmo.com.br ficou contente em conhecer todos os seus verdadeiros amigos. Estavam todos ali, ao alcance de suas mãos, muito mais que ao alcance do apertar fremente do botão do mouse. Estavam ali, todos eles.

E joaok@elemesmo.com.br entrou no Facebook e escreveu com a caneta azul que trazia no bolso, recados  no retângulo branco que existia diante das portas das casas de seus amigos. E não era digitado, mas escrito. E joaok@elemesmo.com.br  estava feliz, porque tinha finalmente conseguido entrar no Facebook. E antes de decidir visitar aquelas comunidades silenciosas, decidiu dar uma bela olhada nos seus álbuns de  fotografias. E elas estavam todas elas ali, seguras em suas mãos, amareladas algumas pelo tempo. E em algumas joaok@elemesmo.com.br  escreveu com sua caneta azul, outras rasgou de  raiva, outras beijou. Algumas escondeu no bolso da calça e umas tantas decidiu simplesmente ignorar.

E joaok@elemesmo.com.br estava feliz, embora nenhum de seus 999 amigos tenha percebido sua entrada, sua chegada no Facebook. Estavam todos muito ocupados com seus outros 666, 777, 123,,,  amigos e nem tiveram tempo de perceber que joaok@elemesmo.com.br  estava ali, fisicamente, integralmente. E joaok@elemesmo.com.br começou a ficar preocupado. Aqueles 999 amigos de joaok@elemesmo.com.br pareciam um tanto estranhos assim de perto. Até mesmo sua ex-namorada, que joaok@elemesmo.com.br conhecera pelo Facebook, parecia muito esquisita ali, em três dimensões. Não eram apenas altura e largura em pixels, mas a terceira dimensão era o que mudava tudo. E a maior parte dos amigos de joaok@elemesmo.com.br não tinha a profundidade. Apenas altura e largura em pixels.

Decidiu então procurar novos amigos, pelas ruas brancas emolduradas de retângulos arredondados azuis e andou por veredas que nunca se aventurara. Afinal, existe uma diferença agora, pois joaok@elemesmo.com.br havia entrado no Facebook.... Mesmo. Mas agora não era tão simples e joaok@elemesmo.com.br  não encontrou ninguém realmente com qualidades.... Suficientes para ser seu amigo ou sua amiga. Não iria, portanto joaok@elemesmo.com.br  atingir o numero máximo de amigos.

E quando percebeu que tinha se passado muitas horas ali dentro, joaok@elemesmo.com.br  resolveu que seria hora de sair do Facebook. E passou então, freneticamente a procurar, nos céus e nos espaços em cima de sua cabeça a palavra "Sair".  Mas não havia, não tinha e não existia. Acima de sua cabeça não existia uma nuvem de um azul mais intenso com aquela palavra. Então joaok@elemesmo.com.br ficou ali, caminhando eternamente pelas ruas brancas com calçadas azul claras, visitando amigos que nem percebiam sua presença. E dia após dia, noite após noite, permaneceu joaok@elemesmo.com.br ali dentro do Facebook. Sempre procurando a palavra "Sair", no céu acima de sua cabeça.

21/02/2012

Facebook: Liberdade de Expressão e o Manual de Conduta e Postagem do Barata


Facebook: Liberdade de Expressão e o Manual de Conduta e Postagem do Barata 
Barata Cichetto

“Liberdade não apenas significa que o indivíduo tem a oportunidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de escolher; também significa que deve arcar com as conseqüências de suas ações, pelas quais será louvado ou criticado. Liberdade e responsabilidade são inseparáveis”. - F. A. Hayek

Quero construir uma metáfora baseada em fatos reais: moro em uma casa alugada onde, enquanto pagar meu aluguel o proprietário não tem o direito de entrar sem que eu permita, a não ser pela prerrogativa prevista em lei de "vistoria do imóvel". Embora não detendo a propriedade do imóvel, desde que não infrinja o previsto na Lei ou no próprio contrato, tenho direito ao uso de todas as partes da casa, do muro ao banheiro, da forma que eu quiser. Diante disso, o que guardo, falo, escrevo, penso e faço nesse imóvel é de minha propriedade e responsabilidade. Tenho, portanto o direito a cagar no meu banheiro, comer na minha cozinha, dormir no meu quarto. Ou de cagar no quarto, comer no banheiro, etc., se assim eu desejar. E, principalmente, de deixar entrar nesse imóvel quem eu quiser. E exerço, e faço questão que respeitem, meu direito sobre minha moradia, sem por isso possa ser acusado de tirania e opressão.

E é exatamente assim que funcionam as chamadas redes sociais. Elas tem donos que nos alugam um espaço, mesmo que teoricamente gratuito, mas cujas regras de "locação" são as mesmas, basicamente de qualquer contrato de locação. O fato de não existir um valor monetário diretamente não exime nenhum dos lados de suas responsabilidades com relação a esse contrato. Sempre assinamos termos de concordância de serviço, e isso é um contrato de locação. Se infringirmos somos penalizados. Mas assim como no imóvel que alugamos para moradia, tudo ali dentro nos pertence e é de nossa propriedade e responsabilidade e temos o direito de usá-lo de forma livre, embora dentro das regras legais e contratuais.

Dias atrás, por força de uma postagem, acabei entrando em conflito com uma "amiga" de Facebook, que culminou com o fim dessa "amizade". Não irei declinar detalhes que possam identificar a pessoa, mas apenas citar fatos. E, mesmo assim, somente aqueles que têm relação direta com o assunto.

Poucos dias antes, como forma de criticar dois “fenômenos” midiaticos recentes, a história de Luisa no Canadá e a "importância" de Caetano Veloso atravessar uma rua, publicada no Portal Terra, fiz uma montagem propositalmente grotesca, escrevendo no lugar de "Caetano se prepara para atravessar a rua no Leblon nesta Quinta-Feira" para "Barata se prepara para cagar em Guaianases nesta quinta-feira" e coloquei algumas fotos minhas no banheiro, que tinha feito há mais de um ano como uma “homenagem” a Frank Zappa que tem uma foto em idêntica situação. A coisa começou a ser replicada pelas páginas do Facebook com a mesma tônica da história da Luisa: "Foi todo mundo lá, menos o Barata que foi cagá!" Era uma critica bem humorada, e a tal "foto" era sempre acompanhada do endereço da página do Portal onde existia a tal matéria.

Mas aí é que entra a questão da desinformação, aliada à pressa em aparecer criticando, da maioria das pessoas dentro do mundo moderno das redes sociais: um dia antes tinha morrido um cantor popular brasileiro e naquele dia uma cantora americana. E como sempre acontece nessas redes, as pessoas começam a entulhar de lamentos, fotos de antes/depois, chororôs e outras coisas irritantes. Não gosto disso, acho hipocrisia, mas nunca ataquei diretamente ninguém por isso. O que faço é escrever no meu mural meu descontentamento com isso. E foi o que fiz. Pegando o compartilhamento sobre a montagem da minha foto escrevi: "Ah, A Whitney Huston morreu? E dai? E eu com isso? O importante mesmo é que Barata Foi Cagá!" Foi um recado direto sobre minha falta de interesse pelo assunto e ainda pegando o gancho da brincadeira.

A partir daí, minha ex-"amiga" entrou na postagem e começou a tecer criticas, sem entender o tom da conversa, afirmado que eu estaria desrespeitando a morta e a liberdade de expressão das pessoas, que qualquer um tinha direito de ser hipócrita, que dessa forma eu intimidava as pessoas a não postarem suas opiniões, que eu era um opressor e tirano, e que estaria criando um "Manual de Postagem", e que eu era um “isso” e um “aquilo”... E essa discussão acabou assim: minha "amiga" me excluiu da sua lista de “amigos”, sem antes deixar uma mensagem cheia de ofensas em meu mural, construindo uma “biografia” minha de forma pretensiosa, falaciosa e violenta, sem o menor conhecimento de meu histórico pessoal. Fiz questão de manter a mensagem, mas horas depois ela mesma a apagou.

No inicio deste artigo, coloquei a metáfora da casa alugada para ilustrar o funcionamento das redes sociais, pois esta foi a questão crucial: minha "amiga" (ex-"amiga") batia na tecla de que o mural do Facebook é coletivo e não meu e que portanto eu tinha que aceitar tudo que era escrito e ficar quieto, calado sem reclamar, e que também não tinha o direito de excluir pessoas da minha "roda de amigos" com as quais eu não concordasse. Caso contrário eu seria um tirano, opressor e blá, blá, blá... 

Ainda usando da ilustração do início, imaginem o seguinte: chega uma pessoa e picha o muro da minha casa, (não importando se esse "minha" se refere a propriedade do imóvel ou direito de uso por locação) escrevendo uma merda qualquer. Segundo o conceito da minha “amiga”, eu não posso apagar aquilo e mandar o cara a merda, nem dizer pra ele: "estou com o saco cheio de você escrever merda no meu muro!", porque tenho que respeitar a liberdade de expressão dele... E ainda tenho que continuar a chamá-lo de amigo! Menos, né?!  E isso não tem nada a ver com liberdade de expressão. Quem acha que tem, é mal intencionado ou desinformado. Ou as duas coisas.

Então, baseado na sugestão da minha ex-"amiga", estou criando um "Manual de Conduta e Postagem do Barata". Quem não gostar tem todo direito a sua tão famigerada liberdade de expressão e escrever suas criticas, ou seja: pode chegar e pichar meu muro. Mas não esqueça que eu tenho o direito de apagar seu comentário do meu muro e nem por isso estarei sendo censor, ditador ou tirano. Pode também mandar um e-mail me xingando, que também tenho o direito de responder ou simplesmente ignorar. Pode ainda deletar-me da sua lista de "amigos", qualquer coisa assim. Mas não esqueça que eu também tenho o direito de fazer a mesma coisa contigo. 

E é simples, curto e grosso meu Manual:

1 - O meu mural do Facebook é meu (está escrito lá isso).
2 - Eu tenho o direito de não gostar do que você escreve, e:
2.1 - Responder no seu mural;
2.2 - Escrever no meu mural que eu não gosto do que você escreveu;
2.3 - Te mandar a merda, ou seja, te deletar da minha lista de "amigos", pois não sou obrigado a ter “amizade” com pessoas que não me interessam.
2.4 – Se não quer ser contestado, não publique nada que possa aparecer no mural alheio, ou seja não compartilhe bosta nenhuma... Ou exclua sua conta nas redes sociais.
3 -  Como disse minha “amiga”: você tem o direito de ser hipócrita, submisso e idiota, mas não espere que eu também o seja.
4 - E que fique bem clara, uma coisa que os defensores insanos da liberdade pela liberdade esquecem, que é o fato de que a liberdade sempre tem um preço e deve obrigatoriamente vir acompanhada da responsabilidade.

E finalmente: as pessoas não estão nem ai pra você, entende isso! Eu não estou nem aí pra você e você nem ai pra mim. O Facebook me usa, coleta minhas informações pessoais e as vende a corporações, então eu também uso um pouco deles postando as minhas idéias e meu modo de pensar, mesmo que seja numa foto cagando... Ou mandando o Mark Zuckemberg tomar no cu. Não gostou?

14/02/2012

12/02/2012

O Cérebroscópio

O Cérebroscópio
Luiz Carlos “Barata” Cichetto

Dia desses li um texto de autoria de João de Fernandes Teixeira, publicado na revista "Filosofia" (Editora Escala). No texto, o autor discorre sobre a questão da privacidade dos estados mentais, e cita como referencia o filósofo Daniel Dennett, particularmente o artigo publicado no livro "Brainstorms" de 1981, onde o autor critica severamente àqueles que pregam que a Neurociência poderia decifrar o "código mental" através da criação de uma máquina que ele denomina "Cérebroscópio". "Uma máquina fantasmagórica, pois além de ler os pensamentos dos outros também permitiria que novos pensamentos fossem inseridos na cabeça das pessoas." Segundo Dennett, "Isso seria a consumação do projeto totalitário das sociedades contemporâneas nas quais, se já perdemos o direito de falar, agora perderíamos o último que nos resta: o de pensar." E arremata: "Felizmente até hoje essa máquina não foi construída.". 

A literatura, principalmente aquela dedicada à distopias, sempre mostrou esse desejo de controle das massas através do controle de seus atos e principalmente pensamentos. Assim era na sociedade criada por Huxley em "Admirável Mundo Novo" e naquela dominada pelo "Big Brother", no “1984” de Orwell, onde a criação da "Novilíngua" era baseada na redução do numero de palavras com o intuito de diminuir a capacidade de raciocínio. Enfim, o desejo de criação dessa máquina, o "Cérebroscópio", de alguma forma está presente na imaginação desde o principio da humanidade como a conhecemos. Quem de nós nunca pensou em ter tal máquina que pudesse conhecer e controlar os pensamentos mais íntimos dos outros?

Mas até a chegada da era da Informática, e particularmente da Internet, isto sempre foi encarado como um grande tema para imaginativos escritores de ficção-cientifica. Muitos autores criaram histórias baseadas no controle das mentes das pessoas de diversas formas. Desde o fim da primeira metade do século XX, começaram a imaginar "computadores" e sistemas com tal função, mesmo que os termos usados não fossem esses. Murray Leinster em 1946 escreveu um conto chamado "Uma Lógica Chamada Joe", onde a história girava em torno de um funcionário de manutenção de "lógicas", como o autor se refere aos computadores, que leva para casa Joe, um computador que aos poucos vai armazenando informações sobre as pessoas e causa uma confusão imensa. Em "Farenheit 451", Ray Bradbury, além da questão da proibição absoluta de livros, conta que as pessoas têm telas enormes ocupando espaços nobres das casas, interagindo com amigos e familiares "virtuais".

Saindo do terreno da Filosofia e da Literatura e olhando de lado - ou melhor, em frente, onde se encontram as nossas telas de computador, percebemos que a tal máquina de controle de pensamentos, o "Cérebroscópio", já foi construída. E sem que as pessoas tenham consciência, porque tal controle é baseado na ignorância e na ilusão de liberdade. A máquina de controle de pensamentos foi colocada dentro de nossas casas e nós a tratamos bem, temos apreço por ela, nos sentimos livres perante ela, achando que agora sim, temos liberdade de expressar nossos pensamentos e idéias. E somos muito, muito felizes com nosso "Cérebroscópio". Passamos a lutar por nossa liberdade de expressão com mais afinco do que por nossa própria existência física. E ao mesmo tempo nos sentimos poderosos, no controle de tudo, um poder também ilusório. E a liberdade de expressão, uma bandeira tão suja e perigosa quanto qualquer outra quando em mãos “erradas”, passou a ser empunhada por todos, sem que saibam exatamente do que se trata.

E essa ilusão de liberdade e de poder são o alimento, o combustível dessa máquina que é muito mais forte e poderosa que qualquer instrumento de tortura usado por qualquer ditadura existente no mundo, pois nos retira o maior dos bens existentes e inexpugnáveis, que é nosso pensamento. Nas torturas físicas impostas por carrascos durante ditaduras, caso o torturado suportasse a dor e não falasse, nenhum pensamento dele era retirado, pois não existe forma de se retirar um pensamento ou uma informação de dentro da mente de alguém, a não ser que este mesmo o conte.  Por mais ambíguo que possa parecer, a sociedade humana é alicerçada nesses dois pilares, liberdade e poder, e a ilusão de ambos é o que a mantem de pé.  

Com a chegada das chamadas redes sociais, essas máquinas, os “Cérebroscópios”, finalmente tomaram forma. Elas nos instigam a declinar nossos pensamentos, o que fazemos, do que gostamos e não gostamos. Instigam-nos a "Compartilhar" pensamentos, idéias, gostos, fotos familiares e a falar mais e mais sobre nossa personalidade, família, trabalho. Enfim, nos instigam a expor nossos pensamentos mais profundos nos dando a ilusão de que desta forma estamos interagindo com nossos "amigos", que estamos exercendo nossa liberdade de expressão. A pior forma de escravizar um ser humano é fazendo-o acreditar que não é uma prisão que o cerca, mas sim a mais total e absoluta liberdade. Sem a presença física da grade e do instrumento de tortura, e acreditando estarmos livres, corremos na direção a que querem que corramos.

E é assim, exatamente assim, que funcionam essas redes sociais. Normalmente as caixas de textos onde digitamos nossas mensagens têm o título: "No que você está pensando?", quer mais direto que isso? E mesmo o que não tenham isso escrito é totalmente clara essa intenção. O "Twitter" foi criado exclusivamente para que se exponham principalmente pensamentos, mas limitando-os a 140 caracteres, o que ensejou algo onde se usam palavras curtas e abreviações ininteligíveis, restringindo mais e mais a capacidade de cognição, de raciocínio, resultando assim numa redução paulatina da inteligência humana. Muitas pessoas defendem que o que estaria acontecendo seria uma evolução natural da língua. Seria uma nova língua, ou a "Novilíngua", mesmo? 

Agora, já pararam para pensar como essas empresas, com estruturas milionárias e centenas de funcionários se sustentam? Prestaram atenção que no Twitter não existe propaganda, por exemplo. E que no Facebook, embora ela exista, não seria suficiente nem para pagar o consumo de eletricidade da empresa? De onde vem esse dinheiro, então?

Um "amigo" postou uma música, uma frase, um trecho de filme e clicamos no botão "Curtir" e "Compartilhar". Com estes simples gestos, juntamente com informações pessoais postadas no "Perfil", está sendo construindo um imenso painel sobre cada um de nós. Cada pensamento exposto, cada foto, com quem ficamos, quem amamos, nossos bichos de estimação, nossos gostos, manias, desejos, conceitos e preconceitos, são pedaços de um quebra-cabeças gigantesco cujas peças vão se juntando. E em algum tempo aqueles de posse dessas informações conhecerão nossas existências melhor que nós mesmos, melhor que nossas mães e esposas ou maridos, pois com certeza, muitas informações que ali postamos nem a eles confessamos.

E daí. Podem alguns pensar. "Dane-se! O que de importante tem em minha vida que os interesse?" Todas as vidas de todas as pessoas interessam a eles partindo-se do fato de que estamos em uma sociedade brutalmente capitalista e que todos, absolutamente todos, precisam consumir. Então, todas essas informações a respeito de cada de um de nós são armazenadas em enormes bancos de dados e depois vendidas a grandes corporações que assim sabem exatamente o que gostamos e, portanto podem nos convencer a comprar aquilo que "precisamos". Além disso, essas informações podem ser colocadas à disposição de políticos inescrupulosos com o intuito de manipulação, e imagine a quem mais possa ter interesse em saber o que pensam e do que gostam milhões de pessoas. 

A falsa sensação de liberdade, instigada por pessoas cujo único interesse é o de poder, nos transforma em escravos muito mais dóceis e submissos que qualquer máquina de tortura jamais criada. O "Cérebroscópio" já foi construído e nós o alimentamos com nossos pensamentos, e assim fazendo abrimos todas as portas para que os pensamentos dos poderosos nos sejam impostos. E não pensamos mais, apenas pensamos que pensamos... E isso não é uma “falha na “Matrix”. É real.