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04/10/2020

O Fim de Barata, Sem Lágrimas Nem Festa

 O Fim de Barata, Sem Lágrimas Nem Festa




Em 1997, ainda na tosca Internet brasileira, criei um site com intuito de aprendizado e de divulgar meus trabalhos. Eu tinha ficado quase 15 anos sem escrever, depois de ter jogado fora uma mala de couro cheia de escritos, por pressão da mulher com quem eu tinha acabado de me casar. Esse site, primeiramente intitulado de "Cichetto's W.C", era hospedado pela Geocities, o primeiro serviço de hospedagem grátis de sites do mundo. Esse projeto mudou de nome mais umas duas vezes, até que em 1999, quando mudei para Belém, Pará, assustado com o tamanho das "baratas-cascudas" da cidade, e querendo um nome que representasse tudo aquilo que eu almejava, recebeu seu nome definitivo: A Barata. Era comum sites usaram nomes de animais, como "O Elefante", mas eu queria algo diferente. A referência à resistência do inseto e a homenagem ao maior escritor que reconheço, Kafka, completaram o quadro. Junto com o nome veio o slogan "Liberdade de Expressão e Expressão de Liberdade", que também entre outras coisas que criei foi abundantemente copiado.

O projeto foi tomando corpo, e de algo pessoal foi crescendo e tomando forma, e com isso mais e mais seguidores, publicadores e idéias. Foi o primeiro site, possivelmente no mundo, a criar páginas gratuitas para bandas, bem antes do My Space virar uma coqueluche com esse formato. Foram centenas de bandas presentes. Entretanto, o forte de A Barata era a publicação de textos, poesia e prosa: chegamos a ter mais de mil (1000) autores. 




Em 2000, retornando a São Paulo, cheguei a dar entrevista na TV Cultura, no programa de Marcelo Tas, o "Vitrine", e comecei a tramar eventos públicos, editar um fanzine impresso e produzir camisetas. Tudo foi um sucesso. O primeiro "Fest'A Barata", no início de 2002, colocou mais gente que a capacidade da casa, numa sexta feira de Janeiro, mês de férias e um dia em que a cidade quase ficou debaixo d'água. Cinco bandas e uma platéia predominantemente trajada com camisetas do site, que meu amigo Strapola não cansava de produzir.

Em Abril de 2001 consegui o registro do domínio ".com.br", coisa que era impensável para um site independente na época. Até endereços de email atrelados ao site (algumacoisa@abarata.com.br) eu vendia, e o site tinha uma média absurdamente alta, ainda para os dias de hoje (imaginem para a época), de mais de 1000 acessos/dia.  Foi nesse momento que as pessoas começaram a ligar minha pessoa ao site e vice-versa. para meu orgulho deixei de ser Luiz Carlos para me tornar "Barata", a um número cada vez maior de pessoas. Não existe nada mais gratificante do que ter um nome atrelado ao seu trabalho.




(Muitos já estão torcendo o nariz e dizendo: "Ah, esse cara ganhou muita grana, mas estão enganados: como eu disse todas as publicações e serviços eram totalmente grátis. O lucro das camisetas, dos emails eram apenas o suficientes para cobrir os custos de hospedagem e outros, que na época eram bem mais caros que atualmente. Quanto aos festivais, quem já fez algum evento em "parceria" com donos de casas de Rock sabe bem que no fim nosso único lucro é o prazer de fazer. O lucro é sempre deles.)
Entre 2000 e 2005, mesmo com muito trabalho (sempre trabalhei sozinho) e despesas, "A Barata" foi uma referência, especialmente nos meios independentes ligados ao Rock. Acabei por me tornar algo como uma "quase celebridade underground", chegando ao ponto de dar autógrafos quando participava de algum evento, especialmente na época - 2002 a 2005 -, em que fui Manager da banda paulista Patrulha do Espaço. Há discos da banda com assinaturas dos músicos e minha, para meu orgulho, confesso. Muita gente também tratou de copiar a ideia, e assim nasceram muitos sites, uma boa parte com nomes de insetos, como moscas, besouros e outros. Alguns investiram muita grana, mas não duraram mais que um ou dois anos.

Entretanto, a partir da segunda metade da primeira década do terceiro milênio, começaram a aparecer as chamadas redes sociais. Primeiramente o Orkut, depois o Facebook, e com sua voracidade, passaram a roubar para si todas as almas e pensamentos, tratando de pender as pessoas cada vez nas suas garras sequiosas. Com isso, o acesso a sites independentes, aqueles que não entram em jogos políticos, nem pagam ou recebem nada para serem lidos, começou a despencar. A coisa piorou mais ainda após 2013, quando o jogo sujo do "nós contra eles", deflagrado por uma linha ideológica apanhada com as calças na mão cagando no país, e decidiram por acirrar ânimos de uma forma de tentar se blindar. Começaram inimizades, ofensas e parece que o restante dos amigos, muitos deles completamente anônimos até começarem a divulgar seus trabalhos no site, decidiram que o melhor era me colocar na geladeira, para não dizer lugares piores. Um fato: muitos dos autores que, alguns ainda na pré adolescência física e literária em A Barata e uma boa quantidade hoje goza de prestígio nos meios culturais e literários; muitos artistas que eu trouxe comigo, levando para eventos, expondo trabalhos literários e artísticos de toda forma, hoje se esquecem de tudo e preferem ignorar. Nunca pedi glória pelo que fiz, mas reconhecimento cairia bem. 




A ultima "encarnação" de A Barata foi em 2018, quando mudei de cidade, abandonando a cidade que me viu nascer, mas que foi tomada por um cem número de usurpadores, e que, de cosmopolita se tornou uma cidade de ratazanas humanas, com as eventuais exceções, decidi que era preciso manter a chama viva de A Barata. Foram dois meses de trabalho que me renderam um livro onde conto a história e as histórias desse portal, que mesmo com a memória das pessoas que dele participaram tenha apagado há ainda muitos e muitos registros aqui e acolá.

Estou neste momento fazendo esse resumo de 23 anos de história de um projeto que em outros tempos e mentalidades teria me alçado a um patamar merecido - não tenho modéstia desonesta, mas nem vaidade inútil, apenas fatos que falam por mim - para decretar o fim de "A Barata". A partir de 1 de Novembro o site sairá do ar em definitivo, já que não dá mais para ter despesas mensais para que uma ou duas pessoas ao dia o acessem, sem sequer um olá. Fim de um sonho? Não sei se algo que durou tanto tempo ainda pode ser chamado de sonho. A verdade é que findou. Tudo acaba, nós mesmos acabamos. Estou certo que criei história, mas não espero figurar nela, pois quem poderia contar e continuar prefere mesmo ir para outras praias, nadando de braçada num bote furado, e esquece de uma jangada que eu construí e que ajudou muita gente a atravessar mares revoltos. 

Obrigado a todos que me ajudaram e partilharam comigo desses vinte e três anos. 

A Barata, Liberdade de Expressão e Expressão de Liberdade, 1997 - 2020.
Barata Cichetto, 4 de Outubro de 2020

07/05/2020

Herdeiros

Herdeiros
Barata Cichetto



Quantos poemas ainda serão escritos até que a morte esteja consumada
E quantas mortes ainda serão necessárias até que a poesia seja exumada?
Há muito que estou morto, há tempos que não enxergo o meu reflexo
Tanto tempo que nem lembro e tanto que nem consigo estar perplexo.

A poesia morreu quando eu nasci e renascerá depois da minha morte
Ah, mas que sujeito idiota eu sou, que nem posso contar com a sorte
E se minhas rimas se repetem entre o morrer e ganhar grana alguma
É porque não encontro as palavras certas, então repito qualquer uma.

Quantos poemas tolos ainda hei de escrever antes que possa morrer?
Lamentos nulos, réplicas tolas, antes que a morte venha me socorrer
Mas e então, o que dirão meus filhos diante de minha carcaça velada?
Decerto algo a respeito de após o velório beberem uma cerveja gelada.

Mas e se acaso alguma recompensa advir da sanha de poeta maldito
Tratarão de pegar a senha da conta corrente e tudo que não foi dito
E então eu que nunca fui bom o suficiente, um pornográfico santo
Serei coberto com farda de imortal como se aquilo fosse um manto.

E é meu desejo e meu testamento escrito em letras de computador
Que importância alguma lhes seja entregue pelo fruto da minha dor
Pois riam enquanto minhas carnes eram trituradas e moídas sem dó
E agora, perante a imortalidade, minha herança é apenas o meu pó.

Sento em um banco da praça destruída e cheia de merda de pombos
Apanho meu caderno e conto sobre minhas escadas e meus tombos
E por não ter sobrenome de poeta português pomposo por herança
Guardo minha angustia na carteira, junto com as notas de cobrança.

Ah, meus filhos, quanta confusão existe nas suas mentes encardidas
Quantas mentiras lhes foram contadas, quantas verdades escondidas
E eu que sem louvor ensinei a não crerem em tudo aquilo que lêem
Agora peço com fervor que não leiam apenas aquilo em que crêem.

E se um dia, nos espaços em branco entre palavras que eu não escrevi
E no silêncio daquelas que eu não disse e das mortes que eu sobrevivi
Perceberem gritos de dor e pedidos de socorro, não é a sua imaginação
Pois será ali que eu estarei, imortal e lúcido, manchando sua reputação.

07/02/2014
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

Luiz Domingues: "Luz, Câmera & Rock'n'Roll"

Luiz Domingues: "Luz, Câmera & Rock'n'Roll"
Barata Cichetto





Acredito que tenha sido em 1977 que conheci Luiz Antônio Domingues. Era ele quem respondia as cartas endereçadas ao "Sarrumor Jovem", revistinha criada pelo Laert Julio, que posteriormente viria ser conhecido como criador da banda Língua de Trapo. Nas cartas que trocamos por algum tempo, Luiz dizia estar estudando contrabaixo e que pretendia montar uma banda. (*) 

De lá para cá muita coisa aconteceu. Laert Julio se transformou em Laert Sarrumor, Luiz saiu do Língua de Trapo e foi tocar em e por outras bandas, como A Chave do Sol, The Key, Pittbulls On Crack e muitos etc. Luiz Antônio Domingues ficou conhecido como Tiguês, apelido que há muito ele execra, e o Rock brasileiro, que conheceu um momento de alguma - não muita - glória nos anos 1980, cedeu lugar a outros gêneros e estilos, e retornou ao gueto onde foi criado, e muitos músicos foram tocar em outros terreiros.

Mas Luiz Domingues nunca cedeu a modismos, e sempre se manteve fiel ao Espírito do Rock. Em 1999 se uniu ao capitão da Patrulha do Espaço, juntamente com - na época dois garotos quase imberbes - Marcello Schevano e Rodrigo Hid, para uma das mais icônicas formações da banda. Foram quatro discos com essa formação, até 2004, quando ele foi convidado pelo guitarrista Xando Zupo para, juntamente com Rodrigo, integrar a banda Pedra.

Foi durante uma boa parte do período da Patrulha do Espaço em que estreitamos nossos laços, viajando a bordo do "Azulão", icônico ônibus da Patrulha do Espaço pilotado pelo Walter Gonçalves, o Alemão, pelas estradas do interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Horas e horas de chão, e conversas e histórias pra lá de interessantes. Isso acabou por render uma série de crônicas com o título genérico de "Diário de Bordo", que eram publicadas em meu site A Barata, e depois incorporadas ao meu livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock".

Ao longo do tempo essa amizade sempre se manteve, já que Luiz Domingues é um amigo que sempre apóia todas as boas iniciativas relacionadas ao mundo do Rock, e sendo assim sempre compareceu a muitos dos eventos que criei, entre 2002 e 2015. Sempre com uma educação e nobreza, motivos pelos quais eu lhe conferi o título de "Gentleman do Rock Brasileiro".

Mas não é apenas Rock que Luiz Domingues respira. Literatura e cinema são outras de suas paixões e que agora em 2020 se unem em uma coleção: "Luz; Câmera & Rock'n'Roll". 

Dividido em três volumes, a coleção traz 131 resenhas sobre filmes produzidos direta ou indiretamente com o mote do Rock'n'Roll, numa combinação fortíssima e apaixonante entre Rock e Cinema, que historiadores modernos batizaram de "Rock Movies". "Luz; Câmera & Rock'n'Roll" é uma coleção imprescindível para quem ama Rock e Cinema.

Atualmente, Luiz Domingues participa da banda Kim Kehl & Os Kurandeiros, somando mais um grande trabalho a sua vasta carreira que inclui mais de vinte álbuns lançados no mercado fonográfico brasileiro. Como escritor, mantém três blogs na Internet e colabora com diversos outros, além de colaborações em revistas impressas.

Lançado através da plataforma Clube de Autores em parceira com a Matilda Produções, os três volumes podem ser comprados juntos ou em separado.

Indispensável!

Serviço:
Luz; Câmera & Rock’n’ Roll
(Obra Em Três Volumes)
Autor: Luiz Domingues
Editora: Matilda Produções
Apoio Gráfico: Clube de Autores
Editor: Cristiano Rocha Affonso da Costa
Revisão, Diagramação, Ficha Catalográfica: Alynne Cavalcante
Capa (Criação e Lay-out): Victoria Costa
Foto do Autor: Lincoln Baraccat

Link para Compra: https://bit.ly/2YeYIa9
Blog 1: http://luiz-domingues.blogspot.com

(*) (Comentário factual de Luiz Domingues, posterior à publicação: "Na verdade, eu já estava em uma banda, mesmo ainda a aprender a tocar a duras penas. O Boca do Céu fora fundado em 1976." 
Foi nessa época, pré criação da banda Língua de Trapo, que recebi um convite para uma reunião daquele pessoal em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. Fui, mas, encalacrado na minha profunda timidez, fiquei observando de longe, sem coragem de me aproximar, e assim perdi a oportunidade de conhecer aquelas pessoas, o que só ocorreria muitos e muitos anos depois. Comentei essa história há pouco tempo com Laert, e agora com Luiz. Ambos ficaram abismados.

06/05/2020

A Morte da Palavra

A Morte da Palavra
Barata Cichetto



As palavras são soldados enfileirados, o poema um exército forte.
O General é o Poeta, de estrelas no peito e o sentimento de morte.

Palavras entrincheiradas, tiros na cabeça, e uma guerra maldita.
Soldados marchando e cantando seguindo uma canção inaudita,
A risca as ordens de comando do General e sua bandeira em riste,
E partem à batalha perdida, assobiando uma doce balada triste.

Palavras recrutadas á força, entrincheiradas, armas em punho,
Tiros são palavras nas bocas das espingardas, de duro cunho.

O General passa em revista as tropas, posição de sentido,
Palavras perfiladas em linha reta, nunca tinham mentido.
Grita a ordem do dia e os soldados lhe batem continências,
E lhe somem da boca as palavras, ordens são contingências.

Então disse o Soldado-Palavra ao Comando:
- Agora deixe de guerras que estou amando.

E a palavra traidora condenada ao fuzilamento, corte marcial,
Um julgamento injusto, tribunal de exceção, juramento parcial,
Com único disparo executada sob o silêncio da surda multidão,
A morte certa e o pelotão de fuzilamento sempre de prontidão.

E morrem as palavras, e morre a boca morta!
- Deixe de guerra, General, a Palavra está morta.

31/10/2011
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

03/05/2020

Feira Livre da Poesia

Feira Livre da Poesia
Barata Cichetto



Poesia não é feira e não precisa de hipocrisia,
E não é pastel, nem caldo de cana, burguesia.
O feirante acorda cedo, enquanto o poeta dorme,
Então fiquem o feirante rico e o poeta com fome.

Fede a burguesia, disse o Poeta, fede até a feira,
Também fede Barata, aquele sem eira nem beira.
E o que fede não cheira a Rosas e nem tem Casa,
Mas o que o poeta tem não é reinado, é uma asa.

Grita o feirante chamando a distinta freguesia.
E se não é tomate, nem alface, o que é Poesia?
Acabou a feira e os restos estão à sua disposição,
Então que comam o mendigo, o poeta e o ancião.

Tomates moles, restos de alface, cessam os gritos,
Agora dormem os feirantes, os pobres e os aflitos.
E acordam os poetas, pois ainda são bem poucos,
Gritando "Poesia!" igual os feirantes, e os loucos.

10/05/2013
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

01/05/2020

Hordas

Hordas
Barata Cichetto



Fui atacado por hordas de fanáticos sem piedade
Agora quando desfilo a dor pelas ruas da cidade
Arrasto uma perna, sangue pingando pelas esquinas
Pus escorre da minha alma, jorra ódio das retinas.

Fui atacado por hordas de prostitutas sem desejo
Agora quando destilo minha impotência a outro beijo
Sou apedrejado por anjos eunucos saídos do esgoto
Ainda escorre sangue da ferida e pus do meu escroto.

Fui atacado por hordas de santos cegos de cabeças brancas
Em minha ferida colocaram sal, nas portas puseram trancas
Agora quando minha existência oscila sob a ponta de agulhas
Sinto apenas olhos cegos de ódio soltando chamas e fagulhas.

Fui atacado por hordas de crianças matreiras e ensandecidas
Agora quando clamo por inocência encontro freiras emudecidas
Puxando a perna, com o sangue ainda escorrendo pelos lábios
Clamo por justiça, mas não encontro nem deuses e nem sábios.

8/11/2006

©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

27/04/2020

Toda Poesia Que Eu Pude Carregar - O Testamento

Toda Poesia Que Eu Pude Carregar - O Testamento



Neste amo de 2020, posso considerar que completei minha existência como poeta, quiçá como escritor. Comecei a escrever por volta de 1972 ou 73, e em 1981 publiquei meu primeiro livro de poesia em mimeógrafo. Depois de ter toda minha obra se transformar em papel picado e 1982, por conta de uma pessoa enciumada e passar 15 anos praticamente sem escrever nada a não ser dedicados poemas amorosos que nunca foram lidos, completo agora sem nenhuma pompa nem honra meu ofício.

Desde o princípio, a sabotagem e o dar de ombros por parte de pessoas a quem busquei o mínimo de apoio se fizeram presentes, e me deixaram sempre do lado de fora da porta. Como exemplo cito os donos da chamada Geração Mimeógrafo, que desde meados dos anos 1970 ignoraram minhas cartas contendo poemas, e se recusaram a publicar. Muitos deles estão por aí, enfeitando feiras literárias com suas camisetas de cheguevara, suas bolsasdelona e seus veganismoscarnívoros.

E agora, no meio dessa pandemia fabricada, um experimento social que vem tendo os resultados previstos graças ao instinto grotesco e vaidoso da maioria da humanidade, reúno e organizo em volumes minha obra poética com intenção de colocar numa plataforma de publicação, não com o intuito de amealhar qualquer ganho, mas apenas para ter o prazer pessoal em ver tudo ali, pronto para a impressão. O título genérico desse trabalho é "Toda Poesia Que Eu Pude Carregar", e será composto de quatro tomos, sendo que os três primeiros de poesia rimada e escrita em versos mais ou menos metrificados e o último com minha poesia em crônica - ou crônica poética.

Serão mais de 2.000 páginas, com textos resgatados desde 1978 até 2020, e considero essa publicação como uma espécie de Testamento, sem considerar como legítimo nenhum herdeiro a ele, já que os que podem ser considerados "herdeiros legais", não tem qualquer direito a ele, pois que me abandonaram há muito, e nunca contribuíram ou participaram nem com a migalha de sua leitura para que eu chegasse aonde cheguei. Tudo foi fruto do meu próprio sangue&suor&lágrimas, e nem um reles e mísero centavo, caso tenham um mínimo de caráter, lhes pode ser lucro.

Encerro assim, já que não existe mais tempo para a poesia. No mundo que sobrar, e que foi cuidadosamente planejado pelos seus donos, não existirá um só ser ou lugar onde caberá a poesia. Ficam, portanto, nesses calhamaços, o registro da minha existência.  

Grato a todos e todas.

Luiz Carlos Giraçol Cichetto, aka Barata, Outono 2020.

26/04/2020

A Poesia, a Razão e a Loucura

A Poesia, a Razão e a Loucura
Barata Cichetto




Ando pensando que existe o caminho certo
Que não passa pelo caminhos da salvação
E se ando num caminho é porque não é reto
Mas foge da estrada da dor, rua do coração.

Poesia não é o destino, e o destino não é poesia
E se não existe o caminho definido escrito à mão
Ainda nos resta aquilo que empresta algo ao dia
E além de drogas e amores, a poesia e sua razão.

Ninguém sente falta do que não enxerga e ouve
E nem sente saudades de algo que nunca houve
Palavras simples de poeta de última instância
Que foi amordaçado ainda durante a infância.

Há um poeta dentro de todos, e poesia dentro de poucos
Afinal temos todos um tanto de médicos, outro de loucos
Há muito mais doentes do que médicos na modernidade
E nem poesia nem remédios podem curar a humanidade.

09/07/2017

©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

Dia do Horror

Dia do Horror
Barata Cichetto




Pense em um dia com sabor de mortadela
Que lhe digo que cores tem uma aquarela
É o dia das bruxas, dos porcos e dos loucos
Mas um dia torto em que muitos são poucos.

E que dia é, que nunca começa nem continua?
Um dia que é noite e onde a menina anda nua
Dentro dessa escuridão caminhando às cegas
Que lhe abre as coxas, e rasga-lhe as pregas?

Então pense em um dia com sabor de esterco
Com soldados marchando e fechando o cerco
Que lhe mostro a cicatriz de cigarro na perna
E estendo a mão em busca da criança eterna.

Que dia é agora, que parece ontem ou amanhã?
Dia de filhos desaparecidos no inicio da manhã
E de amigos que se curvaram perante o horror
Em que dia estamos, senão no do dia do terror?

01/11/2017
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados




23/04/2020

Filosofia de Pés Sujos

Filosofia de Pés Sujos
Barata Cichetto


O termo "Filosofia de Pés Sujos" nasceu de uma humilhação. O troco foi quase instintivo, e escrevi um silogismo: reclama de meus pés sujos na cama, mas não sabe dos caminhos sujos tive que percorrer antes de poder me deitar.  Sempre busquei o meu caminho, e por essa circunstância muito desagradável e humilhante, me deparei com isso. Ai olhei para mim e para tudo que já fiz e especialmente para quem eu sou hoje, e percebi essa imagem, clara: estou trilhando um caminho de pés sujos.

Tive muitas crenças - creio que tive todas elas -, até perceber que em nenhuma eu era honesto comigo, já que jamais senti aquilo que "precisaria" sentir. Do mesmo jeito que já tive crenças ideológicas. De resto, essa filosofia de pés sujos é justamente o rompimento com tudo aquilo que me "calçou" até há algum tempo. Fico perplexo em perceber essas coisas, e invariavelmente me cobro e penso. "Porra, seu Barata de bosta, que cê pensa que é? Acha que é o bom, é?!" Descubro que não, que não sou o tal, mas também não sou o mau, muito menos o mal. E a Filosofia de Pés Sujos é o que mais me define, mesmo que me julguem incapaz de exibir tal título, o de "filósofo".  A esses, eu afronto, confronto e pergunto, se acaso seus pés calçados que lhes protege dos espinhos não os carregam a lugares onde já estive, e especialmente se suas mãos estão limpas

Há pouco mais de dez anos tenho escrito dísticos (pequenos poemas de apenas dois versos e uma única estrofe), resumindo meu pensamento filosófico.

Desde Janeiro comecei a revisar esses textos e compilei num livro, acrescido de aforismos - que eu chamo de des-aforismos -, e silogismos. O resultado foi um livro de 144 páginas, que está disponível.

Advogo-me o direito de ser um livre pensador, e não tenho qualquer compromisso ideológico, já que não foi nos bancos corrompidos das universidades que o construí, mas nas ruas e nos livros. E arvore-me em definir-me Filósofo de Pés Sujos, formado na Universidade da Vida, onde o Diploma é a Certidão de Óbito.

Não tenho com meus escritos e meus atos nenhuma pretensão a mudar o mundo, minha única revolução diz respeito estritamente a mim mesmo. Busco a cada dia aprimorar minha existência, com a certeza de que o ser humano é antes de mais nada um solitário, e que, portanto, é ele quem constrói o coletivo, e não é construído por ele, na linha contrária ao pensamento hipócrita.

Não escrevo para idiotas, não escrevo para preguiçosos e escravos de ideologias; não escrevo para fanáticos. Meu texto é honesto e estritamente fiel o meu pensamento, e meu senso crítico e estético. Se meu pensamento e meus pés sujos, de tanto caminhar em terrenos podres te incomodam, fiquem longe, mas se procura algo que o faça pensar, não fique apenas nos elogios e tapinhas nas costas e aplausos virtuais. Entre no link abaixo e adquira o livro. Nos vemos dentro daquelas páginas. Eu te espero, nu, de pés sujos e mãos limpas.

Barata Cichetto, Filósofo de Pés Sujos, formado pela Universidade da Vida, onde o Diploma é a Certidão de Óbito. 31/03/2020

Filosofia de Pés Sujos
Barata Cichetto
Edição Independente
Tiragem Limitada
144 Páginas
Papel Avena
R$ 48,00 (Frete Incluso)

17/04/2020

CORONARIANA Nº 30

CORONARIANA Nº 30
Barata Cichetto



Estou pronto! Quando chega o ônibus do poder? Que carrega a nação sem noção? Estou pronto, quando chegar o trem na estação, e carregar meu coração. Estou pronto! Quando chegar o avião, que leva ao ar sem condição, o político ladrão, o pobre sem refeição, e o poeta sem direção. Estou pronto. Encostem a carruagem no trilho do bonde, celem o cavalo do bandido, e a mosca do cocô. Estou pronto. Para o caos, programado no porão do poder. Onde senta um chinês, uma bicha e um filho da puta. Escrevo contra o decreto, de isolamento, de sofrimento, de corrimento, de cimento contra o abstrato. Escrevo sem nexo, sem sexo, e sem circunflexo o palavrão. Estou com tesão, mas não pode não. Tesão contagia e propaga. Respiração pode não. Sufoco e sem foco. Com fogo e sem paixão. Não é nada, não. Nada é não e não é nada. Tudo é paixão. Tudo é tesão, tudo é cérebro. Nada é corpo. Tudo é porco. Porcos sentem tesão, poetas também não. E o anão, sem dedo na mão coloca fogo no circo. E a equilibrista de pernas abertas espera o cafetão na porta da estação. Acorda, Brasil!

08/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 29

CORONARIANA Nº 29
Barata Cichetto



Deitado no chão, em meu colchão de ar, assopro o cabelo que me teima em cair no rosto. Coço a barba, longa e branca e ensaio uma punheta. Na ampulheta a esperança de "dias melhores", que jamais chegarão. Não existem dias melhores, nem piores. Há dias em que a gente morre, outros não. Filosofia de pés sujos, de botequim e de puteiro. As putas estão solitárias. Fecharam o puteiro. Seus filhos e mães estão com fome. "Nem na pandemia de AIDS nos impediram de trabalhar", reclamam. Estão tristes minhas putas, como diria Garcia Marquez, e não sabem escrever memórias, apenas contar histórias de um tempo em que não morreram. Fecharam os puteiros, e não tem graça nenhuma. A piada não é engraçada, é disfarçada. É risada desgraçada. Deitado no chão, a punheta não sai. Preciso escrever sobre putas, não sobre epidemias. Há caráter em tudo. E motivo em nada.

07/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 28

CORONARIANA Nº 28
Barata Cichetto




Nada de praia, nada de dominó, nada de respirar na praça. Os pombos da praça estão com depressão, que não tem em quem cagar, o mendigo sem fumar, que não há a quem pedir o cigarro, os sem teto estão famintos, por não terem quem lhes dê uma moeda. Não há odores nas ruas, nem do pão da chaminé da padaria, nem das flores do florista, nem do perfume das putas, nem dos suores dos trabalhadores, nem dos cigarros, nem dos escapamentos. Não há odores, apenas cheiros. De medo e de terror. De morte. E todos, absolutamente todos, com medo simplesmente de respirar. Enquanto isso, políticos decretam o fim. Brigam numa rinha infinita por poder. Todos eles ganham, todos nós perdemos. Agora, nosso existir resume-se a caminhadas pelos retângulos cinzas dessa moldura azul. É a rua que nos permitem.

06/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 27

CORONARIANA Nº 27
Barata Cichetto



Todos nós aqui, incluindo a ti e a mim, somos medíocres tentando expor nossa superioridade, todos. Qualquer um acredita ser o dono absoluto da verdade, o que nos torna ainda mais que medíocres, prepotentes. Essa é a função de redes (anti) sociais: expor nossa imbecilidade, disfarçando a fragilidade.

06/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

16/04/2020

CORONARIANA Nº 26 - PANDEMIA-PANDEMÔNIO

CORONARIANA Nº 26 - PANDEMIA-PANDEMÔNIO
Barata Cichetto



Há pouco menos de um ano, logo depois de completar 61 de existência, e de estar passando por uma depressão, entre outras coisas por descaso familiar e mudança de cidade, decidi que precisaria me cuidar melhor, e tentar sair dessa situação. Para tanto, comecei a me alimentar melhor, reduzi o consumo de cigarros e a usar ervas para tentar reequilibrar o organismo. Em Janeiro comecei a perceber melhoras e a produzir, trabalhar mais, visando manter a cabeça ocupada, e tramei a edição de um livro que vinha postergando há anos. Minha auto-estima melhorou, apesar de todos os problemas pessoais e financeiros.
Acontece que, por coincidência logo após o carnaval, explode o pandemônio-pandemia, com o terrorismo da Ditadura do Voluntariado, com o ódio e a guerra a tudo que fosse contra isso pudessem desencadear. Para terminar, a Uiclap, poucas horas antes do que eu tinha planejado lançar o livro, resolver cancelar as vendas, o que jogou todo o trabalho e planejamento no lixo. Entendi a posição da Editora, mas isso foi à gota d'água para que minha cabeça saísse do seu trabalhoso centramento e girasse a ponto de perder todo o entusiasmo e com ele o apetite e o sono. Voltei a fumar desbragadamente e ao ser forçado a me tornar enclausurado, por conta menos de prevenção e mais ao terrorismo, minhas caminhadas cessaram.
O resultado disso ainda não sei, mas é certo que não será bom. Ademais, sei de muitas pessoas com históricos parecidos, e espero que pessoas em situação similar não sucumbam diante dessa guerra armada, em função de vírus que, sim causará mortes, como qualquer outro, em maior ou menor número, mas mais que qualquer outro resultará em mortes que não serão contabilizadas nas estatísticas dele, tão adoradas pelos estandartes do caos.

05/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 25

CORONARIANA Nº 25
Barata Cichetto



Meu colchão é no chão. Meus quatro metros quadrados de território, sem oratório e sem flexão abdominal. Minha gata dorme em cima da minha cabeça. Respiro o que posso, e o que me deixam. A Ditadura do Voluntariado tomou conta das ruas. Sou idoso, e quem sabe o último barbudo do planeta Terra. Preciso achar um caminho, mas não sei por onde começar.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 24

CORONARIANA Nº 24
Barata Cichetto



Em breve, ainda antes do apocalipse zumbi, estarei lançando minha Ontologia Poética (Ontologia, mesmo). E estarei por aí, chutando uns rabos sujos e fodendo outros. E depois, eu, o último barbudo do mundo, e meu amigo Paulo Castro, vamos tomar uns drinks no inferno com Salma Hayek.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 23

CORONARIANA Nº 23
Barata Cichetto



Eu, que sempre fui deixado do lado de fora, fui trancafiado, enquanto eles estão lá, lançando sua ira e seu terror, ninando meus filhos e preparando seu reinado de escuridão. Prendam a respiração e curtam a publicação. Não respirem, compartilhem a informação. Morram de inanição. Facebook is God. Parem de falar, parem de chorar, parem de lamentar. Parem de respirar. Respirar contamina. Tudo no humano contamina. Se calem, não se falem. Apenas se odeiem, que seu porco é melhor que o do outro. Escolham seu lado na guerra. Escolham sua forma de morrer. Contaminação ou inanição. O futuro da nação. Depende da sua condição. De pulga de circo. De circo de horrores. Parem. Parem tudo. Sejam o nada.

04/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 22

CORONARIANA Nº 22
Barata Cichetto



Há alguns anos venho brigando com minha ansiedade, angústia e, principalmente depressão, acompanhada de seus "efeitos colaterais", como desejo de suicídio. Venho me empenhando em sair dessa situação, sem virar um dependente de drogas legais, ou ilegais que sejam. O artifício que encontrei, além da sempre presente necessidade de escrever, foi me dedicar ao trabalho, seja ele de que forma for, remunerado ou não. Ocupar minha cabeça e meu corpo me mantiveram nos últimos meses longe desses pensamentos e sentimentos. Abracei o sonho de um amigo, o Wladimir de Paula, pessoa de caráter íntegro e uma vontade de trabalhar e acerta fora do comum. Criei artes, vinhetas, e atualmente sou responsável atualmente por cinco programas semanais, sendo que com isso produzo cerca de quinze horas de programas semanais, fora tempo gasto em pesquisas, edições e contatos, que multiplica esse numero certamente por três.
Tudo isso, entretanto, foi sendo desmontado com a paranóia criada pela mídia, por políticos escrotos e alimentada pelas pessoas que, seguindo a cartilha da massa burra e manipulável que amplifica o caos ao limite do insuportável, transformando uma epidemia séria num pasto para seus desejos de poder e ódios guardados. Afinal, as pessoas precisam ser guiadas, mesmo que seja ao matadouro, por nossos queridos e humanísticos líderes. Não basta educar, não basta ensinar. O pânico tem mais efeito. E segundo alguns, "é para nosso bem."
Nos últimos dias, com tudo isso, venho experimentando novamente as valas escuras da depressão, e nem direito de sair à rua e encontrar algumas pessoas, e beber uma cerveja e distrair o desejo da morte existe mais.
É certo que essa Gripe Chinesa, como todas as doenças que apareceram durante a existência da humanidade e antes dela, irá causar vítimas fatais, e as estatísticas serão engordas para aumentar o pânico, e assim buscar a eficácia nos métodos de controle, mas e quando as mortes que advirão desse isolamento forçado, "para nosso bem", de pessoas que morrerão por suicídio, violência e outras coisas. Serão todos colocados numa vala comum, aquela do dia-a-dia, e serão desprezadas.
Ao citar a minha própria experiência, tenho consciência de que o sinto hoje não é exclusivo, e sei de muitas pessoas que, como eu, se sentem sem qualquer expectativa, afinal, depressão não dá mídia, depressão não é contagiosa, não pega por beijo-abraço-aperto-de-mão. Mas garanto que o numero de mortes no mesmo período que a Gripe Chinesa é maior. E quem se interessa por isso? A não ser que alguém se sinta exatamente igual, vai me tachar como egoísta e maluco.

03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

CORONARIANA Nº 21

CORONARIANA Nº 21
Barata Cichetto



Sobre epidemias e manipulações: ano passado, com a epidemia de Dengue, Araraquara, cidade onde moro e tem uma população de cerca de 240.000 habitantes, teve 27.000 casos da doença confirmados, e oito óbitos. Percentualmente, esse numero correspondente a mais de 10 por cento da população. Tal proporção, se levada à comparação com o país, significaria um numero perto de 20 milhões e daí daria para se calcular o numero de mortos usando a mesma régua. Os postos de saúde andavam lotados, e a prefeitura o que fez, sendo que se sabia exatamente onde moravam os inimigos: basicamente em vagões de trem abandonados: usou um drone pulverizando, em duas oportunidades. O foco continuou vivo. Neste ano, parece que simplesmente o mosquito da dengue resolveu dar uma trégua, já que existe coisa pior que ele. Só que não. A dengue continua fazendo vítimas, mas não está mais na moda.

03/04/2020
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados