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07/10/2016

Prefácio do Ultimo Livro de Poesia da Terra


Prefácio do Ultimo Livro de Poesia da Terra
Barata Cichetto
Direitos Autorais Reservados - Reprodução Proibida

Até minhas gatas sentem o meu infame pesar
E se não choram - que gatos não saber chorar -
Agitam seus rabos em uma adúltera irascividade
E ronronam pedindo o fim dessa subjetividade.

O pequeno poema acima, escrito numa manhã depois de uma noite de insônia, e antes de outra, marca o fim. Um fim anunciado dezenas de vezes, mas que nunca ainda chegou. Até agora! E na placa no fim da estrada está escrito: "CHEGA DE POESIA!". Ela não é mais possível. E não há mais Rock também! Acabou a Poesia do Rock. Acabou o Rock da Poesia.  E se acabaram, acabo eu também. Não há mais motivos. Vou agir feito Rimbaud, embora um adolescente tardio, e virar mercenário. Alguém precisa de um mercenário? Estou à disposição. A venda. Mas apenas para pagamento a vista. Que a prazo a validade vence. A validade sempre vence. Sempre! A minha venceu. Deixo a esperança da poesia aos caprichosos e vaidosos, orgulhosos de seus títulos de nobreza. E atestados de pobreza. Eu? Fico com a tristeza. De viver num mundo onde a poesia não é mais possível. Intangível. In-crível. In-acreditável. Impalpável. Inaudível. Deixo a poesia aos mestres. Apenas a eles! Perpetuados nos livros amarelados, rotos. Lidos e relidos. E deixo que minha mente atormentada repouse. Pouse. O poeta está morto! Sofreu um aborto. Criminoso. Tendencioso. Foi vencido pela fome, pelo cansaço.   Chega de Rock na minha Poesia. Chega de Poesia no meu Rock. Mexeram no meu biscoito, no meu coito, no meu trinta-e-oito. Boliram meu Fuck'n'Roll. "To be a rock and not to roll" agora tem gosto de chumbo e não tem mais asas. Fechem as porteiras. Deixem os porcos atrás das cercas. Porcos não usam colares, nem podem voar. "Big man, pig man, ha ha charade you are." A Poesia não tem mais graça. Perdeu a desgraça. É só piada. Sem graça. Agora é estéril. Limpinha e ordinária. Prefiro as porcas às madonas. Ah, poetas não sabem dançar. Feito porcos. Em meu braço direito: "Rock In Poetry Fuck'n'Roll". Arranquem meu braço. Deem de comer aos cachorros. Meu rádio quebrou. Jogaram no chão. Pisotearam. Choro quando quero. Nunca quero. Porcos não escutam rádio. E eu não escuto guinchos de porcos.  Migalhas são para os pombos. Recolham suas migalhas e deem de comer a seus filhos. Estou farto de ser poeta. De ser pai e de ser filho. Farto de ser. Farto de estar. De ir e de voltar. De ficar. Parado na esquina esperando meu ônibus chegar. Nunca chegou. O ponto ficou lotado. Todos seguiram seus destinos. E eu esperando o meu. Não sei se esperando meu ônibus ou meu destino. O que chegar primeiro eu vou. Onde é o ponto final, perguntei ao cobrador. E ele disse: antes do fim da linha. Ônibus errado. Itinerário trocado. Sem dinheiro da passagem. Desça no próximo ponto, disse o motorista. Vá a pé! Vou até! A pé até. Até o fim. Do mundo. Sem poesia nas costas para carregar o caminho fica menos cansativo. Quer uma carona? Mas... Estou tão cansado... Tão... Estou farto! De poesia comunista. De poesia capitalista. De poesia anarquista. Quero a poesia egoísta. Narcisista. Onanista. E, por não dizer: maniqueísta. Chega de poesia de artista. Farto de poetas ideológicos, lógicos. Poetas que odeiam a poesia. E que a destrói prostituindo rimas, jogando no lixo a construção. Enfileiradores de palavras sem sentido e sem sentimento. A poesia não lhes pertence, poetas de cinco letras. Abortem! Defendam a morte, mostrem a bunda, lambuzem muros, comam merda, borrem as calças. Façam o que quiserem, mas não chamem de poesia. Ela não merece seus desaforos. Chamem de tudo. Até de puta. Mas não de poesia. O poeta chamou minha mãe de puta e eu lhe dei uma porrada! A mãe chamou a puta de poeta de poeta. E eu concordei. O poeta chamou a puta de mãe. E eu lhe dei uma porrada! Acabou! Fui!

30/09/2016 

30/09/2016

R.I.P. RADIO

A PARTIR DE 01 DE OUTUBRO, A RÁDIO CRIADA E COMANDADA PELO BARATA. NO MOMENTO ESTAREMOS TRANSMITINDO APENAS A NOITE, DAS 22:00 AS 24:00,  DE SEGUNDA A SÁBADO. E AOS DOMINGOS, DAS 20:00 AS 24:00. . HORÁRIO DE BRASILIA... OU EM EDIÇÕES EXTRAORDINÁRIAS... AO VIVO.

28/09/2016

Viagem

Há meia hora parado em frente à tela do Facebook, em um perfil, pensando sobre o que escrever. Pensei em falar sobre as lembranças de 33 anos atrás, sobre como foi escolhido seu nome, sobre fraldas, sobre os primeiros livros dados, sobre passeios, conversas e castigos. Sobre o quanto tu era um perna de pau no futebol, sobre tanta coisa que nem sei se lembras mais. Ou se quer lembrar. Afinal, meu tempo passou. E de fato, fazer aniversários é a cada ano mais doloroso. Fiquei aqui olhando e tentando escrever, mas qualquer coisa poderia escorrer para a vala comum do descrédito, do desmérito e da ... Alguma coisa que esqueci... Mas era preciso. Sim, era preciso escrever. A mim sempre é preciso escrever. Nunca fico sem palavras, mesmo que elas não seja o que as pessoas gostariam de ler ou de escutar. Se não existem verdades absolutas, nem a minha, frase que eu lhe repeti durante muitos anos, também não existem mentiras absolutas. No dicionários constam a palavra inverdade, mas não "inmentiras". Ah, sim, pensei em escrever simplesmente "feliz aniversário, filho", mas não sei se o uso dessa palavra seria bem recebida. Mas, enfim, a coragem é fruto do medo. E nem sempre a verdade é fruto dos fatos. Há argumentos contra os fatos, sim. Basta retirar o espelho do armário onde o escondeu. Basta cortar uma veia. Pelo fruto nem sempre se conhece uma árvore, basta olhar a uma jabuticaba sem nunca ter visto sua árvore. Ou uma abóbora. Diante, porém, de determinadas crenças, pés de jabuticaba devem ser capazes de produzir melancias. A natureza, mesmo a humana não comete falhas. As falhas estão todas em nós. É... eu pensei nas formas e nos métodos, em mensagens cifradas, até mesmo em colocá-las numa garrafa e soltar no rio. Mas os rios estão podres. Cheios de dejetos humanos. Humanos dejetos. Nojentos. Carta? Telegrama? Ligação? Não... Deixo o bote parado no meio do nada, num mar de intranquilidade, com o horizonte negro anunciando tempestade. A idade nos faz cada dia mais tolos e medrosos. Temerosos do nada. Mas, enfim, não tenhas medo do espelho. Nem do sangue.

Luiz Carlos Giraçol Cichetto, ou simplesmente "Barata", aos 26 de Setembro de 1983, depois de uma viagem no tempo.

27/09/2016

R.ock I.n P.oetry - 11

Hocus Pocus - Fafá de Belém - Teatro J. Safra

Bad Company - Run With The Pack
Black Sabbath - Trashed
Deep Purple - Anthem
- Poesia - Inominavel Ser - Desesperadamente Desgraçado

Johnny Winter - Highway 61 Revisited
The Edgar Winter Group -  Rock & Roll Boogie Woogie
Johnny And Edgar Winter - Rock & Roll Medley
- Poesia - Barata - Miséria

Joy Division - She's Lost Control
Morphine - Honey White
Systers Of Mercy - 1959
- Poesia - Sr. Arcano - Sara (Vozes Arcano e Andreia Santos)

- Bloco Bell
- Neil Young - My My, Hey Hey (Out Of The Blue)
- Neil Young - Sugar Mountain [Live]
- Neil Young and Pearl Jam - Rockin' In The Free World
- Poesia - Barata - Verbo Que Sonha

- Conte Comigo Conte Pra Mim - Programa 2

Little Richard - Tutti Frutti
Johnny Cash - I Walk The Line 1958
The Archies - Sugar Sugar (Original 1969 Music Video)

Eu Não Sou Cachorro, Não

22/09/2016

O Carneiro Rubro e o Pijama de Listras

O Carneiro Rubro e o Pijama de Listras
Luiz Carlos Giraçol Cichetto·Quinta, 22 de setembro de 2016
Direitos Autorais Registrados - Cópia Proibida


Facebook é uma rede social que, pelos princípios básicos, funciona debaixo de uma fleugma estoica, que arremete ao socialismo como função e ao comunismo como meta. Dando voz idêntica a todos, acabando com o conceito de "formador de opinião", ou deformando-o ao ponto de considerar a todos como formadores de opinião. Acaba-se, assim, com o conceito de indivíduo e passa-se a empregar o coletivo como metal. Todos dentro dessa mídia social são, por ímpeto, necessidade imposta e desejo por vaidade, compelidos a explanar seus pensamentos, mesmo que sejam absurdos, mentirosos, e até mesmo infundados. A égide do politicamente correto, a maldição do pensamento socializante da arte, tudo isso corrobora a função esquerdóide de uma mídia criada para satisfazer os desejos mais rubros de ideologias que, num espectro quase cabalístico, transforma a todos em seres idênticos, iguais, sem líderes ou planejadores. Sem lideranças pessoais, sem liderados. Uma massa informe e desinformada, mas que pensa - ou pensa pensar - que pensa com seus próprios neurônios, sem perceber, propagam de forma beligerante determinada ideologia social. O papel do inocente inútil é o mesmo que o do inútil. Inocentes, aliás, sempre tem utilidade em qualquer sistema de controle humano. São analisados por doutores em ciências políticas, amado por ditadores e desprezados por outros inocentes. Os culpados não os toleram. Entre a grama e o grama, o Gramma. A grama é vistosa do outro lado da cerca. E o que nos cerca? É vistosa a grama. A secção da mítica e histórica prerrogativa do bom senso causa dano aos cérebros. Não há saída, pensam os pensadores. Não há entrada, pensam os tolos. Queimar roupas e bandeiras, cagar e protestar. A bunda é o que abunda. A confusão entre o cu e a bunda. E pouco importa o que a avó dizia, o que o padre escrevia, o que o pai vivia. Experiência que não conta a quem não tem. Não convém. A autoridade destruída, maioridade prostituida. Construída com poeira. A propriedade destruída. A igualdade construída. Sobre os ombros alheios. Massa de manobras? Massas não são manobráveis. Em massa. Mas em indivíduos. Falar sobre as massas, pelas massas, com as massas. Mas sob as massas apenas o fogo do forno crematório. E assim, a ideologia se propaga, diante dos olhos incrédulos dos listados em listas onde constam nomes de alijados do sistema, daqueles que, feito burros relincham no cerrado em busca de comida. O eclético, plural e duvidoso sobrepujando ao hermético; o estético com a mais valia sobre o ético. O hipotético sobre o poético. (Poesia é hipótese?) O hipnótico sobre o ótico. Ao ócio o ódio. Ao sócio o rocio. Rocinante carrega feliz Dom Quixote em suas costas, enquanto Sancho abana a cabeça, desolado. É assim, desta forma, que as redes e as mídias nos confortam, nos confrontam e nos afrontam. Pensar que o compartilhamento de informação nos torna libertos? Farsa! Pensar que a expressão de pensamento nos torna livres? Falsa! Pensar que sabemos o que estamos pensando? Falha! Falha! Falha! Numa foto há a falsidade, a ilusão, pois o que está a direita na foto, está à esquerda no fato. E tudo, no fim, são ilusões criadas em fotos. Não é a sem motivo que elegeram a imagem como verdade absoluta, não é sem motivo que te instigam a publicar sua vida em fotos em redes, na Internet. A imagem pode valer por mil palavras, mas de fato uma palavra pode destruir a validade de uma foto. Há um carneiro rubro usando pijama listrado em cada metro quadrado, em cada pixel de tela de computador ou de celular. É assim que enxergas a Rede que os abriga e lhe dá o conforto e a ilusão de que seu pensamento serve para algo que não seja de algum interesse financeiro ou jogo de poder? Errado, meu amigo. Errado, minha amiga! E não coloco "x" no gênero, a propósito.

15/09/2016 

Também publicado no Facebook: https://www.facebook.com/notes/luiz-carlos-gira%C3%A7ol-cichetto/o-carneiro-rubro-e-o-pijama-de-listras/1544339238916374

19/09/2016

R.ock I.n P.oetry - 10


Nós somos Alegria 0-1234 e falamos sobre a arte proibida da poesia. E apresentamos este programa que é escutado apenas por NÓS. Estamos enganados?

Sr. Arcano - Mar Tenebroso
Rush - 2012
Psychotic Eyes - The Humachine
Psychotic Eyes - Black Lotus
Sweet - Ballroom Blitz
Eric Burdon & The Animals - Poem by The Sea
Procol Harum - A Whiter Shade Of Pale
Abramis Brama - Enkel Biljett
Lisker - Kalean Festa
Liquid Jesus - Sacrifice
Bob Dylan - Like a Rolling Stone
Creedence Clearwater Revival - Fortunate Son
Iron Claw - A Different Game
Bloco Bell - Joelho de Porco
Mardito Fiapo de Manga
São Paulo by Day
A Ultima Voz do Brasil (Festival dos Festivais -1985)
Conte Comigo Conte Pra Mim

15/09/2016

R.ock I.n P.oetry - 09


Caetano Veloso e As Aventuras de Rin Tin Tin

Nazareth - Razamanaz
UFO - Let It Roll
Rush - Anthem
Poesia:  Piedade - Roberto Piva e Beat Geneneration

The Marvelettes - Please Mr. Postman
The Platters   The Great Pretender
The Marmalade - Reflections of My Life
Poesia: Barata - Confesso!

Doobie Brothers - Long Train Running
Bachman-Turner Overdrive - Hey You
T-Rex - Children Of The Revolution
Poesia: Solano Trindade - Nem Só de Poesia Vive o Poeta

The Stranglers - No More Heroes
Dead Kennedys - Holiday In Cambodia
Eddie And The Hot Rods -  Teenage Depression
Texto: José Saramago - Deus, Igreja e Bíblia

Lord Sutch and Heavy Friends - Good Golly Miss Molly
Rollins Band - Get Some Go Again
Ted Nugent - Wang Dang Sweet Poontang
Texto: Edgar Franco

Abramis Brama - Enkel Biljett
Liquid Jesus - Sacrifice
Lisker - Kalean Festa
Texto: José Saramago - Falsa Democracia

Bloco Bell - Secos & Molhados
- Amor
- Flores Astrais
- Fala
Poesia: Barata - Bocas de Fúria

Conte Comigo - Piloto - Completo

Glenn Hughes - Mistreated (Acustico) - Programa do Ronnie Von
 
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Nem Só de Poesia Vive o Poeta
Solano Trindade

“Nem só de poesia vive o poeta
há o “fim do mês”
o agasalho
a farmácia
a pinga
o tempo ruim, com chuva
alguém nos olhando
policialescamente
De vez em quando
um pouco de poesia
uma conta atrasada
um cobrador exigente
um trabalho mal pago
uma fome
um discurso à moda Ruy
E às vezes uma mulher fazendo carinho
Hoje a lua não é mais dos poetas
Hoje a lua é dos astronautas.”
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F. da P.
Solano Trindade

Amor
um dia farei um poema
como tu queres
dicionário ao lado
um livro de vocabulário
um tratado de métrica
um tratado de rimas
terei todo o cuidado
com os meus versos

Não falarei de negros
de revolução
de nada
que fale do povo
Serei totalmente apolítico
no versejar...

Falarei contritamente de Deus
do presidente da República
como poderes absolutos do homem

Nesse dia, amor

Serei um grande F. da P.

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Não me venha com acusações de estar de algum lado, não tenho a mínima simpatia por quem foi retirado à força do poder em nosso país, e menos ainda por quem usurpou o tal poder. Toda a política é lixo absoluto, em toda minha vida nunca vi nada de realmente belo, louvável, ou transformador surgir de nenhuma iniciativa política. Assisto apenas jogos de interesses visando atender aos desejos de quem detém o poder e de seus financiadores. Sempre foi assim, às vezes de forma mais velada, e noutras vezes de forma descarada, como agora, que após a usurpação tosca do trono, só ouço "medidas" que afetam pessoas de bem. Não vejo nenhuma atitude para minorar o lucro e o poder das megacorporações e multinacionais, dos bancos e hipermilionários, dos políticos e dos demais salafrários. E me pergunto onde está o povo, cadê o gigante que dizem dia desses ter sido acordado. Parece que o tal gigante foi aquietado com dose cavalar de sedativo, entretenimento vagabundo que vai de olimpíadas, passando por faustão e shopping centers, e chegando a pokemon go. (Nas sábias palavras do Ciberpajé, Edgar Franco).

06/09/2016

Rock In Poetry - 08



Hino Nacional Brasileiro Constituição
- Kaleidoscópio
Mike Oldfield's - Tubular Bells
Premiata Forneria Marconi - Celebration
_Barata - Orgasmos Oníricos
Richie Valens - Come On Lets Go
The Drifters - Stand By Me
The Ronettes - Be My Baby
_Gigio Ferreira - (Corto - Contundente)
_ Livro Alex Schaivi
_Thundercats_opening_[HD]
Honest John - Crazy Shoes
Legend - The Destroyer
Five Man Electrical Band - Julianna
_Barata - Merda de Artista
- Manifesto Sem Eira Nem Beira - Prefácio Cassionei
Impacto Social (Cassionei) Minha Arma
CyberJunkies - Kerouak
Renato Pittas & Orquestra Zé Felipe - Nome Escroto
_Augusto dos Anjos (Othon Bastos) Vandalismo (Abertura Laranja Mecânica)
_Jeans_USTOP_(Liberdade)_-_1976
The Who - Pictures Of Lily
The Kinks - Victoria
Supertramp - Give A Little Bit
_Barata - Filósofo ou Poeta?
- (Joe South - Hush)
_Clube da Luta - Mensagem
Kula Shaker - Hush
Billy Joe Royal - Hush (1967)
Gotthard - Hush
_Poesia Etária - Paulo Leminski
Bloco Bell - Camisa de Vênus
Amanhã
O Adventista
Só o Fim
_Barata - O Poeta e a Musa
_ Bloco The Wall - Vera
Pink Floyd - Vera
Vera Lynn - We'll Meet Again
David Gilmour - High Hopes

05/09/2016

Confesso!

Confesso!
Barata Cichetto
Direitos Autorais Registrados

Confesso que não li. A mensagem que deixaste colada na geladeira. Mandada por correio eletrônico. Ou postada em rede social.  Confesso que não li. O livro que me indicaste. A revista tingida de vermelho. Com foto de guerrilheiro. Segurando um fuzil. No Brasil. Confesso que ninguém viu. Confesso que é vil. A bandeira. Do Brasil. Confesso que não entendi. Tua foto de boina e barba de lenhador. De coque, bermuda e tênis sem meia. Confesso que não li. Nem vi. Nem entendi. Tuas palavras de ordem mofadas. E tuas almofadas com foto de terrorista argentino. Confesso que não percebi. Teu olhar de ovelha. Vermelha. Teus dentes quebrados de lobo vesgo. Nem tua cara amassada de sono. De cão sem dono. Confesso que não. Não vi tua imagem na televisão. Borrada de sangue inocente. Quebrando vitrines. Roubando lojas. Pichando estátuas. Quebrando monumentos. Rasgando documentos. Confesso que não entendi. Teus argumentos. Em minha visão não há visão. Nem tesão. E nem vi. O quanto deveria ter visto. Poderia ter visto. Quereria ser visto. Confesso que não li. As teorias que mancharam tuas roupas. As ideologias que esfacelaram teu cérebro. Que embotaram teu coração. Que moeram teus ossos. E o que era nosso, passou a ser deles. O que era vosso foi atirado no lixo. Do banheiro. Companheiro. Não, não me chame companheiro. Nem por dinheiro. Não, confesso que não li. O livro do Galeano. Nem o manual do guerrilheiro urbano. Este ano. Nem no que vem. Confesso que tenho medo. Do que vem. Do que veem. Do que tem. Do que têm. Confesso que não li. O que podia ler. Apenas vi. Confessso que ouvi. Da tua boca. Mesmo sem querer. A defesa louca. De homicidas. Por causa da causa. Por sua causa. Não por causa sua. Confesso que perdi. Com a perda. E com o perdão. Perdi. Confesso que feri. E que fui ferido. Traído. Culpado da traição. Confesso que sofri. Com a tua falta de respeito. A despeito. Daquilo que foi feito. Confesso meu defeito. Confesso meu direito. De ter desfeito. O que era imperfeito. Sujeito. Simples. Composto de paixão. Confesso que foi por compaixão. Confesso que ofendi. A tua ofensa. Defendi. A tua culpa. Mas não tenho desculpa. Confesso que sobrevivi. A traição. A atração. A condição. A maldição. Sobrevivi ao escarro. Ao cigarro. E ao escárnio. Confesso que não recebi. A fatura. Do reconhecimento. Apenas a fartura. Do esquecimento. A fratura. Do rompimento. Confesso que não vendi. Minha alma. Ao Diabo. Nem a Deus. Confesso que não pedi. Um prato de comida. Ou uma bolsa básica. Família. Que humilha. Confesso que temi. Não por temer. Por ninguém, mas por ter medo, mesmo! Confesso que venci. Minha impotência. E tua prepotência. E indecência. Por inocência. Confesso que venci. O que deveria ter perdido. Confesso que perdi. A paciência. A ciência. A consciência. Confesso que sofri. Ao ver barricadas feitas com crianças. Confesso que morri. De morte matada. De desgosto. Em Agosto. 13 e 31. Não por gosto. Nem por aposto. Confesso que li. Confesso que não entendi. Uma linha da tua mensagem. Uma letra dessa bobagem. Mas, coragem. Ainda é tempo. De entendimento. De arrependimento. Confesso que senti. Confesso que menti. Sobre acreditar na tua mentira. Confesso que senti tuas verdades como se fossem minhas mentiras. Confesso que perdi. O presente que te dei. Confesso que não senti. Saudades. Das tuas maldades. De criança. Confesso! Sob tortura. Confesso sob pena. De prisão. De pressão. De depressão. Confesso sob as penas da Lei. E das galinhas. Mas principalmente sob as penas de escrever. Confesso que vi, vivi, li e escrevi. Enfim. Confesso! ... Confesse que não leu. Uma linha do que escrevi!

05/09/2016