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15/10/2019

Aos Poetas Prostitutos

Aos Poetas Prostitutos
Barata Cichetto



Não acredito em putas que não gostam de dinheiro,
E em poetas que chamam aos outros de companheiro.
As que beijam na boca são tão putas quanto bardos,
Que beijam sacos de políticos, sujos sapos barbados.

Não há lugar no puteiro para poetas ideológicos,
Que chupam por dinheiro aos caralhos teológicos.
Cheiram sangue e sugam até as almas dos vampiros,
Depois hasteiam bandeiras nos seus últimos suspiros.

Estou à mercê da corja, malditos ratos do desgosto,
Horda sedenta que roeu toda a carne do meu rosto.
Apagam meu desejo, e matam a míngua a minha lira,
Cortam-me, mas jamais tirarão da minha língua a ira.

Aos poetas prostitutos deixo de herança meu asco,
Mas a minha cabeça jamais penderá a seu carrasco.
E no último sarau, quando saírem as ultimas putas,
Perceberão que foi em vão o sangue das suas lutas.

22/09/2019 © Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

24/09/2019

Putas Não Gostam de Dinheiro

Putas Não Gostam de Dinheiro®
Barata Cichetto


Eu a chamei de puta, e ela disse que não,
- Não sou puta! Gritou batendo na mão.
E depois de chupar-me o pinto uma hora,
Gemeu: - Eu quero dinheiro e quero agora!
Pensei direito, e dei-lhe notas e um cheque;
Ela saiu, comprou novas botas e um leque,
E quando chegou, eu tinha ido ao puteiro:
O meu gosto é por putas, não por dinheiro.

22/09/2019

07/09/2019

Esperando Manuel

Esperando Manuel
Luiz Carlos Cichetto

Meu amigo Manuel chegou de Portugal ontem. Fui esperá-lo no Aeroporto. Ele chegou cansado, mas eufórico, afinal o que eu lhe tinha prometido anos atrás era mesmo para causar euforia. Quando publiquei meu primeiro romance, Manuel foi o primeiro a comprar. Eu era um escritor muito pobre, sem esperanças de publicar, e muito menos de um dia chegar ao patamar aonde cheguei.

Manuel, meu amigo, tinha um sonho, que era participar de um bacanal com doze putas em Paris, e eu prometi que se um dia eu fosse um escritor rico, iríamos os dois até lá, contrataríamos as tais moças e faríamos nossa festa. Fiquei rico como escritor, e nunca esqueci a promessa, que só não foi possível acontecer da forma como sonháramos pelo fato de que Paris não existe mais. Foi tomada por islâmicos e depois incendiada, sob s aplausos dos comunistas franceses. Ele não quis que fosse em Portugal, pois é amante da cultura brasileira, embora eu insistisse com ele que a cultura que ele tanto admira também não existe mais, pois tudo foi tomado pelos comunistas brasileiros em uma estranha união com os neo-pentecostais. 

Saímos do Aeroporto, onde o topo da torre de controle ostenta o logotipo do governo, que é uma foice e uma cruz - não sei bem se é uma cruz ou uma espada, pois deve ter sido proposital o desenho estilizado para confundir - E atravessamos várias avenidas, onde tremulam bandeiras vermelhas com esse símbolo, e nos dirigimos para o Hotel Stalin, onde eu tinha feito reserva para o bacanal. As doze putas já deviam ter chegado. Todos os prédios governamentais tinham nomes de ditadores comunistas ou de pastores evangélicos. 

O recepcionista, que tinha barba, dois seios enormes, ancas largas e músculos aparentes, usava um cabelo de todas as cores do arco-íris e deu um murro no balcão. Eu não tinha de fato reserva, aliás, nem me conhecia, meu nome não constava entre as pessoas autorizadas a usar o Hotel, já que minha pontuação era baixa demais por proferir criticas ao Governo. Ainda tentei ponderar que eu era um escritor rico, e que tinha dinheiro para pagar o quarto e as putas. Ele disse que putas não me eram autorizadas, e que elas eram exclusivas aos membros do Partido ou do Templo.

Nervoso, Manuel ameaçou um escândalo, mas eu o contive. Eu era um escritor rico e poderia pagar por outras putas. Andamos horas por avenidas como a Edir Macedo e Lula da Silva, entramos por vielas escuras com nomes como Geisi Arruda, Manuela D'Ávila e Sônia Hernandes. Estavam desertas, cheiravam a urina e todas as paredes dos imóveis estavam pichadas. Não encontramos nenhuma puta. Deviam estar todas ocupadas bordando as fardas dos valorosos soldados brasileiros que tinham sido mandados à Venezuela lutar pela liberdade da América Latina, numa guerra que se estende desde que Maduro morreu aos 108 anos, e deixou em seu lugar um filho bastardo que teve com uma brasileira.

Meu amigo Manuel ficou triste. E eu também. Há dez anos esperamos por aquele momento. Não iríamos ter nosso bacanal, nenhuma puta e nenhuma celebração. Levei-o de volta ao Aeroporto. Ele embarcou triste e eu voltei para meu quartinho nos fundos de uma casa caindo aos pedaços, ocupada por traficantes armados, que também ostentam o símbolo do governo na porta. Agora são declaradamente amigos, já que a guerra que eles supostamente travavam era apenas um disfarce.

Eu contei que era um escritor rico, mas não disse que tinha dinheiro. Todo dia vou ao Aeroporto imaginando que vou esperar meu amigo Manuel, que nem sei mais se está vivo, já que todas as nossas comunicações foram cortadas depois de que o Facebook, propriedade do Presidente dos Estados Unidos, da ONU e da OEA, Mark Zuckemberg declarou guerra a todos os que se opunham, e bloqueou não apenas a rede, como toda a Internet e as comunicações. Sou um escritor rico, pois ainda escrevo coisas que ninguém lê, por não poder nem querer, e minha riqueza são apenas pilhas de papel empoeirado numa estante de tábuas de construção.

07/09/2019

01/09/2019

Habeas Corpus

"Que tenhas o corpo", disse a advogada, em latim. E eu, usando de minhas prerrogativas pessoais prontamente, garantindo assim seus direitos individuais a possuí, sem abuso de poder e sem coação, dentro da legalidade. A cláusula pétrea do prazer, que garante a qualquer pessoa física  o direito de ir e vir, e também o direito de foder com quem e quando quiser é parte da declaração universal dos direitos humanos. Sem emenda, sem votação. Tesão não é democracia, é ditadura, eu disse a ela. E então a doutora me prendeu. Na cama. E me algemou. Na cadeira. E eu lhe disse: "que tenhas o corpo". E ela, com violência e abusando de sua autoridade e de seu diploma de safada me chupou. Apelei. Implorei por justiça. Por igualdade de direitos. Ela acatou meu pedido. Deferiu e levantou a saia: penetrei-lhe o rabo com base em toda a jurisprudência que eu tinha nesses casos. Ela disse: eu protesto, senhor Juiz. E eu disse: não sou juiz, sou Luiz. E sou inimputável, de acordo com lei de diretrizes das meretrizes. Ela apelou ao estado de necessidade, ao perdão judicial. E eu então lhe disse: perante a Lei todos são iguais, então gozemos juntos antes de terminar este tribunal. Aleguemos legítima defesa, e na reincidência, motivos de consciência. Sem dolo e sem perdão. Consumado está. E agora, nos resta apenas vestir nossas roupas e sair. Lá fora há uma penitenciária nos esperando, condenados que fomos por crime continuado. Hediondo. Culposo.

22/08/2019

07/08/2019

As (4) Filhas da Fantasia

As (4) Filhas da Fantasia
Barata Cichetto


Um dia o poeta encontrou uma bela,
E que era conhecida ali por Fantasia.
Mas o homem não sabia que era ela,
E tolamente ele a chamou de Poesia.

Outro dia o poeta encontrou uma puta,
Que também era chamada de Fantasia.
E ele também não sabia que era astuta,
E também chamou a piranha de Poesia.

Houve outro em que encontrou uma santa,
Na cidade também conhecida por Fantasia.
Mas também não conhecia a tal sacripanta,
E também a ela chamou pelo nome Poesia.

E no fim o tal poeta descobriu uma morta,
Que no local também se diziam ser Fantasia,
Mas ele, sempre ingênuo, abriu-lhe a porta,
E jamais o poeta chamou alguém de Poesia.

06/08/2019

04/08/2019

Cristo na Piscina Com Doze Putas

Cristo na Piscina Com Doze Putas
Barata Cichetto
Ao Amigo Carlos Manuel

Queria ser como Jim Morrison, morrer em Paris, afogado numa banheira. Queria morrer num bacanal, em Lisboa com doze putas numa piscina cheia de champagne, proclamando igual um cristo meu evangelho da sacanagem. Apóstolas apóstatas bebendo do meu vinho, comendo do meu pão, e fodendo até eu morrer, afogado em meu próprio gozo. E depois elas sairiam pelo mundo, pregando minha palavra, em poemas sacanas como de Bocage. Queria morrer na Europa, em qualquer lugar, que não fosse em Moscou, com suas putas secas de pernas longas e cérebros de minhoca. Podia ser em Roma, a eterna cidade de Fellini e de Sophia, ou até mesmo em Madrid, na terra de Dali, o anarco monaquista, me fingindo de artista Queria morrer longe daqui, onde fui sentenciado, mas nunca declarado morto, nem sepultado. Em Paris a meia noite, com Agnes filmando a tragédia. E a comédia. E transformando minha morte num falso documentário. Eu compraria um tumulo no Cemitério do Père-Lachaise, ao lado de Proust e Wilde, ou no Montparnasse onde seria enterrado na mesma terra de Baudelaire. E as doze putas iriam me visitar, depositar flores e roubar meu corpo da sepultura, gritando aleluia, ressurreição. E depois cantariam a Marselhessa em ritmo de Rock and Roll dançando peladas debaixo da Torre Eiffel, que cairia com o peso do pecado. Queria morrer lendo minha poesia no palco do Moulin Rouge, com as doze putas me beijando e jurando por algum deus, que são apenas meus os pecados das cadelas. Postar a mesa e no meio da ceia, perguntar qual delas irá me trair, com algum comunista anão, por trinta moedas, e todas elas se levantariam e ergueriam a mão. Queria morrer, batendo punheta na esquina mais sórdida de Lisboa, de Paris ou de Madrid. Ou sendo chupado por alguma matrona de tetas grandes nos becos imundos de Roma. Tenho uma morte anunciada, organizada e denunciada e não encontro as palavras para escrever o que sinto, enquanto meu pinto repousa nas minhas calças, sem nenhuma dançarina de cancan, nenhuma puta dos Bálcãs ou quaisquer megeras pagãs para chupar. Queria morrer em Berlin, violentando o muro de verde. E as doze putas chupando meu pau no caixão, enquanto uma orquestra toca "O Crepúsculo dos Deuses". "Du hast?" eu perguntaria a todas elas. E jamais saberia a resposta. Queria morrer em qualquer lugar, que fosse longe o suficiente de mim, mas perto de doze putas apóstolas de um evangelho profano. Mas morro, nas esquinas de uma cidade morta, no hemisfério sul de lugar nenhum. "I'm finally dead."

03/08/2019 

28/07/2019

Toda Poesia Que Eu Pude Carregar 1978-2015

Toda Poesia Que Eu Pude Carregar 1978-2015
Barata Cichetto
37 Anos de Poesia em Um Único Arquivo Digital Grátis

"Toda Poesia Que Eu Pude Carregar", reúne todos os poemas escritos por Barata Cichetto, seja com esse nome literário, ou como "Carlos Cichetto" como constava na capa do meu primeiro livro, mimeografado, lançado em 1981, chamado "Arquiloco (lê-se aquíloco. Nome de um poeta-soldado grego da antiguidade). Com exceção desse, e de "Cohena Vive!", lançado pela Multifoco do RJ, todos os outros 13 foram editados e artesanalmente e lançados pelo projeto próprio chamado "Editor'A Barata Artesanal". 
São quase mil poemas e mais de mil páginas, onde o sexo, poesia e o Rock são tratados de forma filosófica, num profundo mergulho aos subterrâneos da mente humana.
Escatológico, verborrágico, tenso e muitas vezes cruel, a poesia de Barata nunca alcançou grande número de leitores, e entre os motivos, como afirmam alguns, por colocar o leitor de frente a um espelho; ou mais que isso, já que no espelho a imagem é invertida, mas na poesia honesta, cristalina e profundamente pornográfica de Barata Cichetto, não é o reflexo, mas a verdadeira face tanto do autor quanto do leitor. E enxergar a nós mesmos, como meras criaturas moralmente deformadas, com segredos e medos, expostos como sangue e vísceras, é realmente um tanto assustador.
A presente coletânea foi editada com exclusividade para o projeto Internet Archive, e todo seu conteúdo foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional. A publicação, desde que mantida autoria, é livre, de acordo com os critérios da Creative Commons, mas vedado qualquer uso de forma comercial, sem a participação do autor.
Com este, são dezessete (17) livros de a minha autoria e edição que coloco à disposição gratuitamente.

28/07/2019

10/07/2019

Que Venham as Putas!

Que Venham as Putas!
Luiz Carlos Cichetto

Quero acordar de manhã tossindo e peidando. Fumar quatro maços de cigarros por dia, beber todas as cervejas que existem e depois bater cabeça ao som do bom e velho (ou novo) Rock'n'Roll. A liberdade é minha e eu a conquistei. Sou Barata e não barata, sou anjo, rebelde e torto, solto principalmente. Minhas asas não carregam ao céu nem ao inferno, porque como disse, estou livre. Não prendam minhas asas, não amarrem meus pulsos. Deixem minhas pernas caminharem até onde eu quero. O destino é meu e de nenhuma bruxa. Não quero dizer eu amo, porque não retrata meu ser. Quero peidar sem censura e andar sem frescura. Acordar e tomar café na padaria, andar as cinco da manhã falando com os mendigos do centro da cidade. Quero beber até cair, cair até beber. Beber com as putas, beber, beber... E dai, que alguém tem com isso? Depois de cinquenta anos minha vida é minha e não quero mais tomar conta de ninguém. Cada um que tome conta da sua própria existência. Não sou professor nem padre. Deixem rolar as pedras, Keep The Rolling Stones, Meet The Beatles e Purple haze into my brain. Não caio em buracos porque aprendi a andar pelas calçadas, minhas pernas estão soltas e minhas botas gastaram os saltos de tanto eu pisar em pedras. Mas as putas ainda gozam e bebem comigo. Acreditam em putas que gozam? Eu também! Apenas não acredito é em anjos, porque anjos não gozam... Nem fingem. Quero putas e desejos alados, pés bonitos e olhares lânguidos. Cansei de olhares cansados e que imploram por dinheiro e misericórdia. Freiras e putas estão perdidas. E daí? Quero transar com todas! Ontem bebi até cair e quase não acho o caminho de volta... Mas nem sempre quero voltar. Voltar para onde, se eu nunca sai? Deixa de frescura, que eu não gosto de beijo na boca. Gosto mesmo é de chupar bucetas de putas. Eu não posso recolher seus cacos porque ainda nem acabei de recolher os meus. Não quero mais caminhar carregando pedras. Desliguei o telefone, aliás arranquei o fio. Rasga meu número, esquece o endereço. Eu não moro em lugar nenhum nem com ninguém. Não quero magoar ninguém então prefiro estar só. Moro dentro de mim e entro dentro de você apenas para ver seu coração e o sangue que corre em suas artérias. O mundo é uma buceta quente e melada e eu quero me enfiar nele. Até o pescoço, quero chupar feito manga até o caroço. Oh, minha querida, apaga as luzes que estou de ressaca e a lua incomoda. Desliga o botão e apaga o sol. Quero dormir até mais tarde hoje. À noite todos os gatos são pardos e todas as gatas estão no cio. As cadelas gemem de tesão e eu quero mesmo dançar Rock'n'Roll. Let it bleed. Eu não sangro mais porque não quero. Dor nem sei mais o que é, do mesmo jeito que saudade. Saudade, falam, existe apenas na língua portuguesa. Então inglesas não sentem saudade? Austríacas não sentem saudades? Que estranho! Nem eu, que sou o mundo sinto saudades. Saudades? Apenas do cigarro que acabei de apagar no cinzeiro. E da garrafa de Cynar que acabei de tomar. Daquela putinha que fodi ontem naquele puteiro cheirando a mijo e incenso barato também. Meus cabelos estão longos e minha paciência curta. Não tenho idade para ter paciência. Paciência é coisa de velhos, por mais paradoxal que isso possa parecer. Acorda, que eu tive um pesadelo anteontem, uma noite em que eu não consegui dormir, porque a lua não deixou. Abriram um buraco no meu peito por onde quiseram entrar, mas eu eu tapei rapidinho, com o asfalto que sobrou. Minha barriga ronca mas eu não quero comer agora. Não gosto de comer sozinho e então prefiro não comer. Tomo outro gole de café gelado porque estou com preguiça de esquentar. Porque chegastes chegando e ai foi falando em paixão? Eu não quero! Por um momento acreditei que poderia querer outra paixão, mas tenho que continuar afirmando: amor? Nem de mãe. Porque eu sei que apenas a dor carrega à sabedoria e quero apenas saber com quantos paus se faz uma canoa. Quero construir minha canoa e atravessar o rio até a outra margem, onde putinhas de dezoito anos esperam para chupar meu pau. E o rio é feito de Cynar. Até lá, quero estar em qualquer lugar e acordar onde quiser. Tem uma puta que gosta que eu a chupe, então... Um monte de livros ainda precisam ser lidos e eu nem sei por onde começar. Parece que foi ontem e a semana que vem ainda nem começou. Fui dormir cedo porque enchi a lata, até a tampa... Então não ligue que estou pelado e bêbado. Até qualquer hora onde a estrada poderá carregar. "Bêbados não marcham" e eu nem quero marchar. Soldados são tristes e as putas são alegres. Então que venham as putas!

11/5/2007

Coçar a Cicatriz, Xingar a Meretriz e Sonhar Com a Imperatriz

Coçar a Cicatriz, Xingar a Meretriz e Sonhar Com a Imperatriz
Luiz Carlos Cichetto

Au Salon de la rue des Moulins - Henri de Toulouse-Lautrec

Queria mesmo deixar de falar sobre a ferida que teima em doer, da falta do remédio e da falta de destino, mas o que consigo apenas coçar a cicatriz, xingar a meretriz e sonhar com a imperatriz. É difícil pensar sem sentir dor, difícil chorar sem lágrimas, difícil é perceber que não existe um caminho. Quebrei meus óculos e agora não consigo enxergar um palmo adiante de meu nariz. Que importância tem isso pra quem da vida ainda é aprendiz? Onde minha verdade me levará? Bem mais longe que suas mentiras! Deixei uma porção de sonhos enrolados em papel de seda, dentro de uma caixa de madeira que eu mesmo construí, além de um colchão e de um fogão. Pouco importa onde deitar e que camas que esquentar, porque estou congelando no Inferno. Mas porque então tenho uma tristeza infinita, o coração apertado que não sei quando é saudade e quando é ódio? O ócio causa o ódio e eu nem sei até que esquina eu chego sem tropeçar. Há bêbados e putas demais nas ruas e as estrelas não tem graça nenhuma. Preciso de uma eternidade, quero a humanidade, sei que estou perdido e o caminho é comprido até o fim. Pedras esparramadas, hematitas, navalhas e relógios. Então, conto um conto e não aumento um ponto. A que ponto chegamos? A que ponto chegamos! Ao ponto final, de exclamação, de interrogação eterna. Pontos, reticências, acentos. Sem aspas nem caspas, apenas cabelos pintados da cor do Inferno. Andar é caminhar e não sei ficar parado. E eu, que  nunca entrei num motel. Foder é bom, transar melhor, mas o ideal é fazer amor. Tem mulheres que gostam de dar e se acham liberadas, mas elas gostam apenas de dar então são apenas putas. Não gostam mesmo de sexo, nem de homem, gostam de dar. Mulheres de verdade gostam de dar... E de receber... De doar, não apenas dar. Boca suja, cala a boca e abre as pernas, sua piranha! Putas não gostam de sexo, gostam de dinheiro. Então onde estão as mulheres de verdade? Trepar, transar, meter, foder... Tudo isso tem que ser uma troca de desejos, de líquidos, sólidos e gasosos. Não apenas de dar... E receber... Dinheiro ou coisas de volta. Onde é que está meu Rock'n'Roll??? Existem as putas, as fêmeas e as mulheres. As putas gostam de dar e tem orgulho disso, apenas dar a buceta e receber sempre algo em troca, de favores a dinheiro, de suporte de carência a remédios; de documentos de posse a posses de documentos, incluindo ai certidão de casamento. As fêmeas também gostam de dar não apenas dar a buceta, mas dar carinho, paixão; mas termina no sexo a relação; apenas satisfazem uma necessidade fisiológica. E sabem suportar melhor a dor... Dos outros... Mas existem por fim as mulheres... Uma espécie animal em extinção, pois gosta de dar a buceta, mas também de chupar, de ser chupada, de gozar e fazer gozar, mas também está pronta para a dor em comum e que consegue gritar tanto de prazer quando de espanto, que segura tão bem uma espada quanto segura um pinto; que segura tão bem a barra de ser companheira e guerreira. Onde andam as mulheres? Não sei! As putas e as fêmeas eu conheço bem. Onde andam as mulheres? As mulheres podem ou não ter tatuagem, possa ou não usar piercings, saias curtas, botas e estereótipos de putas e fêmeas, mas precisam ser mulheres, não apenas putas ou fêmeas. Precisam sim gostar de sexo e de dinheiro, mas não podem ser escravas do desejo e da cobiça. Rainhas não existem ou são caras, putas são caras, fêmeas são caras, mas mulheres de verdade são baratas. Peco por falar, pecados do calar, emudeço quando tenho sede, morri na beira de um poço, mas ah, seu moço, deixa eu morrer em paz que ainda tenho um caminho comprido a percorrer. Tenho dois livros a ler e outros tantos que não consigo entender. Nunca entendi os poetas nem as mulheres, são todos fingidos e mentirosos. Quando eu acordei ontem tinha uma dor nas pernas e nem conseguia andar. Não existe remédio que faça um morto caminhar. Acordo? Nem quero, é melhor dormir e ter pesadelos. Quero uma navalha, cortar minha jugular, deixar meu sangue escorrer, porque sem sangue não sinto dor, não sinto nada, não sinto saudades daquilo que não posso sentir. Saudades da dor, pobre poeta idiota! Acreditastes que ao falar era com sua alma, não com sua buceta! Acreditastes nas outras vidas quando é nesta que tens que acreditar, seu inútil! Papagaios e cadeiras de balanço... Bobagem! Abandonastes sua arte em troco de uma buceta??? Burro! A arte lhe dará tantas bucetas quantas puderes foder! Ou não! Mas de qualquer forma sua arte é uma grande buceta cabeluda, gostosa e cheirosa... Buceta de puta... Gratuita que não lhe faz pagar por um prazer que é só dela. Acorda, portanto e segure seu pinto, bem duro e bem tesudo. Anjos tem asas, mas galinhas também tem! Nunca confire em paixão de putas, putas mentem, e quem mente também rouba, esta era a filosofia da mãe de Ray, Charles. Real filosofia. Deixa eu escutar Miles Davis, chorar até secar e depois espetar um palito de churrasco na jugular. Segunda-feira é dia de trabalho, seu imbecil, deixa de lamento e pega uma picareta. Arte não é trabalho, arte é vagabundagem, lembra o que a professora lhe falou. Chutaram seu rabo, não é, Poeta Idiota! Então deixe de ser idiota, ou deixe de ser poeta, o que é a mesma coisa. Putas são frias, geladas e usurárias, não acredite em seus gritos de paixão. Ninguém reconhece um artista, nem um pedreiro, mas pedreiros constroem casas e casas dão prazer. Então um pedreiro constrói o prazer? A luta é dura e meu pau agora amoleceu. Não como mais nenhuma puta sem dinheiro. O preço das honestas é muito maior. Caras putas, caríssimas honestas. Deixa estar que um dia eu lhe compro um par de brincos de ouro, um anel solitário e outra navalha. Atende o telefone, que é seu cafetão. Atende o celular que é alguém querendo lhe alugar. Desabafa então comigo sobre o que é ser puta e eu lhe desabafo sobre o que é morrer. Ambos estamos mortos, a diferença é que sei do que se trata morrer. Sei o preço das coisas. Deixe então de ficar procurando o gozo das putas e encontre o seu, Poeta dos Infernos! As putas te seguirão, Poeta das Perdidas! Encontre seu caminho, e faça com que ele seja apenas seu! O que é seu lhe pertence, por direito e de fato. Crie seus próprios vaticínios, crie seu próprio destino. É seu e de ninguém mais. Para ser forte não é preciso carregar ninguém nas costas. Fui!!!

10/5/2009

10/08/2012

Pornitologia


"PORNITOLOGIA é o ramo da biologia que se dedica ao estudo das PUTAS a partir de sua distribuição na superfície do globo, das condições e peculiaridades de seu meio, costumes e modo de vida, de sua organização e dos caracteres que as distinguem umas das outras, para classificá-las em espécies, gêneros e famílias.

A PORNITOLOGIA é uma das poucas ciências beneficiadas por importantes contribuições de amadores. E, embora muitas informações provenham de observação direta, algumas áreas da PORNITOLOGIA tiram proveito de técnicas e instrumentos modernos como anilhamento de PUTAS (PT: anilhagem de PUTAS), radar e radiotelemetria."


A definição acima, da PORNITOLOGIA foi criada por Luiz Carlos Barata Cichetto apenas com a subtituição de "AVES" por "Putas" e do acréscimo da letra "P" no inicio da palavra original, no texto da Wikipedia. O objetivo foi o de criar um termo que definisse um tratado que o autor desenvolve e que compara as putas às aves por suas caracteristicas similares.

Putas e Poetas
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

Sabem o que eu quero? Quero ler poemas para doces putas sonolentas
Às três e meia da madrugada e prontas a serem comidas feito polentas
Com putas tristes e com alegria falsa de batom borrando rostos pintados
Putas, apenas as putas tristes entendem poesias de poetas requintados.
Sabem o que eu quero? Pagar bebidas àquelas putas de tingidos cabelos
Depois escutar lamúrias e choramingos, escutar desejos e duros apelos
Putas baratas têm caros desejos e putas baratas não são putas apenas
Apenas baratas não têm desejos, apenas baratas e mulheres de Atenas.
Sabem o que eu quero? Quero despencar sobre as camas daquelas putas
Falar sobre minha dor e falta de tesão, conhecer suas armas e suas lutas
Saber dos porcos que as comem feito lavagem ou que as amam feito tio
Conhecer o caudal de sorrisos, deixar escorrer a tristeza em caudaloso rio.
Sabem o que eu quero? Pagar o preço das putas por orgasmos fingidos
Tão falsos quanto a sua dor, suas histórias e seus loiros cabelos tingidos
Quero da quentura da buceta que acabou de ser usada em outras camas
Mas prefiro o orgasmo do aplauso falso, que ao silêncio de outras damas.
2/12/2006