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28/04/2015

Devassa da Freeway

Devassa da Freeway
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"The eyes that just stare, and a glance at the clock
And the secret that burns, and the pain that won't stop
And it's fuel is the years / Leading me on..." - Robert Plant - Big Log


Há uma devassa na estrada, uma barata tatuada nos seios
E são dela meus desejos, da barata é que são meus receios
Nos olhos a vontade de ser e no corpo a liberdade de viver
E somente baratas na estrada conhecem o que é sobreviver.

A devassa na estrada, cervejas, motocicletas e nada de gozo
E eu que apenas ejaculo poesias, algo que é muito perigoso
Mas a estrada é do perigo como o desejo da poesia a ignição
Então acendo o farol, e acelero com vontade em sua direção.

Na estrada há poesia, na devassa versos sem métrica e rima
E em universos paralelos, as vias secundarias da autoestima
Pois então devasso inteiro seu pudor, um poeta a seu dispor
Imaginando loucuras que nem sua imaginação poderia supor.

Mas se há uma devassa na estrada, ela então será intensa
E a barata nos seus seios, a minha sofisticada recompensa
Nos desenhos secretos das coxas e nos retalhos acetinados
Guardo seus segredos escuros em poemas mal alimentados.

O desejo é uma motocicleta veloz correndo na estrada escura
Perigosa via, de mão única que se trafega de forma insegura
E quando não há destino nem retorno, que se siga em frente
Até que a luz se faça ou que lhe surja um caminho diferente.

Acelerar na estrada escura, perigos nos caminhos do prazer
Na perigosa sina do asfalto que aos delírios pode nos trazer
E não há medo ou vergonha na estrada, apenas desejo puro
Decerto estrada não é lugar para quem tem medo de escuro.

Não cale o rugido do motor a gritar dentro da madrugada
Rompendo a manhã serena como tiros de uma espingarda
Veja com meus olhos, não há como enxergar o que te cega
E se a claridade te ofuscar mire a escuridão que te renega.

Na estrada existe uma demônia e na rua um anjo mijando
E sua urina é tão pura quanto a bunda que estou beijando
Barata nos peitos, na bunda coração em formato de flecha
E na rua vadios quebram copos num bar que nunca fecha.

Se desejar não é permitido, pois que me chegue a inspiração
E se não gozo escrevo e se não faço falta o ar da respiração
Escrever é gozar de pau duro sobre folhas púbicas sem pelos
Pois ejaculo poemas em folhas de papel sem eróticos apelos.

Há uma devassa em minha poesia, e devasso suas entranhas
Rompo a estrada negra, bebo a saúde de criaturas estranhas
E me entrego à saudade perdida em alguma companhia fútil
Sabendo que todo prazer é vil e toda companhia tanto inútil.

Ligo meu motor, deixando escorrer a estrada debaixo de mim
Não há estrada por onde chegar longe, estradas são meu fim
Mas se corre meu tempo, não há o que temer senão o morrer
E se a estrada me leva apenas a esquina, não há como correr.

Guardo minhas palavras agora, meu tesão oculto e suprimido
Nada há que não se possa esquecer depois de um comprimido
Mas se na devassidão da estrada e se o ronco do motor rugir
Saibas que a imensidão da poesia é um bom lugar para fugir.


28/04/2015