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03/10/2015

Madame X - À Sombra de Uma Morta-Viva - Release

Madame X - À Sombra de Uma Morta-Viva
Barata Cichetto / Amyr Cantusio Jr.
Opera Rock - 2015



Pela terceira oportunidade, o poeta e artesão de livros Barata Cichetto e o músico e compositor Amyr Cantusio Jr. se unem para criar uma Ópera Rock. A primeira foi em 2010, com "Vitória, ou a Filha de Adão e Eva", que contava a trajetória de uma mulher que, fruto de um estupro, nasceu num bordel e alcançou fama e fortuna. Já a segunda, criada em 2013, era uma distopia que relatava um futuro onde uma ditadura transforma todas as pessoas em seres amorfos, sem identidade ou personalidade, desprezando qualquer traço de individualidade.

Agora, em 2015, esses dois irrequietos criadores lançam mais um trabalho absolutamente inédito, tratando de um tema altamente complexo, no campo da psiquiatria. O enredo é baseado na história de uma mulher francesa de 43 anos que foi acometida por uma rara síndrome de fundo psicológico. Ela acreditava estar morta, não reagia a estímulos exteriores e também que seus órgãos internos estavam em estado de putrefação. Também se dizia sem cérebro, nervos ou entranhas, e era só pele e ossos, mas acreditava que viveria para sempre. O primeiro diagnóstico foi feito pelo médico Jules Cotard, em 1880, e ainda hoje são raros. A paciente foi apenas designada por Mademoiselle X.

Após uma casual descoberta da existência da doença, na Internet, durante mais um ano Barata pesquisou sobre o assunto, buscando se familiarizar e encontrar maiores informações sobre a doença. E quando surgiu a ideia de um novo trabalho conjunto, o tema já estava pronto para ser escrito. Entretanto, desta vez, o processo de trabalho ocorreu de forma diferente: nas anteriores, os textos e conceito eram escritos e entregues a Amyr, que criava as musicas, melodias e efeitos sonoros. Mas agora muitos dos temas instrumentais foram criados antes, ou durante o processo de escrita, o que culminou com um trabalho mais encorpado e coeso. Além disso, o tema central, que é a Síndrome de Cotard, é bastante familiar ao músico, que também é psicanalista.

Outro fator convergente na criação de "Madame X - À Sombra de Uma Morta-Viva", foi que, logo no início dos trabalhos de criação, Barata encontra pelo Facebook com a cantora e poeta mineira Liz Franco e a convida para participar. A principio seria uma opera onde todos os textos seriam apenas recitados, mas Liz passou a criar as melodias e cantar os temas a ela consagrados, interpretando magistralmente a personagem principal. Dois outros, em dueto, também contou com sua participação.

Ademais, nesse trabalho, também conta com a participação do guitarrista da banda Poolsar Adilson Oliveira, e do artista transmídia e mestre em arte Edgar Franco. Os quadros usados nas bases da arte de capa, são da artista gaúcha Nua Estrela.

Ao contar a história de Madame X, com diálogos inspirados nos relatos documentos do caso, os autores esperam que o ouvinte/leitor, consiga não apenas penetrar no universo de um cotardizado, uma síndrome rara e pouco difundida, mas também refletir sobre o modelo de vida atual, numa era onde a humanidade, escrava da tecnologia e do desejo por bens materiais, se desfaz perigosamente de todos os sentidos e sentimentos que representam de fato a existência humana, cada vez mais dependente de drogas de todas as formas, numa fuga de si mesmos. Sem chegar a lugar nenhum, a não serem transformados em mortos-vivos.

Ficha Técnica

Luiz Carlos Barata Cichetto: Concepção, Letras, Arte e Direção Geral
Amyr Cantusio Jr.: Sintetizadores, Organ, Piano, Vocal, Baixo, Bateria, Composição e Orquestrações.

Participação:
Liz Franco: Voz e Melodia em Madame X e Ultima Ratio; voz em Entrevista Com Uma Morta e Dulias:; Adilson Oliveira, Guitarra em Rock Festiva; Edgar Franco: Voz em Eletrochoque; Nua Estrela, Quadros da capa e encarte.

Gravado no Studio Alpha III, Campinas, SP, em Setembro/Outubro 2015

Faixas:
1. Overture
2. Madame X
3. Nihilistic Delusions
4. Dr. Cotard
5. Entrevista Com Uma Morta
6. Intermezzo
7. Rock Festival (Vermes Rock Band)
8. Thanatophilia
9. Eletrochoque
10. Dulias
11. Trepanação
12. Furor Curandis
13. Ultima Ratio
14. Grand Finale

Formato: CD
Duração Total:
Encarte 24 Páginas
Tamanho DVD (13 X 19 cm)
Informações: (11) 9 6358-9727

Madame X - À Sombra de Uma Morta-Viva - Crowdfunding

Madame X - À Sombra de Uma Morta-Viva
Ópera Rock
Amyr Cantusio Jr. - Barata Cichetto

Crowdfunding Via Kickante Para Arrecadação de Verba Para Produção do CD
http://www.kickante.com.br/campanhas/producao-do-cd-da-opera-rock-madame-x-sombra-de-uma-morta-viva


Em 2010, realizei o objetivo de mais de trinta anos, que era o de criar uma Ópera Rock. Compus o enredo, escrevi todas as letras e o conceito. Mas não tinha o principal, que era a musica. Foi nesse momento que conheci o genial músico Amyr Cantusio Jr., que além de compor a maior parte dos temas, fez toda a produção musical. Assim nasceu Vitória. Quatro anos depois, mais uma ideia de um disco conceitual, E aconteceu da mesma forma. E assim nasceu 2332: Seren Goch. Mas em ambas, o processo de produção foi o mesmo: eu criava os textos e conceitos e Amyr, depois de tudo pronto, musicava. Desta vez, com este trabalho, o processo foi um pouco diferente, pois o desejo de criar uma obra foi mútuo e simultâneo. Eu tinha o tema e alguns rascunhos mentais sobre personagens e textos. E Amyr saiu na frente, compondo boa parte os temas musicais, que me serviram de base e inspiração para a escrita. Além disso, o tema central, que é a Síndrome de Cotard, também lhe é familiar, tendo ele formação em psicanálise. Ademais, neste trabalho, pudemos contar com a participação de talentosos amigos, como a cantora mineira Liz Franco, o guitarrista Adilson Oliveira, o e do sempre parceiro e artista transmídia Edgar Franco. Além da arte de capa, com quadros da artista gaúcha Nua Estrela. Espero que os ouvinte/leitor consiga penetrar no universo de um cotardizado, uma síndrome rara e pouco difundida. A história contada é baseada nos relatos do próprio Dr. Jules Cotard e do caso com o qual ele descobriu essa doença, de uma paciente identificada apenas como Mademoiselle X, a nossa Madame X.

Até o momento, sempre lançamos nossas trabalhos de forma independente, bancando os custos, mas sempre com limitações que acabavam influindo não no resultado artístico, mas no produto final apresentado, já que sempre fazíamos com CDRs, em produção muito limitada. Desta feita, com uma obra realmente de impacto, que mexe com o universo de uma séria e rara síndrome de cunho psiquiátrico e com uma produção mais apurada, decidimos pedir apoio aos amigos para viabilizar uma campanha para que possamos lançar em CDs prensados, com acabamento gráfico superior, embora ainda mantendo a base do sistema artesanal para todo o processo de montagem do produto final. Serão lançados 300 CDs, numerados, com um encarte de 24 páginas em um "digipack" tamanho DVD. O valor divulgado, abaixo detalhado, será usado para a produção desse material.

Embora tenhamos uma situação caótica, especialmente na área de cultura e arte, eu, Barata Cichetto, e meu parceiro, Amyr Cantusio Jr., prosseguimos com perseverança em criar trabalhos musicais e poéticos de alta qualidade e não admitimos qualquer espécie de ligação com qualquer forma de governo, sob a forma de nenhuma lei. Nosso trabalho é independente e livre. E para continuar assim, contamos com pessoas que comunguem dos mesmos objetivos. Temos uma trajetória de mais de quarenta anos, cada um em sua área de atuação, com dezenas de livros e discos feitos, e sem nunca aceitar jogos de poder, que nos corrompe e fere de morte. Contamos contigo!

Custos Detalhados:
- Impressão da Capa do Digipack R$    900,00
- Impressão Capa Encarte R$   700,00
- Mão de Obra Confecção Digipack R$ 1.500,00
- Estudio R$ 1.500,00
- Prensagem dos CDs R$ 1.400,00
- Despesas de Divulgação e Outras R$    500,00

- Total do Projeto R$ 6.500,00
Recompensas:

- Contribuições de R$ 20,00 1 CD
- Contribuições de R$ 50,00 1 CD + 1 Camiseta Exclusiva
- Contribuições de R$ 100,00 2 CDs + 1 Camiseta + 1 Livro Barata Cichetto + 1 CD Alpha III
- Contribuições de R$ 500,00 10 CDs + 3 Camisetas  + 1 Livro Barata Cichetto + 1 CD Alpha III + 1 Tela de Amyr Cantusio Jr.
- Contribuições de R$ 1.000,00 20 CDs + 5 Camisetas  + 1 Livro Barata Cichetto + 1 CD Alpha III + 1 Tela de Amyr Cantusio Jr.

Importante: Todos os amigos que contribuírem acima de R$ 50,00, terão seus nomes estampados na contracapa do CD.  Os contribuidores com 500,00 e 1.000,00 terão seus nomes em destaque, no topo, ou logos de suas empresas, estampados.
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17/08/2015

Hypnos, Amyr Cantuiso Jr.

Hypnos
Amyr Cantusio Jr.
(16 de Agosto de 2015 - Teatro Interno da Concha Acústica - Campinas - SP)


Domingo é dia de muitas coisas. Arrumar a casa é uma delas. Ah, escutar musica, cuidar das plantas, dar banho em cachorros, tomar cerveja no boteco da esquina, de bermuda e chinelo. Depois, comer macarronada e .. Dormir. É. Um típico domingo paulistano, de típicos brasileiros, que trabalham a semana inteira.. Mas....

Mas quando a gente é "Do Rock", todas as coisas típicas deixam de ser. Passam a ser atípicas, fora do contexto. Fora de ordem. Caos. enfim. O Rock é assim. Mesmo.

No domingo de Inverno, quente além da conta, de São Paulo, em meio de um Agosto também inteiramente quente, contrariando a antiga máxima da São Paulo da Garoa, eu me preparava para fazer algumas dessas coisas típicas. Um dia absolutamente monótono se anunciou e já chegava meio dia quando eu pensava em cumprir o sagrado momento da cerveja no boteco da esquina.. Quando uma chamada de Facebook mudou tudo.

Amyr Cantusio Jr. que também atende pelo codinome de Alpha III iria fazer uma apresentação em Campinas, sua cidade naquela tarde. Tinha me conformado em não poder ir. Sem dinheiro nem disposição de enfrentar três ou quatro meios de transporte para atravessar pouco mais de cem quilômetros até aquela cidade, tinha resolvido nem pensar mais nisso.

Eis que surge o amigo Adilson Oliveira. Musico, admirador do trabalho de Amyr, parceiro de Stay Rock Brazil e convida: "Vamos para Campinas ver a apresentação do Amyr?"  - Eita, mas é tarde. Dá tempo? "Dá, sim. A apresentação é as três da tarde. Se sairmos agora chegamos a tempo." . Fechado, disse eu. Vou tomar um banho e em uma hora nos encontramos no Metrô. E dai pegamos a estrada.

Precisamente em uma hora e o esperava na estação Carrão do Metrô. Pegamos a Anhanguera e em pouco mais de uma hora e meia estávamos no Parque Taquaral, um local maravilhoso, com muita vegetação, animais, lagos e famílias com crianças. Um paraíso.

Logo estávamos em frente a Concha Acústica, local inaugurado, segundo o próprio Amyr em 1976, onde ele tinha tocado com sua banda na época, o "Spectro". Construção maravilhosa, com um anfiteatro romano perfeito e a concha em forma de folha, muito alta, uns quinze metros de altura.

A apresentação de Amyr, intimista, ocorreria no subsolo, numa área pequena mas aconchegante. Descemos, eu Adilson e Flávia, sua esposa, e ao fim da escada em leque avisto Amyr. A surpresa feliz tomou conta de seus olhos e um forte abraço aconteceu. Ali também, além da Cathia, simpática esposa de Amyr, encontro o poeta  Dríade, Arnaldo Caproni, de quem eu tinha editado três livros de poesia, mas ainda não conhecia pessoalmente.


Por sorte, nossa, o show ainda não havia começado. Falamos um pouco e logo Amyr toma seu lugar no grande palco, onde reinavam solitários uma tela pintada por ele e um pequeno "aparelho" que me deixou encafifado. Onde estariam os teclados? Amyr começa a falar, sem seque microfone, mas audível pela acústica e tamanho do espaço e fala rapidamente sobre sua trajetória e sobre como seria o espetáculo. E assume os controles do tal pequeno aparelho: um "Alessis" sintetizador que se mostra um verdadeiro gigante em tonalidades e sonoridades nas mãos desse musico fenomenal, dono de uma carreira primorosa, com uma produção gigantesca ao longo de 40 anos de carreira.

O tema, que Amyr chama de "Hypnos", seria dividido em três partes. Sentado logo na primeira fila de cadeiras, bem de frente ao musico, logo na primeira parte começo a sentir sensações "estranhas", percebendo que aquele som, aquela musica de alguma forma começa a me levar a um estado de transe. Além da atmosfera criada pela musica, a iluminação, a cargo de Vinicius Dias, criam um clima de viagem, de percepção modificada. Num determinado momento, lembro-me claramente de ter colocado minhas mãos em forma de triangulo a frente do rosto e ter a sensação de estar manipulando uma bola muito macia, sedosa e quente. Uma esfera muito macia que tomava forma de acordo com as nuances da musica.

A segunda parte, segundo o próprio musico, seria um tema mais "simples", na linha de Vangelis. Nesse ponto, todo aquele clima nos transporte a uma viagem no tempo e no espaço. Londres, cinquenta anos atrás. O clima de psicodelia, lisérgica e sinergia das apresentações do Pink Floyd no inicio. As projeções, com imagens de discos voadores, alienígenas, estrelas, o pequeno Alessis enchendo o ambiente de uma sonoridade por horas sufocante, paranoica, esquizofrênica. Uma sensação de que poderíamos tranquilamente sair dali voando, entrar numa máquina do tempo e materializar na Doce Londres dos anos sessenta. (Enquanto escrevo isto, Amyr me chama várias vezes no Facebook. Está eufórico com o resultado artístico, mas frustrado pelo pouco publico.)

Na terceira parte, ainda sobre o efeito do potente alucinógeno, me deixo levar pela atmosfera quase dark. Uma sensação de melancolia me invade. O som é pesado, denso, mas ao mesmo tempo é arrastado, deprimente, gótico. A morte deve ser assim, penso eu antes do final da apresentação. A iluminação, o tempo todo projetada sobre todo o palco, cria desenhos absurdos, ilógicos, incoerentes, alucinógenos sobre o quadro pintado por Amyr, exposto no palco, ao seu lado. Um espetáculo multimídia, transcendental, esotérico. Quase místico.. Quase?

No final da tarde deixamos Campinas, sem antes, na saída do Parque, avistar três cutias que passeavam tranquilamente. Na estrada, eu e Adilson falamos o tempo todo sobre as possibilidades maravilhosas, sob todos os aspectos artísticos, que um espetáculo desses proporcionaria às pessoas. Até quando as pessoas se fecharão em suas conchas não acústicas e não se permitirão experimentar experiências sensoriais, guiadas por músicos de qualidade, como desse gênio chamado Amyr Cantusio Jr.?

Abaixo uma amostra.


Video: Cathia Cantusio